Estimativa das necessidades de irrigaÃÃo e avaliaÃÃo do impacto da cobranÃa pelo uso de recursos hÃdricos na bacia do Baixo Jaguaribe-CE

• Autor(a) principal: Fabio Chaffin Barbosa
• Data de Publicação: 2005
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2282
• topic: irrigaÃÃo; tarifaÃÃo; recursos hÃdricos; irrgation; water fee; water resources; IRRIGACAO E DRENAGEM

Estimar as necessidades de irrigaÃÃo das culturas exploradas na bacia hidrogrÃfica do Baixo Jaguaribe, no Estado do CearÃ, possibilitando um manejo de irrigaÃÃo mais adequado e suporte tÃcnico no planejamento e concessÃo de outorgas de direito de uso de Ãgua para irrigaÃÃo, foi o objetivo principal deste trabalho. TambÃm foi analisado o impacto do pagamento da Ãgua para irrigaÃÃo sobre o custo de produÃÃo e rentabilidade dos principais produtos agrÃcolas da regiÃo. A partir dos cadastros de outorga de Ãgua foram identificadas 36 culturas exploradas com irrigaÃÃo, com captaÃÃo a partir do rio Jaguaribe, totalizando uma Ãrea de exploraÃÃo anual de 7.570 ha. AtravÃs da interpolaÃÃo de dados meteorolÃgicos foram obtidos balanÃos hÃdricos individualizados por municÃpio e, mais especificamente, relativos Ãs regiÃes irrigadas a partir do rio Jaguaribe, possibilitando uma estimativa mais precisa dos volumes e vazÃes a serem outorgados para cada Ãrea irrigada, com base no municÃpio a qual esteja situada. Com os balanÃos hÃdricos estimados, valores de Coeficientes Culturais mais ajustados à regiÃo e estimativa das eficiÃncias de irrigaÃÃo alcanÃadas atualmente foram estimados os volumes de Ãgua demandados para irrigaÃÃo, em cada semana do ano e a vazÃo contÃnua necessÃria para atendimento. A estimativa da demanda anual de Ãgua para irrigaÃÃo na bacia do Baixo Jaguaribe corresponde a 103,8 milhÃes de metros cÃbicos, variando de menos de 73 mil m3 por semana, durante os meses de marÃo e abril, devido a maior concentraÃÃo de chuvas, a mais de 5 milhÃes m3 por semana no mÃs de outubro, que corresponde ao mÃs de mÃxima necessidade de irrigaÃÃo das culturas. De forma patente, a vazÃo contÃnua necessÃria no rio para atendimento da demanda acompanha a flutuaÃÃo desta, atingindo a 8,4 m3.s-1 no mÃs de outubro. SimulaÃÃes de demandas e vazÃes necessÃrias para atendimento determinaram potenciais de reduÃÃo do volume de Ãgua utilizado para irrigaÃÃo de 13,2% a 18,8%, simplesmente com a elevaÃÃo das eficiÃncias de irrigaÃÃo a nÃveis potenciais, com a mudanÃa dos mÃtodos de irrigaÃÃo por superfÃcie e, ainda, com a substituiÃÃo da cultura de arroz. Analisando os consumos de Ãgua das culturas de arroz, feijÃo e banana, que totalizam 44% da Ãrea irrigada da bacia, associando-os Ãs Ãreas das unidades produtivas e com as faixas de tarifaÃÃo pelo uso de recursos hÃdricos para irrigaÃÃo em funÃÃo dos consumos mensais, vigentes no Estado, estimou-se um valor mÃdio de tarifa de R$ 7,04 /1.000 m3. Projetando-se este valor mÃdio de tarifa para a demanda total de Ãgua estimada neste estudo, obteve-se a previsÃo de arrecadaÃÃo anual com a cobranÃa pelo uso de recursos hÃdricos para irrigaÃÃo no Baixo Jaguaribe, de R$ 730.900. O critÃrio do impacto da cobranÃa de Ãgua em relaÃÃo à receita lÃquida das culturas foi considerado mais adequado que quando em relaÃÃo aos custos de produÃÃo e sobre o faturamento bruto. A maioria das culturas analisadas apresentou capacidade de pagamento para o maior valor de tarifa previsto, enquanto que a cana-de-aÃÃcar, o arroz e o milho nÃo apresentaram capacidade de pagamento para qualquer faixa de tarifaÃÃo.