Sentimentos, nostalgias e sociabilidades: a invenção das rodas de choro e outras melodias em Campina Grande - PB (1940-2004).
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28435 |
Resumo: | Percebe-se que na concepção de alguns musicólogos brasileiros, o chorinho é originário da mistura musical africana e européia em especial da música portuguesa a exemplo da polca, do minueto e outros estilos musicais que compunham as danças de salões européias. Mas foi a partir do séc. XIX no Rio de Janeiro, que os suburbanos ou classe popular brasileira constituída por operários, mecânicos, negros entre outros, começaram a adotar nas suas horas de lazer um pouco desse estilo musicai trazido da Europa, e foi absorvendo elementos variados que atribuiu ao gênero o seu padrão original. Quanto à origem do termo choro, este já foi explicado de várias formas por músicos e estudiosos, a exemplo de José Ramos Tinhorão que colocou o termo como: “sensação melancólica provocada pelas baixarias emitidas do violão” Em Campina Grande o processo de apropriação e reconfiguração do choro ocorre em meados do século XIX. Assim, esta “maneira campinense” de tocar as danças de salão européias só veio a ser legitimada como choro a partir de 1920 com o surgimento das casas de diversão Higth-lrfe, da pensão Guarany, do Rói Couro e mais tarde, em 1937, com a inauguração do Cassino El Dourado que incentivou um público bastante eclético formado por: dançarinos, músicos seresteiros, boêmios e violeiros que varavam as noitadas da cidade num clima de luxúria e prazer proporcionado pelos bordéis, cassinos e clubes da consagrada Rainha da Borborema. Contudo os regionais de choro de Campina Grande começam a ganhar visibilidade a partir da década de 1940, com o surgimento dos programas de auditório da rádio Borborema, então é a partir desse período que a presente monografia procura recuperar traços do cotidiano de vivências e sociabilidades compartilhadas pelos amantes do chorinho prolongando- se até o ano de 2004. Destaco ainda as particularidades das interpretações do choro e outras melodias e como estas são reinventadas e vividas no contexto das rodas de choro, em nível local. Acompanhando a trajetória dos chamados “chorões”, procuro estabelecer um nexo aos fragmentos empíricos surgidos a partir da pesquisa, bem como aos depoimentos coletados e submetidos à metodologia da História Oral com base em E.P.Thompson, Ecléa Bosi e Lucília de A. Neves. Partindo-se desse princípio no capitulo I, analisarei “O Brasil e suas rodas de Choro a partir de uma análise historiográfica à luz das sensibilidades e sociabilidades populares” será conduzida uma discussão conceituai e teórica sobre o termo choro e suas relações com a MPB, a partir da análise historiográfica de alguns historiadores e musicólogos que discorrem sobre o choro nacional. Já no capítulo II, intitulado “O choro: entre a memória e a história campinense” tem-se uma historicização desta musicalidade, inserida num contexto politico-cultural em Campina Grande. Em seguida, mostro quais são os elementos e processos que fazem do choro um construtor de identidades dos vários integrantes dos saraus. Em fim no capitulo III analiso “A invenção das rodas de choro e outras melodias em Campina Grande”, enfatizando como o choro inventa outras melodias e outros ritmos assim como, enuncia os lugares sociais e culturais dos personagens inscritos nas composições expressas durante os saraus. |
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Mas foi a partir do séc. XIX no Rio de Janeiro, que os suburbanos ou classe popular brasileira constituída por operários, mecânicos, negros entre outros, começaram a adotar nas suas horas de lazer um pouco desse estilo musicai trazido da Europa, e foi absorvendo elementos variados que atribuiu ao gênero o seu padrão original. Quanto à origem do termo choro, este já foi explicado de várias formas por músicos e estudiosos, a exemplo de José Ramos Tinhorão que colocou o termo como: “sensação melancólica provocada pelas baixarias emitidas do violão” Em Campina Grande o processo de apropriação e reconfiguração do choro ocorre em meados do século XIX. Assim, esta “maneira campinense” de tocar as danças de salão européias só veio a ser legitimada como choro a partir de 1920 com o surgimento das casas de diversão Higth-lrfe, da pensão Guarany, do Rói Couro e mais tarde, em 1937, com a inauguração do Cassino El Dourado que incentivou um público bastante eclético formado por: dançarinos, músicos seresteiros, boêmios e violeiros que varavam as noitadas da cidade num clima de luxúria e prazer proporcionado pelos bordéis, cassinos e clubes da consagrada Rainha da Borborema. Contudo os regionais de choro de Campina Grande começam a ganhar visibilidade a partir da década de 1940, com o surgimento dos programas de auditório da rádio Borborema, então é a partir desse período que a presente monografia procura recuperar traços do cotidiano de vivências e sociabilidades compartilhadas pelos amantes do chorinho prolongando- se