Os saberes ambientais em movimentos populares no entorno das lagoas Itaperaoba e Papicu.

• Autor(a) principal: Ana Maria Ferreira Cardoso
• Data de Publicação: 2008
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3188
• topic: Movimentos Populares; EducaÃÃo Ambiental; Saber Ambiental; Popular Movements; Environmental Education; Environmental Knowledge; TOPICOS ESPECIFICOS DE EDUCACAO

Este trabalho tem por objetivo compreender como ocorre a constituiÃÃo de saberes ambientais em movimentos pela revitalizaÃÃo de lagoas em Fortaleza, identificando a relaÃÃo entre suas demandas e a constituiÃÃo de saberes populares em torno da questÃo ambiental, com o fim de estimular uma prÃxis coletiva. A orientaÃÃo teÃrico-metodolÃgica està na leitura de mundo histÃrico-dialÃtica, associada a uma Ãnfase na relaÃÃo, propiciada pela Perspectiva Eco-Relacional (PER). Trata-se de uma Pesquisa Participante, que se beneficiou do uso das seguintes tÃcnicas: observaÃÃo participante, por meio da interaÃÃo contÃnua da pesquisadora com seus (suas) colaboradores (as); entrevistas semi-estruturadas, baseadas em roteiro com questÃes abertas e tÃpicos, enfocando o histÃrico de atuaÃÃo dos (as) autores (as) nos movimentos e sua percepÃÃo sobre os saberes tecidos e as dinÃmicas populares e ambientais; grupo focal, para a obtenÃÃo de elementos sobre os saberes ambientais e propiciar a interaÃÃo entre dois grupos populares distintos. Esta pesquisa à referenciada por uma proposta de EducaÃÃo Ambiental crÃtica e dialÃgica na tematizaÃÃo da constituiÃÃo, vivÃncia e corporificaÃÃo de saberes ambientais no cotidiano popular. Os resultados expressam-se em trÃs categorias fundamentais identificadas como mediaÃÃes que propiciam a tessitura de saberes nos referidos grupos populares. Estas categorias sÃo: as relaÃÃes sociais que constituem os movimentos populares e, ao mesmo tempo, sÃo por estes estabelecidas: o prÃprio movimento; e os referenciais da formaÃÃo de seus (suas) autores (as) sociais. Na vivÃncia e nas falas dos (as) interlocutores (as) identificam-se saberes e valores relacionados: ao respeito, à compreensÃo de ambiente, à responsabilidade planetÃria, à complexidade, à leitura crÃtica da realidade, à burocracia ambiental, à importÃncia do coletivo, Ãs dinÃmicas dos movimentos e à auto-percepÃÃo. Conclui-se que do entrelaÃamento entre diferentes mediaÃÃes, identifica-se a tessitura de saberes enriquecedores da prÃxis individual e coletiva. As relaÃÃes estabelecidas no interior dos grupos impulsionam o reconhecimento do (a) outro (a), seja nos limites postos por este (a) ou na potencializaÃÃo dos aprendizados, ao confrontar sua realidade com outras. Hà ainda a necessidade de uma reflexÃo e vivÃncia maior sobre o ser grupo. A relaÃÃo com o lugar, com destaque para a lagoa como um de seus componentes, està fundada na afetividade que possibilita a ressignificaÃÃo dos espaÃos urbanos. A lagoa assume essa posiÃÃo de lugar que comporta lembranÃas, sÃmbolos e interaÃÃes referentes à vida das pessoas e da coletividade como um todo, elementos individuais entrelaÃados com lutas e sonhos coletivos. Em sÃntese, a prÃxis ambiental exige significaÃÃo afetiva do lugar, pois nÃo bastam as condiÃÃes estruturais para que saberes sejam tecidos.