Identidades estereotipadas: analisando o estereótipo da “solteirona no cordel”.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MARQUES, Andrea Cristina.
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36765
Resumo: Os Estudos Culturais inauguram na contemporaneidade novos procedimentos de suas práticas epistemológicas orientadas por dois grandes eixos reflexivos: as representações culturais e as novas tecnologias. Esse movimento foi possível de ser instrumentalizado por novas estratégias de captação de territórios vizinhos como a crítica literária, a filosofia da diferença, a antropologia, a sociologia e muitas outras disciplinas. Esse procedimento interdisciplinar (ou transdisciplinar) se configurou por uma nova compreensão dos objetos, das técnicas e dos níveis de cientificidade na prática do pesquisador, abrindo a possibilidade (para muito, radical) da produção de disciplinas compostas, como a proposta dos Estudos Culturais. Nessa contemporaneidade epistêmica, as ciências humanas se ocuparam de espaços que antes não eram da sua competência, reavaliando os seus limites de pertinência teórica e metodológica, ao trabalhar com novas abordagens que enfatizam a formação histórica das identidades sociais, compreendendo-as como uma fabricação relacional, marcada pela diferença, sendo a identidade tanto simbólica, quanto social, percebidas como historicamente específicas. Esse novo processo de abordagem implicou na ressignificação de conceitos como narrativa, cultura, linguagem, identidade, discurso, objeto e, fundamentalmente, sujeito, todos postos diante da lógica da diferença e da multiplicidade, lemas da revisão pós-estruturalista das ciências humanas. A articulação dessas revisões criou para o campo histórico diversas configurações que enfatizam (em menor ou maior grau) as micro-narrativas em detrimento das macro-narrativas da história das civilizações e do homem ocidental, abrindo brechas para sujeitos antes marginalizados pelo saber histórico e social. Experiência, esta, que objetivou tipos sociais, comunidades compartilhadas, processos de subjetivação, políticas culturais e os lugares de produção das verdades sociais. Esse trabalho nas margens redefiniu a tarefa dos Estudos Culturais, tendo por principal objetivo identificar as múltiplas formas de construção dos objetos de saber, através da procura em mapear como em diferentes lugares e momentos uma realidade social é construída, pensada e dada a ler. Nesse sentido, as lutas de representações culturais teriam o mesmo alcance e relevância que as disputas econômicas (por exemplo) para entender os mecanismos agenciados pelos grupos sociais na sua constituição, a forma como eles se impõem na sociedade através das suas concepções de mundo e dos valores que lhes são próprios
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