até o ano de 2004. Destaco ainda as particularidades das interpretações do choro e outras melodias e como estas são reinventadas e vividas no contexto das rodas de choro, em nível local. Acompanhando a trajetória dos chamados “chorões”, procuro estabelecer um nexo aos fragmentos empíricos surgidos a partir da pesquisa, bem como aos depoimentos coletados e submetidos à metodologia da História Oral com base em E.P.Thompson, Ecléa Bosi e Lucília de A. Neves. Partindo-se desse princípio no capitulo I, analisarei “O Brasil e suas rodas de Choro a partir de uma análise historiográfica à luz das sensibilidades e sociabilidades populares” será conduzida uma discussão conceituai e teórica sobre o termo choro e suas relações com a MPB, a partir da análise historiográfica de alguns historiadores e musicólogos que discorrem sobre o choro nacional. Já no capítulo II, intitulado “O choro: entre a memória e a história campinense” tem-se uma historicização desta musicalidade, inserida num contexto politico-cultural em Campina Grande. Em seguida, mostro quais são os elementos e processos que fazem do choro um construtor de identidades dos vários integrantes dos saraus. Em fim no capitulo III analiso “A invenção das rodas de choro e outras melodias em Campina Grande”, enfatizando como o choro inventa outras melodias e outros ritmos assim como, enuncia os lugares sociais e culturais dos personagens inscritos nas composições expressas durante os saraus.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHUFCGSOUZA, Antonio Clarindo Barbosa de.SOUZA, A. C. B.http://lattes.cnpq.br/3281006839381741ARANHA, Gervácio Batista.ARANHA, G. B.AGUIAR, José Otávio.AGUIAR, J. 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Percebe-se que na concepção de alguns musicólogos brasileiros, o chorinho é originário da mistura musical africana e européia em especial da música portuguesa a exemplo da polca, do minueto e outros estilos musicais que compunham as danças de salões européias. Mas foi a partir do séc. XIX no Rio de Janeiro, que os suburbanos ou classe popular brasileira constituída por operários, mecânicos, negros entre outros, começaram a adotar nas suas horas de lazer um pouco desse estilo musicai trazido da Europa, e foi absorvendo elementos variados que atribuiu ao gênero o seu padrão original. Quanto à origem do termo choro, este já foi explicado de várias formas por músicos e estudiosos, a exemplo de José Ramos Tinhorão que colocou o termo como: “sensação melancólica provocada pelas baixarias emitidas do violão” Em Campina Grande o processo de apropriação e reconfiguração do choro ocorre em meados do século XIX. Assim, esta “maneira campinense” de tocar as danças de salão européias só veio a ser legitimada como choro a partir de 1920 com o surgimento das casas de diversão Higth-lrfe, da pensão Guarany, do Rói Couro e mais tarde, em 1937, com a inauguração do Cassino El Dourado que incentivou um público bastante eclético formado por: dançarinos, músicos seresteiros, boêmios e violeiros que varavam as noitadas da cidade num clima de luxúria e prazer proporcionado pelos bordéis, cassinos e clubes da consagrada Rainha da Borborema. Contudo os regionais de choro de Campina Grande começam a ganhar visibilidade a partir da década de 1940, com o surgimento dos programas de auditório da rádio Borborema, então é a partir desse período que a presente monografia procura recuperar traços do cotidiano de vivências e sociabilidades compartilhadas pelos amantes do chorinho prolongando- se até o ano de 2004. Destaco ainda as particularidades das interpretações do choro e outras melodias e como estas são reinventadas e vividas no contexto das rodas de choro, em nível local. Acompanhando a trajetória dos chamados “chorões”, procuro estabelecer um nexo aos fragmentos empíricos surgidos a partir da pesquisa, bem como aos depoimentos coletados e submetidos à metodologia da História Oral com base em E.P.Thompson, Ecléa Bosi e Lucília de A. Neves. Partindo-se desse princípio no capitulo I, analisarei “O Brasil e suas rodas de Choro a partir de uma análise historiográfica à luz das sensibilidades e sociabilidades populares” será conduzida uma discussão conceituai e teórica sobre o termo choro e suas relações com a MPB, a partir da análise historiográfica de alguns historiadores e musicólogos que discorrem sobre o choro nacional. Já no capítulo II, intitulado “O choro: entre a memória e a história campinense” tem-se uma historicização desta musicalidade, inserida num contexto politico-cultural em Campina Grande. Em seguida, mostro quais são os elementos e processos que fazem do choro um construtor de identidades dos vários integrantes dos saraus. Em fim no capitulo III analiso “A invenção das rodas de choro e outras melodias em Campina Grande”, enfatizando como o choro inventa outras melodias e outros ritmos assim como, enuncia os lugares sociais e culturais dos personagens inscritos nas composições expressas durante os saraus. |
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