Aberturas e entraves na questão do gênero na escola: uma alusão à prática docente.

• Autor(a) principal: ALMEIDA, Renata Lígia Leite de.
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34617
• topic: Questão de gênero; Gênero na escola; Sexualidade; Preconceito; Diversidade na escola; Gênero e sexualidade; Gender issue; Gender at school; Sexuality; Prejudice; Diversity at school; Gender and sexuality; Ciências Sociais.

Este trabalho discorre sobre as perspectivas de Gênero e Sexualidade atrelados ao contexto escolar, e que implicações permeiam as relações sociais construídas culturalmente no dispositivo da sexualidade, remetendo à alusão da Diversidade como mecanismo propagador do respeito e da desmistificação de preconceitos. Para isso, nos valemos de um aporte teórico composto por: BARDIN, BOURDIEU, FOUCAULT, ROUSSEAU, SANTANA, bem como os documentos que regem a educação brasileira. Cometemos entrevistas individuais estruturadas em escolas da rede municipal e privada, com docentes da Educação Básica. Os resultados indicaram que, apesar da maioria irrefutável acreditar que a escola deve realizar um trabalho de discussão sobre a sexualidade, há uma lacuna entre o que está previsto nos Parâmetros Curriculares Nacionais e o que ocorre de fato na instituição escolar, inexoravelmente. A inexistência de um trabalho que englobe discussão sobre gênero e sexualidade, reflete a perpetuação de práticas abusivas e preconceituosas, correspondente a um trabalho pontual que não envolve todo corpo docente. Ficou, também, evidenciada uma exponencial lacuna em termos de formação para lidar com as questões de gênero, sexualidade e diversidade na escola. Ao se deparar com determinadas situações, há uma certa resistência por parte dos docentes em lidar com tais questões, os (as) professores (as) utilizam suas experiências e opiniões pessoais e principalmente, se justificam que deve haver um trabalho em corroboração com a Família, e os temas enfatizados são a prevenção do abuso sexual infantil, práticas discriminatórias e de problemas de saúde. Outros temas, como diversidade sexual e preconceito, ocupam um espaço secundário. Há um silêncio sobre a dimensão afetiva e prazerosa da sexualidade, o que parece distanciar o discurso dos (as) professores (as). Os resultados incidiram na necessidade de: (a) incorporação dos estudos de gênero e sexualidade nos cursos de Licenciatura; (b) atividades de capacitação na área que contemplem discussões sobre as raízes histórico-culturais e as bases afetivas dos preconceitos; e (c) adoção de uma abordagem integrada de combate a toda e qualquer prática e disseminação da cultura sexista. Na discussão são apresentadas implicações teóricas e práticas desta pesquisa, perpassando contextos históricos, culturais e sociais que evidenciaram a negligência e a necessidade da discussão desta temática em sala de aula, como também as implicações referentes à formação docente (continuada), ocasionando no despreparo dos docentes entrevistados, assim como uma resistência latente dos mesmos em relação às instituições sociais envolvidas nas aberturas e entraves que precedem às questões de gênero e sexualidade no âmbito escolar.