O ESTADO ATUAL DO LEGADO DE BENJAMIN LIBET, SUA COERÃNCIA E SEU IMPACTO NA FILOSOFIA DA MENTE E NO ESTUDO DO LIVRE ARBÃTRIO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Francisco HÃlio Cavalcante FÃlix
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=13437
Resumo: Analisou-se o legado de Benjamin Libet e o estado atual de seus achados. Os trabalhos de Libet sobre neurofisiologia do ato voluntÃrio provocaram uma intensa discussÃo no campo da filosofia da mente em geral e do livre arbÃtrio em particular. As evidÃncias de seus principais estudos sÃo de que o processo cerebral responsÃvel pelo ato tido como voluntÃrio inicia-se de modo prÃ-consciente. O inÃcio desse processo neural seria definido pelo aparecimento do potencial de prontidÃo em registros eletroencefalogrÃficos. Isso desafia a noÃÃo comum de que o sujeito pode escolher, de modo consciente e livre, sobre o como e quando agir. O cientista defende a ideia de que a possibilidade de se vetar conscientemente o ato que se iniciou inconscientemente pode garantir o exercÃcio do livre arbÃtrio. O indivÃduo teria cerca de 200 milissegundos para usar esse poder de veto antes da concretizaÃÃo da respectiva aÃÃo enquanto tal. Libet procurou elaborar uma teoria filosÃfica de interaÃÃo mente-corpo para compor com seus achados empÃricos o que entendia ser a configuraÃÃo do agir humano e do livre arbÃtrio. As reaÃÃes a esses trabalhos foram considerÃveis. Trata-se de exemplo significativo de interseÃÃo estreita entre o conhecimento filosÃfico e o conhecimento cientÃfico, onde hà tanto a possibilidade de enriquecimento quanto de mal entendidos. Um levantamento do trabalho de Libet e um apanhado dos principais comentadores de suas reflexÃes mostram que a discussÃo foi muito rica e que ainda continua bastante intensa em nossos dias. Os novos mÃtodos de registro de atividade cerebral e as recentes replicaÃÃes do modelo experimental libetiano enfatizam a importÃncia de sua obra. O exame conceitual mais rigoroso e sofisticado de seus achados e de suas anÃlises se mostrou enriquecedor. Algumas de suas conclusÃes estÃo fortalecidas com o tempo, apesar de certos pontos de suas ilaÃÃes se mostrarem mais frÃgeis. Pode-se considerar seu legado como referencial inescapÃvel para qualquer um que se debruce sobre a questÃo do livre arbÃtrio.
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description Analisou-se o legado de Benjamin Libet e o estado atual de seus achados. Os trabalhos de Libet sobre neurofisiologia do ato voluntÃrio provocaram uma intensa discussÃo no campo da filosofia da mente em geral e do livre arbÃtrio em particular. As evidÃncias de seus principais estudos sÃo de que o processo cerebral responsÃvel pelo ato tido como voluntÃrio inicia-se de modo prÃ-consciente. O inÃcio desse processo neural seria definido pelo aparecimento do potencial de prontidÃo em registros eletroencefalogrÃficos. Isso desafia a noÃÃo comum de que o sujeito pode escolher, de modo consciente e livre, sobre o como e quando agir. O cientista defende a ideia de que a possibilidade de se vetar conscientemente o ato que se iniciou inconscientemente pode garantir o exercÃcio do livre arbÃtrio. O indivÃduo teria cerca de 200 milissegundos para usar esse poder de veto antes da concretizaÃÃo da respectiva aÃÃo enquanto tal. Libet procurou elaborar uma teoria filosÃfica de interaÃÃo mente-corpo para compor com seus achados empÃricos o que entendia ser a configuraÃÃo do agir humano e do livre arbÃtrio. As reaÃÃes a esses trabalhos foram considerÃveis. Trata-se de exemplo significativo de interseÃÃo estreita entre o conhecimento filosÃfico e o conhecimento cientÃfico, onde hà tanto a possibilidade de enriquecimento quanto de mal entendidos. Um levantamento do trabalho de Libet e um apanhado dos principais comentadores de suas reflexÃes mostram que a discussÃo foi muito rica e que ainda continua bastante intensa em nossos dias. Os novos mÃtodos de registro de atividade cerebral e as recentes replicaÃÃes do modelo experimental libetiano enfatizam a importÃncia de sua obra. O exame conceitual mais rigoroso e sofisticado de seus achados e de suas anÃlises se mostrou enriquecedor. Algumas de suas conclusÃes estÃo fortalecidas com o tempo, apesar de certos pontos de suas ilaÃÃes se mostrarem mais frÃgeis. Pode-se considerar seu legado como referencial inescapÃvel para qualquer um que se debruce sobre a questÃo do livre arbÃtrio.
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