Estudo da cinética dos parâmetros acidobásicos em hemodiálise
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/8411 |
Resumo: | Introdução. A acidose metabólica em diálise está associada a aumento na mortalidade. Valores de CO2 total <22 e <18mEq/L já foram citados como limiares para associação com mortalidade. Alcalose metabólica na chegada para a diálise (pH >7,4) também já foi associada à maior mortalidade. Detalhes acerca das modificações acidobásicas em hemodiálise (HD) são escassos na literatura, mas seriam relevantes para um adequado manuseio dos pacientes. Objetivo. Estimar o consumo de alimentos acidificantes e estudar a cinética dos parâmetros acidobásicos durante a sessão de diálise e ao longo da semana em pacientes em HD regular. Métodos. Estudo transversal com pacientes em HD. Aqueles com fístula artério-venosa (FAV) como acesso vascular e em diálise por >3 meses foram incluídos. Foram excluídos os com idade <20 anos, doença pulmonar crônica ou sorologia positiva para hepatites B/C ou HIV. Um questionário de frequência alimentar foi aplicado para avaliar o consumo de alimentos acidificantes. Amostras de sangue para gasometria foram coletadas do ramo arterial da FAV antes do início da 1ª. sessão da semana, imediatamente pós-HD e com intervalos de tempo de 15, 30, 45, 60 e 120 min pós-HD. Amostra adicional de sangue foi coletada cerca de 20 horas após o fim da primeira diálise e outra, ao início da 2ª. sessão da semana. A ureia foi dosada para realização de sua cinética concomitantemente com a do bicarbonato. Resultados. Trinta pacientes adultos foram analisados (homens, 50%; 23,3% diabéticos). A idade foi 55±15 anos e o tempo em diálise, 69 ± 53 meses. A avaliação nutricional revelou um escore de consumo de alimentos acidificantes de 19,7 ± 3,6. Após 120 min do fim da sessão de diálise, o rebote da ureia foi ~20% e o do bicarbonato, - 7%. Interessantemente, o valor do bicarbonato do intervalo foi comparável aos dos 120 min pós-HD só voltando a cair na amostra coletada antes da 2ª. sessão de diálise. Até 120 min, não se observou elevação do pCO2 que, na verdade, caiu em comparação com o valor pré-diálise. A média do pCO2 só esteve acima de 35 mmHg no intervalo dialítico. Conclusões. O consumo de alimentos acidificantes foi baixo, mas as taxas de frequência de CO2 total <18 mEq/L e <22 mEq/L, ao início da sessão de diálise do meio de semana, foram 30% e 83,3%, respectivamente. Houve uma queda, de ~7% no HCO3- pós-diálise imediato que se estabilizou em 15 minutos. O bicarbonato permaneceu estável, no mínimo, até 20h após a sessão de diálise o que pode ter implicações terapêuticas. A resposta respiratória à correção da acidose metabólica (que consistiria na elevação do pCO2) está prejudicada durante a sessão de HD – o procedimento está associado à hiperventilação |
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Aqueles com fístula artério-venosa (FAV) como acesso vascular e em diálise por >3 meses foram incluídos. Foram excluídos os com idade <20 anos, doença pulmonar crônica ou sorologia positiva para hepatites B/C ou HIV. Um questionário de frequência alimentar foi aplicado para avaliar o consumo de alimentos acidificantes. Amostras de sangue para gasometria foram coletadas do ramo arterial da FAV antes do início da 1ª. sessão da semana, imediatamente pós-HD e com intervalos de tempo de 15, 30, 45, 60 e 120 min pós-HD. Amostra adicional de sangue foi coletada cerca de 20 horas após o fim da primeira diálise e outra, ao início da 2ª. sessão da semana. A ureia foi dosada para realização de sua cinética concomitantemente com a do bicarbonato. Resultados. Trinta pacientes adultos foram analisados (homens, 50%; 23,3% diabéticos). A idade foi 55±15 anos e o tempo em diálise, 69 ± 53 meses. A avaliação nutricional revelou um escore de consumo de alimentos acidificantes de 19,7 ± 3,6. Após 120 min do fim da sessão de diálise, o rebote da ureia foi ~20% e o do bicarbonato, - 7%. Interessantemente, o valor do bicarbonato do intervalo foi comparável aos dos 120 min pós-HD só voltando a cair na amostra coletada antes da 2ª. sessão de diálise. Até 120 min, não se observou elevação do pCO2 que, na verdade, caiu em comparação com o valor pré-diálise. A média do pCO2 só esteve acima de 35 mmHg no intervalo dialítico. Conclusões. O consumo de alimentos acidificantes foi baixo, mas as taxas de frequência de CO2 total <18 mEq/L