Narrativas de estudantes surdos da Ufersa: esperiências com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) no ambiente hospitalar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Ana Camila Rocha dos
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU)
Texto Completo: https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/10847
Resumo: A importância da acessibilidade linguística para a comunidade surda é reconhecida por Lei, todavia a adaptação nos sistemas e serviços de saúde ainda são limitados. A falha na comunicação tornou-se um dos principais retrocessos na autonomia desses cidadãos, e é a partir desse contexto que a presente pesquisa tem o objetivo de analisar o que narram estudantes surdos da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Campus Caraúbas, Rio Grande do Norte-RN, acerca de suas experiências no atendimento médico- hospitalar. Este estudo centra-se, portanto, nas experiências de pessoas surdas, indagando sobre suas vivências durante o atendimento médico-hospitalar, o que nos contam? Esses espaços são pensados no âmbito inclusivo? Questionamos, ainda, se de fato existe inclusão social quando o indivíduo surdo necessita de cuidados de saúde. Além disso, buscamos identificar se os serviços de saúde estão adequadamente adaptados para atender os usuários surdos, considerando a importância da acessibilidade linguística. Legalmente, a Constituição Federal de 1988 consolida e assegura como direitos humanos fundamentais a Saúde e a Educação (Brasil, 1988). A Lei de Língua Brasileira de Sinais (Libras) N° 10.436/2002 em consonância com o Decreto 5.626/2005 regulamenta e legaliza a promoção da inclusão para os surdos nos espaços sociais (Brasil, 2002- 2005). Os principais autores que fundamentam a pesquisa são: Quadros (1997), Rocha e Passeggi (2017), Lopes; Abreu (2017) e Strobel (2015). Ancoramo-nos em princípios da abordagem qualitativa (Bogdan e Biklen, 2002) e na Pesquisa (Auto)biográfica em Educação, como procedimentos realizamos entrevistas narrativas sinalizadas Rocha; Fagundes (2010) e analisamos os dados, conforme orientam Jovchelovitch e Bauer (2002), com a análise temática. Temos como lócus a Ufersa Caraúbas e como participantes quatro estudantes surdos do Curso de Licenciatura em Letras Libras. Os resultados mostram que os estudantes surdos expressam uma profunda insatisfação com a disponibilização dos serviços de saúde, pois além de se depararem sempre com a dependência de um familiar para intermediar a comunicação com os profissionais de saúde, enfrentam as barreiras do preconceito, reafirmando, por vezes, a exclusão e o desprezo pelas suas subjetividades. Pudemos evidenciar, ainda, o quanto os atendimentos aos surdos são precários, e que é urgente o desenvolvimento e a efetivação de ações inclusivas que contemplem as reivindicações do povo surdo, como qualificação para os profissionais de saúde, disponibilização de materiais informativos adaptados, bem como a contratação de intérpretes de Língua brasileira de sinais (Libras) por parte do poder público e de instituições privadas, para atuar em ambientes hospitalares. De tal modo, promover acessibilidade linguística, independência e a autonomia que a comunidade surda tem o direito e tanto luta para conquistar.
