Educação química sob o paradigma da complexidade e a perspectiva CTSA: uma proposta metodológica e reflexiva

• Autor(a) principal: Faur, Alexandre Rodrigues
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/4972
• topic: Educação química; CTS; Aprendizagem; Teoria da complexidade; Ensino de química; Processo de ensino-aprendizagem; Ensino médio; Metodologia; Complexidade (Filosofia); Chemical education; STS; Learning; Theory of complexity

Nesse trabalho tem-se por hipótese que os alunos se sentem excluídos das decisões curriculares e do planejamento das atividades de aula, e também não veem significado nos conteúdos científicos que fazem parte da abordagem tradicional, marcadamente positivista. Além disso, constata-se a dificuldade em estabelecerem conexões entre os conceitos científicos escolares e sua aplicabilidade cotidiana. Tais fatos são componentes importantes no entendimento do fracasso recorrente na química enquanto componente curricular. A fim de melhor compreender essa questão, esse trabalho procurou referência na teoria da complexidade de Edgar Morin e no movimento CTS para a educação em ciências, com o objetivo de elaborar e avaliar as contribuições de uma metodologia onde as temáticas se constituem em objetos centrais de estudos de onde emanam os conceitos/saberes científicos necessários ao entendimento do tema que se propõe, visando ainda superar o modelo tradicional. Para tal, realizou-se um estudo baseado no desenvolvimento do currículo do 3º ano do ensino médio de um colégio da rede estadual na cidade do Rio de Janeiro, através de uma concepção metodológica, centrada no protagonismo dos alunos, na contextualização, na horizontalização das relações e no uso de recursos didáticos diversificados, sempre visando a busca pelo conhecimento pertinente, capaz de instigar o interesse dos alunos pelas ciências. Adicionalmente, a fim de trazer maior consistência às conclusões sobre aprendizagens, buscou-se comparar o desempenho da turma submetida à proposta com outra, de características individuais e socioeconômicas semelhantes, que teve aulas de química tradicionais, ou seja, verticalizadas, centradas no professor e com a disciplinarização e hiperespecialização dos tópicos, conforme rege o paradigma ainda vigente. O fruto dessa pesquisa explicitou uma melhora no desempenho dos alunos submetidos à metodologia baseada na complexidade/CTS, com maior grau de aproveitamento em avaliações formais, sobretudo quando comparado aos que permaneceram no modelo tradicional. Concomitantemente, pode-se observar, através de entrevistas e diagnoses, que os discentes revelaram sua predileção por esse tipo de abordagem, com destaque para a possibilidade de opinar na condução do processo de ensino-aprendizagem. Em decorrência do estudo realizado foi elaborada uma publicação, voltada aos docentes de química, que compila as principais etapas dessa metodologia, com sugestões que vão desde a proposição das temáticas, passando pelos textos de apoio e culminando com as atividades lúdicas propostas em cada momento planejado do processo de ensino-aprendizagem em estudo