Investigação da resistência aos antimicrobianos entre amostras de Streptococcus agalactiae isoladas de gestantes durante a emergência internacional de COVID-19

• Autor(a) principal: Barros, Clarissa Campos
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/32695
• topic: S. agalactiae; Antimicrobianos; Resistência; Gestantes; COVID-19; Resistência microbiana a medicamentos; Streptococcus agalactiae; COVID-19; Gestantes; S. agalactiae; Antimicrobials; Resistance; Pregnant women; COVID-19

Streptococcus agalactiae ou estreptococo do grupo B (EGB) é considerado um importante agente etiológico de infecções neonatais graves. Desde 1996, o American College of Obstetricians and Gynecologists e o Centers for Disease Control and Prevention estabeleceram as principais diretrizes para a profilaxia da infecção estreptocócica neonatal, que consistem na triagem universal de gestantes e na antibioticoprofilaxia intraparto (API) baseada na administração da penicilina. No Brasil, o Ministério da Saúde, recomenda a adoção dessas medidas em gestantes em risco de trabalho de parto prematuro e a API das gestantes colonizadas e em casos de risco de sepse neonatal. Diante da relevância das infecções neonatais por EGB, da mortalidade associada e suas sequelas, do aumento do consumo de macrolídeos durante a pandemia de COVID-19 e dos relatos de resistência e/ou suscetibilidade reduzida aos antimicrobianos recomendados na API, a investigação do perfil de suscetibilidade das amostras se faz essencial e pode subsidiar a implantação de políticas públicas de prevenção da infecção. O objetivo deste estudo foi investigar a resistência aos antimicrobianos entre amostras de EGB, isoladas de gestantes durante a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) de COVID-19. Outros objetivos incluem: avaliar o comportamento das amostras frente aos antimicrobianos recomendados para a API e contra infecções, investigar os fenótipos e os genótipos de resistência aos macrolídeos e comparar os critérios nacional (BrCAST) e internacional (CLSI) de interpretação dos testes de suscetibilidade aos antimicrobianos (TSA). Fizeram parte deste estudo 116 amostras bacterianas que foram submetidas a testes fenotípicos para a identificação da espécie. O TSA foi realizado pela técnica disco-difusão segundo critérios do CLSI. Foi detectada resistência à clindamicina (5,1%), eritromicina (25,8%), levofloxacina (3,4%) e tetraciclina (73,2%). As principais discrepâncias entre os dois critérios de intepretação foram: a ausência de diferenciação entre amostras intermediárias e resistentes para a tetraciclina, clindamicina e eritromicina pelo BrCAST e a diferença entre os pontos de corte para a levofloxacina. Entre as amostras não suscetíveis à eritromicina, constatou-se a prevalência do fenótipo M associado ao gene mefA. Seis (5,1%) amostras foram consideradas multirresistentes, incluindo as opções terapêuticas mais recomendadas na API e tratamento de infecções. Os dados obtidos evidenciam a importância de incluir, durante o pré-natal realizado no país, a triagem da colonização por EGB com avaliação do comportamento das amostras frente aos antimicrobianos durante as análises realizadas em laboratórios de microbiologia a fim de garantir o tratamento adequado e a eficácia da API.