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Questionamos, ainda, se de fato existe inclusão social quando o indivíduo surdo necessita de cuidados de saúde. Além disso, buscamos identificar se os serviços de saúde estão adequadamente adaptados para atender os usuários surdos, considerando a importância da acessibilidade linguística. Legalmente, a Constituição Federal de 1988 consolida e assegura como direitos humanos fundamentais a Saúde e a Educação (Brasil, 1988). A Lei de Língua Brasileira de Sinais (Libras) N° 10.436/2002 em consonância com o Decreto 5.626/2005 regulamenta e legaliza a promoção da inclusão para os surdos nos espaços sociais (Brasil, 2002- 2005). Os principais autores que fundamentam a pesquisa são: Quadros (1997), Rocha e Passeggi (2017), Lopes; Abreu (2017) e Strobel (2015). Ancoramo-nos em princípios da abordagem qualitativa (Bogdan e Biklen, 2002) e na Pesquisa (Auto)biográfica em Educação, como procedimentos realizamos entrevistas narrativas sinalizadas Rocha; Fagundes (2010) e analisamos os dados, conforme orientam Jovchelovitch e Bauer (2002), com a análise temática. Temos como lócus a Ufersa Caraúbas e como participantes quatro estudantes surdos do Curso de Licenciatura em Letras Libras. Os resultados mostram que os estudantes surdos expressam uma profunda insatisfação com a disponibilização dos serviços de saúde, pois além de se depararem sempre com a dependência de um familiar para intermediar a comunicação com os profissionais de saúde, enfrentam as barreiras do preconceito, reafirmando, por vezes, a exclusão e o desprezo pelas suas subjetividades. Pudemos evidenciar, ainda, o quanto os atendimentos aos surdos são precários, e que é urgente o desenvolvimento e a efetivação de ações inclusivas que contemplem as reivindicações do povo surdo, como qualificação para os profissionais de saúde, disponibilização de materiais informativos adaptados, bem como a contratação de intérpretes de Língua brasileira de sinais (Libras) por parte do poder público e de instituições privadas, para atuar em ambientes hospitalares. De tal modo, promover acessibilidade linguística, independência e a autonomia que a comunidade surda tem o direito e tanto luta para conquistar.The importance of linguistic accessibility for the deaf community is recognized by law, but adaptation in health systems and services is still limited. Miscommunication has become one of the main setbacks in the autonomy of these citizens, and it is from this context that this research aims to analyze what deaf students at the Federal Rural University of the Semi-Arido(UFERSA), Caraúbas Campus, Rio Grande do Norte-RN, say about their experiences in medical and hospital care. This study therefore focuses on the experiences of deaf people, asking about their experiences during medical-hospital care, what do they tell us? Are these spaces designed to be inclusive? We also questioned whether there really is social inclusion when deaf people need health care. In addition, we sought to identify whether health services are adequately adapted to serve deaf users, considering the importance of linguistic accessibility. Legally, the 1988 Federal Constitution consolidates and guarantees health and education as fundamental human rights (Brazil, 1988). The Brazilian Sign Language Law (Libras) No. 10.436/2002 in line with Decree 5.626/2005 regulates and legalizes the promotion of inclusion for deaf people in social spaces (Brasil, 2002-2005). The main authors behind the research are: Quadros (1997), Rocha and Passeggi (2017), Lopes and Abreu (2017). and Strobel (2015). We are based on the principles of the qualitative approach (Bogdan and Biklen, 2002) and on (Auto)biographical Research in Education. As procedures, we carried out narrative interviews, as indicated by Rocha and Fagundes (2010), and analyzed the data, as guided by Jovchelovitch and Bauer (2002), using thematic analysis. Our locus was Ufersa Caraúbas and the participants were four deaf students on the Libras Languages Degree course. The results show that the deaf students express deep dissatisfaction with the availability of health services, because as well as always having to rely on a family member to mediate communication with health professionals, they face the barriers of prejudice, sometimes reaffirming exclusion and disregard for their subjectivities. We were also able to see how precarious the care provided to the deaf is, and that there is an urgent need to develop and implement inclusive actions that take into account the demands of the deaf people, such as qualifications for health professionals, the provision of adapted information materials, as well as the hiring of Brazilian Sign Language (Libras) interpreters by public authorities and private institutions to work in hospital environments. In order to promote linguistic accessibility, independence and the autonomy that the deaf community has the right to and struggles so hard to achieve.77 f.Centro Multidisciplinar de Caraúbas - CMCBrasilUFERSAUniversidade Federal Rural do Semi-ÁridoRocha, Simone Maria daRocha, Simone Maria daCosta, Mifra Angélica Chagas daFerreira, João Batista NevesSantos, Ana Camila Rocha dos2024-05-17T16:35:50Z2024-05-17T16:35:50Z2024-04-12info:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionpdfapplication/pdfSANTOS, Ana Camila Rocha dos. Narrativas de estudantes surdos da Ufersa: experiências com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) no ambiente hospitalar. 2024. 77 f. TCC (Graduação) - Curso de Letras Libras, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Caraúbas, 2024.https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/10847Caraúbasinfo:eu-repo/semantics/openAccessUFERSAhttp://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/porreponame:Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU)instname:Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)instacron:UFERSA2024-05-18T03:01:14Zoai:repositorio.ufersa.edu.br:prefix/10847Repositório Institucionalhttps://repositorio.ufersa.edu.br/PUBhttps://repositorio.ufersa.edu.br/server/oai/requestrepositorio@ufersa.edu.br || admrepositorio@ufersa.edu.bropendoar:2024-05-18T03:01:14Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)false
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