Enigmas dos sertões: uma abordagem para além das perspectivas euclidianas.
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34881 |
Resumo: | O presente estudo tem como objeto norteador o “Sertão” e suas várias facetas, esta foi uma temática bastante discutida no Brasil, especificamente nos fins do século XIX e início do XX. Os Sertões é um livro de Euclides da Cunha de 1902. Esta obra foi reconhecida por alguns intelectuais como um marco das ciências sociais no Brasil e estava inserida num contexto de transição do sistema político, momento em que o Brasil saia do período Imperial para o regime Republicano. O Sertão decantado por Euclides da Cunha e outros intelectuais da época teve várias conotações distintas. Inicialmente, o Brasil era dividido em dois espaços, o Litoral, local da civilidade e do progresso e todo o resto do território era o Sertão, local do atraso. Depois foram construídas outras perspectivas do que seria sertão: espaço de deserto, de seca, da barbárie e da incultura. É importante lembrar que, o sertão construído por alguns intelectuais como lugar de incivilizados não representava a realidade. Neste ambiente existia uma cultura pulsante, tanto é que estudiosos passaram a observar o sertão, os sertanejos e os elementos que o cercavam de forma detalhada. A 3ª geração do romantismo enaltece a figura do sertanejo, os seus valores autênticos e a sua honradez. Capistrano de Abreu foi mais um escritor que colaborou com a construção da identidade do povo brasileiro a partir de observações do sertão e do sertanejo. Ele via o sertanejo como protagonista de sua própria história. Por sua vez, contrapunha-se a formação da história brasileira a partir de elementos advindos da Europa. Tomando por base estes levantamentos sobre o sertão, buscou-se mostrar as várias concepções e as divergências daquele, com o litoral. Euclides da Cunha, em sua obra máxima, tentou eternizar a figura do sertanejo robusto, transformando-o em um dos agentes centrais das mudanças sociais do país. Diante dessa construção imagética discursiva, pode-se notar que, o homem do sertão passou a ser considerado como rocha firme da identidade nacional. |
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Enigmas dos sertões: uma abordagem para além das perspectivas euclidianas.Enigmas of the backlands: an approach beyond Euclidean perspectives.Os Sertões - Euclides da CunhaEuclides da Cunha - Os SertõesSertanejoHistória e LiteraturaThe Sertões - Euclides da CunhaEuclides da Cunha - The SertõesCountrysideHistory and LiteratureHistória.O presente estudo tem como objeto norteador o “Sertão” e suas várias facetas, esta foi uma temática bastante discutida no Brasil, especificamente nos fins do século XIX e início do XX. Os Sertões é um livro de Euclides da Cunha de 1902. Esta obra foi reconhecida por alguns intelectuais como um marco das ciências sociais no Brasil e estava inserida num contexto de transição do sistema político, momento em que o Brasil saia do período Imperial para o regime Republicano. O Sertão decantado por Euclides da Cunha e outros intelectuais da época teve várias conotações distintas. Inicialmente, o Brasil era dividido em dois espaços, o Litoral, local da civilidade e do progresso e todo o resto do território era o Sertão, local do atraso. Depois foram construídas outras perspectivas do que seria sertão: espaço de deserto, de seca, da barbárie e da incultura. É importante lembrar que, o sertão construído por alguns intelectuais como lugar de incivilizados não representava a realidade. Neste ambiente existia uma cultura pulsante, tanto é que estudiosos passaram a observar o sertão, os sertanejos e os elementos que o cercavam de forma detalhada. A 3ª geração do romantismo enaltece a figura do sertanejo, os seus valores autênticos e a sua honradez. Capistrano de Abreu foi mais um escritor que colaborou com a construção da identidade do povo brasileiro a partir de observações do sertão e do sertanejo. Ele via o sertanejo como protagonista de sua própria história. Por sua vez, contrapunha-se a formação da história brasileira a partir de elementos advindos da Europa. Tomando por base estes levantamentos sobre o sertão, buscou-se mostrar as várias concepções e as divergências daquele, com o litoral. Euclides da Cunha, em sua obra máxima, tentou eternizar a figura do sertanejo robusto, transformando-o em um dos agentes centrais das mudanças sociais do país. Diante dessa construção imagética discursiva, pode-se notar que, o homem do sertão passou a ser considerado como rocha firme da identidade nacional.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilUFCG20112024-03-04T21:26:40Z2024-03-042024-03-04T21:26:40Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34881NASCIMENTO, José Jaime do; BRANDÃO, Ivone Agra. Enigmas dos sertões: uma abordagem para além das perspectivas euclidianas. In: II Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica: Sociedade e Cultura. GT 05 - A História/Geografia Local e os Espaços-Tempos da Cidade Contemporânea. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2º, 2011. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2011. p. 1-7. ISSN: 2176 4514. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34881porNASCIMENTO, José Jaime do.BRANDÃO, Ivone Agra.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2024-03-04T21:27:10Zoai:localhost:riufcg/34881Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512024-03-04T21:27:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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