Práticas, representações e (re)elaborações construídas em relação ao aluno “adolescente” no estágio de licenciatura em história.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: RAMOS, Márcia Elisa Teté.
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34327
Resumo: Considera uma pesquisa realizada sobre e no processo de estágio, em que alunosestagiários do curso de História trabalharam com alunos do Ensino Médio de uma escola pública. A partir de uma metodologia próxima ao do tipo etnográfico, incluindo questionários, entrevistas e pesquisa de campo, entendeu-se que os estagiários planejavam sua atuação em sala de aula, no que diz respeito tanto à seleção dos conteúdos históricos como das metodologias didático-pedagógicas, a partir de ideias preconcebidas sobre quem são, o que pensam e o que fazem os jovens alunos do Ensino Médio. Os estagiários são compelidos a retomar suas perspectivas a partir da experiência direta com este “Outro”, então cristalizado no discurso como “adolescente”. Existe uma representação recorrente, emprestada de determinado discurso das ciências médicas e psicopedagógicas e bastante disseminada, de que o “adolescente” seria um “ser problemático”, constantemente em “crise identitária”, o que interferia no modo dos futuros professores de história pensar o público com o qual teriam que desenvolver o estágio. O aluno do Ensino Médio, o chamado “adolescente”, era visto pelos estagiários como: desinteressado da escola e, principalmente, da aprendizagem da história; ou muito indisciplinado ou muito isolado; ou hiperativo, ou distraído demais; de saberes superficiais porque fragmentados; consumistas; manipulados pelas mensagens midiáticas, etc. A aproximação com o universo sócio-cultural dos alunos do Ensino Médio, levou os estagiários ao questionamento e desconstrução da noção de uma identidade do “adolescente” definitiva e universal, portanto, anistórica. Desnaturalizar o “adolescente” significou para estes professores de história em formação, (re)pensar as próprias representações e experiências com o “Outro”, no caso, alunos do Ensino Médio, retomando aportes teóricos e procedimentos metodológicos próprios do profissional da história. Concluiu-se que as práticas de estágio precisam ser construídas na relação entre alteridade (compreender os alunos do Ensino Médio em sua cultura e/ou contextualização histórica) e identidade (compreender-se como professor-pesquisador no campo da história e perceber a construção identitária, seja do aluno, seja do professor, como um movimento permeado por tensões, complexidades e articulações), bem como, na relação entre teoria (compreender como as representações sobre o “adolescente” foram estabelecidas historicamente) e prática (compreender o ensino de história não apenas como “transposição didática” do saber histórico acadêmico à revelia do universo sócio-cultural dos aprendizes).
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