Apontamentos sobre as tramas da família escrava no Crato (Ceará) na segunda metade do século XIX.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34892 |
Resumo: | A família escrava negra já foi tida nas Américas como um problema historiográfico quase que inexistente. Percebidos como mercadorias, não raro os escravos foram interpretados de modo reducionista como coisas. A partir da década de 1970 e 1980 os debates travados a respeito da escravidão passaram a perceber os escravos como sujeitos ativos, construtores de suas histórias, produzindo-se na historiografia internacional e brasileira, inúmeros estudos originais, dando vitalidade a esse campo de pesquisas. Entrava em cena um novo olhar que considerava a atuação dos escravos na história explorando novas temáticas, examinando novas fontes, adotando referências teóricas novas. É neste âmbito que se inscreve este artigo ao propor uma reflexão sobre a família escrava na cidade do Crato na segunda metade do século XIX. Estudar a família escrava nessas novas perspectivas significa analisar um mundo que vai além daquele do trabalho, no qual os homens negros eram circunscritos pela historiografia tradicional, é perceber os enredos do amor, do ódio, dos laços de amizade, dos relacionamentos negociados tendo como horizonte humano a separação de parentes. Impera o tipo de família nuclear e patriarcal, mas uma tipologia que foi bastante presente no período escravocrata foi a matrifocal, que tem a mulher como a chefe de família. Até pelas inúmeras dificuldades encontradas pelos casais de escravos para permanecerem juntos, não raro a responsabilidade de criar e cuidar dos filhos coube somente a mãe, mulher e escrava. A família escrava na categoria matrifocal tem se revelado bastante presente na cidade do Crato, na segunda metade do século XIX. Na perspectiva da história social da escravidão, fundamentada aqui por séries documentais paroquiais (livros de batismos, livros de casamentos e livros de óbitos), buscaremos realizar alguns apontamentos teóricometodológicos e esboçar problematizações em torno da vivência familiar dos escravos, levando em conta suas tensões, seus conflitos, possibilidades de identificações, alianças e pactos entre os indivíduos, na cidade do Crato na segunda metade do século XIX. |
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Apontamentos sobre as tramas da família escrava no Crato (Ceará) na segunda metade do século XIX.Notes on the plots of the slave family in Crato (Ceará) in the second half of the 19th century.Crato - CE - escravidãoFamília escrava negra - Crato - CEEscravidão negra - Crato - CEHistória do Crato - CE - escravidãoCrato - CE - slaveryBlack slave family - Crato - CEBlack slavery - Crato - CEHistory of Crato - CE - slaveryHistória.A família escrava negra já foi tida nas Américas como um problema historiográfico quase que inexistente. Percebidos como mercadorias, não raro os escravos foram interpretados de modo reducionista como coisas. A partir da década de 1970 e 1980 os debates travados a respeito da escravidão passaram a perceber os escravos como sujeitos ativos, construtores de suas histórias, produzindo-se na historiografia internacional e brasileira, inúmeros estudos originais, dando vitalidade a esse campo de pesquisas. Entrava em cena um novo olhar que considerava a atuação dos escravos na história explorando novas temáticas, examinando novas fontes, adotando referências teóricas novas. É neste âmbito que se inscreve este artigo ao propor uma reflexão sobre a família escrava na cidade do Crato na segunda metade do século XIX. Estudar a família escrava nessas novas perspectivas significa analisar um mundo que vai além daquele do trabalho, no qual os homens negros eram circunscritos pela historiografia tradicional, é perceber os enredos do amor, do ódio, dos laços de amizade, dos relacionamentos negociados tendo como horizonte humano a separação de parentes. Impera o tipo de família nuclear e patriarcal, mas uma tipologia que foi bastante presente no período escravocrata foi a matrifocal, que tem a mulher como a chefe de família. Até pelas inúmeras dificuldades encontradas pelos casais de escravos para permanecerem juntos, não raro a responsabilidade de criar e cuidar dos filhos coube somente a mãe, mulher e escrava. A família escrava na categoria matrifocal tem se revelado bastante presente na cidade do Crato, na segunda metade do século XIX. Na perspectiva da história social da escravidão, fundamentada aqui por séries documentais paroquiais (livros de batismos, livros de casamentos e livros de óbitos), buscaremos realizar alguns apontamentos teóricometodológicos e esboçar problematizações em torno da vivência familiar dos escravos, levando em conta suas tensões, seus conflitos, possibilidades de identificações, alianças e pactos entre os indivíduos, na cidade do Crato na segunda metade do século XIX.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilUFCG20112024-03-05T17:00:26Z2024-03-052024-03-05T17:00:26Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34892PEDROZA, Antonia Márcia Nogueira; MACÊDO, Muirakytan Kennedy de. Apontamentos sobre as tramas da família escrava no Crato (Ceará) na segunda metade do século XIX. In: II Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica: Sociedade e Cultura. GT 06 - Cidades Múltiplas: Trabalho, Cotidiano, Sensibilidades, Cultura e Resistência. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2º, 2011. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2011. p. 1-11. ISSN: 2176 4514. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34892porPEDROZA, Antonia Márcia Nogueira.MACÊDO, Muirakytan Kennedy de.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2024-03-05T17:01:27Zoai:localhost:riufcg/34892Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512024-03-05T17:01:27Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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A família escrava negra já foi tida nas Américas como um problema historiográfico quase que inexistente. Percebidos como mercadorias, não raro os escravos foram interpretados de modo reducionista como coisas. A partir da década de 1970 e 1980 os debates travados a respeito da escravidão passaram a perceber os escravos como sujeitos ativos, construtores de suas histórias, produzindo-se na historiografia internacional e brasileira, inúmeros estudos originais, dando vitalidade a esse campo de pesquisas. Entrava em cena um novo olhar que considerava a atuação dos escravos na história explorando novas temáticas, examinando novas fontes, adotando referências teóricas novas. É neste âmbito que se inscreve este artigo ao propor uma reflexão sobre a família escrava na cidade do Crato na segunda metade do século XIX. Estudar a família escrava nessas novas perspectivas significa analisar um mundo que vai além daquele do trabalho, no qual os homens negros eram circunscritos pela historiografia tradicional, é perceber os enredos do amor, do ódio, dos laços de amizade, dos relacionamentos negociados tendo como horizonte humano a separação de parentes. Impera o tipo de família nuclear e patriarcal, mas uma tipologia que foi bastante presente no período escravocrata foi a matrifocal, que tem a mulher como a chefe de família. Até pelas inúmeras dificuldades encontradas pelos casais de escravos para permanecerem juntos, não raro a responsabilidade de criar e cuidar dos filhos coube somente a mãe, mulher e escrava. A família escrava na categoria matrifocal tem se revelado bastante presente na cidade do Crato, na segunda metade do século XIX. Na perspectiva da história social da escravidão, fundamentada aqui por séries documentais paroquiais (livros de batismos, livros de casamentos e livros de óbitos), buscaremos realizar alguns apontamentos teóricometodológicos e esboçar problematizações em torno da vivência familiar dos escravos, levando em conta suas tensões, seus conflitos, possibilidades de identificações, alianças e pactos entre os indivíduos, na cidade do Crato na segunda metade do século XIX. |
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