A cegueira do Ãbvio: a importÃncia dos serviÃos ecossistÃmicos na mensuraÃÃo do bem-estar

• Autor(a) principal: Melca Silva Rabelo
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=11892
• topic: ServiÃos EcossistÃmicos; Bem-Estar Humano; Sustentabilidade; Ecosystem Services; Human Well-Being; Sustainability; ECOLOGIA

Diante da crise ambiental global, os ecossistemas tornam-se cada vez mais vulnerÃveis, e consequentemente os benefÃcios por eles ofertados, conhecidos como serviÃos ecossistÃmicos. Os ServiÃos EcossistÃmicos influenciam de maneira direta e indireta a promoÃÃo de bem-estar humano. Seus benefÃcios atravessam fronteiras, mas a sua produÃÃo pode acontecer de maneira local, cujo processo ainda à pouco entendido pelos cientistas. Durante anos, tÃm sido negligenciados, principalmente pelos paÃses com pouco conhecimento e interesse sobre sua prÃpria biodiversidade. PorÃm, o desafio de se conviver em um planeta finito e com uma populaÃÃo mundial cada vez maior anuncia um cenÃrio em que o impacto crescente sobre o uso dos recursos naturais impulsionarà a necessidade de se investir em uma gestÃo eficiente sobre sua alocaÃÃo. O presente trabalho parte da hipÃtese de a mensuraÃÃo do bem-estar, pela perspectiva do desenvolvimento sustentÃvel, deve ser composta por indicadores que contemplem a integraÃÃo entre o bem-estar humano e os serviÃos ecossistÃmicos. O objetivo geral da pesquisa foi propor um conjunto de indicadores que retrate, pela perspectiva do desenvolvimento sustentÃvel, a importÃncia da inserÃÃo dos serviÃos ecossistÃmicos de provisÃo na mensuraÃÃo do bem-estar em Ãreas degradadas. Essa relaÃÃo traz em si o Ãbvio: a importÃncia dos serviÃos ecossistÃmicos para o bem-estar humano. Baseando-se em uma releitura de Prescott-Allen (2001) e adaptando para a realidade local, foi desenvolvido um conjunto de Ãndices e indicadores, em diferentes dimensÃes, que resultaram em dois Ãndices: Ãndice de Bem-Estar Humano (IBEH) e Ãndice de Bem-Estar EcossistÃmico (IBEE). O IBEH à composto por cinco dimensÃes (SaÃde e PopulaÃÃo, Riqueza das FamÃlias, Conhecimento e Cultura, Comunidade e Equidade) e quinze indicadores, enquanto o IBEE à constituÃdo por cinco dimensÃes (Terra, Ãgua, Ar, Biodiversidade e Uso dos Recursos) e sete indicadores gerando assim um framework que reproduz o seu estado e suas inter-relaÃÃes. A validaÃÃo do IBEH e do IBEE foi realizada na comunidade do SÃtio do Brum localizado no bioma Caatinga no estado do CearÃ, Brasil. Desconhecido para muitos, a Caatinga està em acelerado processo de degradaÃÃo intensificado pela mà gestÃo dos recursos ambientais bem como pelas condiÃÃes climÃticas da regiÃo. Como principais resultados o uso de Ãndices e indicadores em serviÃos ecossistÃmicos conseguiu capturar a relaÃÃo entre os serviÃos ecossistÃmicos e o bem-estar humano, alÃm de validar a capacidade dos indicadores escolhidos descreverem os sistemas sÃcio-ecossistÃmicos e a sua interaÃÃo. A escolha da aplicaÃÃo dos Ãndices em um bioma degradado e por diversas vezes pouco valorizado, como a Caatinga, revelou nÃo somente a importÃncia do impacto das aÃÃes antrÃpicas neste tipo de bioma, mas o vÃu que os cobre. Identificou-se uma comunidade que compreende sua realidade, almeja mudanÃas, possui visÃo de futuro coletiva, mas nÃo possui capacidade de provocar mudanÃas. Embora nÃo seja fÃcil agir em funÃÃo das preocupaÃÃes intergeracionais, mudanÃas somente ocorrerÃo quando as avaliaÃÃes de serviÃos ecossistÃmicos englobarem tambÃm as pessoas, algo que por sua vez envolve motivaÃÃes e limites cognitivos na aquisiÃÃo e processamento de informaÃÃes, essencial para garantir o bem-estar das geraÃÃes presentes e futuras, abordagem sugerida pelo framework em questÃo apresentado.