e <22 mEq/L, ao início da sessão de diálise do meio de semana, foram 30% e 83,3%, respectivamente. Houve uma queda, de ~7% no HCO3- pós-diálise imediato que se estabilizou em 15 minutos. O bicarbonato permaneceu estável, no mínimo, até 20h após a sessão de diálise o que pode ter implicações terapêuticas. A resposta respiratória à correção da acidose metabólica (que consistiria na elevação do pCO2) está prejudicada durante a sessão de HD – o procedimento está associado à hiperventilaçãoO presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de financiamento 001Introduction. Metabolic acidosis on dialysis is associated with increased mortality. Values of total CO2 <22mE/L and <18mEq/L have already been cited as thresholds for association with mortality. Metabolic alkalosis on arrival for dialysis (pH >7.4) has also been associated with higher mortality. Details about the acid-base modifications in hemodialysis (HD) are scarce in the literature, but could be relevant for an adequate handling of the patients. Objectives. To estimate the consumption of acidic foods and to study the kinetics of acid-base parameters during the dialysis session and throughout the week in patients with regular HD. Methods. Cross-sectional study with patients in HD. Those with arteriovenous fistula (AVF) as vascular access and on dialysis for >3 months were included. Patients aged <20 years, chronic lung disease or positive serology for hepatitis B/C or HIV were excluded. A food frequency questionnaire was applied to evaluate the consumption of acidic foods. Samples for blood gas analysis were obtained from the arterial limb of the AVF before the first session of the week (HD1), immediately at the end of HD1, and on sequential collections at 15, 30, 45, 60 and 120 minutes post-HD1. An additional blood sample was collected approximately 20 hours after the end of the first dialysis (Interval) and another at the beginning of the second session of the week. The urea was determined to study its kinetics concomitantly with that of bicarbonate. Results. Thirty adult patients were analyzed (men, 50%, 23.3% diabetics). Age was 55±15 years and dialysis time was 69±53 months. The nutritional evaluation revealed a consumption of acidic foods of 19.7±3.6. After 120 min of the end of the dialysis session, the rebound of urea was ~20% and that of bicarbonate, -7%. Interestingly, the bicarbonate value of the interval was comparable to that of the 120 min post HD, only falling again in the sample collected before the second dialysis session. Up to 120 min, there was no elevation of pCO2, which actually fell compared to the pre-dialysis value. The mean of pCO2 was only above 35 mmHg in the interval sample. Conclusions. The consumption of acidic foods was low, but the frequencies of total CO2 <18 mEq/L and <22 mEq/L at the start of the mid-week dialysis session were 30% and 83.3%, respectively. There was a drop of ~7% in HCO3- immediate post-dialysis that stabilized in 15 minutes. The bicarbonate remained stable for at least 20 hours after the dialysis session, a finding that may have therapeutic implications. Respiratory response to the correction of metabolic acidosis (which would consist of elevation of pCO2) is impaired during the HD session - the procedure is associated with hyperventilation79f.Lugon, Jocemir RonaldoAlmeida, Jorge ReisSampaio, Elisa de AlbuquerqueSantos, Sérgio Fernando Ferreira dosLeite Júnior, Maurilo de Nazaré de LimaMarques, Luiz Paulo Joséhttp://lattes.cnpq.br/8938871933524754http://lattes.cnpq.br/9156435268618505http://lattes.cnpq.br/7347122112655880http://lattes.cnpq.br/6317100553953125http://lattes.cnpq.br/0860702479480737http://lattes.cnpq.br/6802063219382444http://lattes.cnpq.br/4544447161637428Pereira, Giselly Rosa Modesto2019-01-30T14:11:27Z2019-01-30T14:11:27Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfPEREIRA, Giselly Rosa Modesto. Estudo da cinética dos parâmetros acidobásicos em hemodiálise. 2018. 79 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas)- Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018.https://app.uff.br/riuff/handle/1/8411Aluno de Doutoradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-06-05T19:23:20Zoai:app.uff.br:1/8411Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:00:49.049887Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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