Aspectos epistemológicos da abordagem de Reggio Emilia na Educação Infantil: uma leitura a partir da teoria dos paradigmas de Thomas Kuhn

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Burdzinski, Edina Maria
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1770
Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo estudar os aspectos epistemológicos de uma experiência concreta na educação da primeira infância que surge no início da segunda metade do século XX, no norte da Itália, na cidade de Reggio Emilia, e de lá se difunde para o mundo. Esta pedagogia, que tem como mentor e precursor o pedagogo e psicólogo italiano Loris Malaguzzi, afirma a infância como categoria geracional, social e histórica e geograficamente construída, heterogênea, atravessada pelas variáveis de gênero, classe, religião e etnia. Assim, essa experiência educativa torna-se com o passar do tempo, uma coleção de escolas para crianças pequenas, nas quais o potencial intelectual, emocional, social e moral de cada criança é cuidadosamente cultivado e orientado. E que fazem a cidade de Reggio Emilia ser mundialmente reconhecida como cidade educadora de primeira infância, e sua experiência educacional ser conhecida como Abordagem de Reggio Emília. Na busca por compreender se esta abordagem reúne elementos que possam torná-la um novo paradigma na educação infantil, esta pesquisa, de caráter bibliográfica e interdisciplinar, se aliou à Filosofia da Ciência, e a partir da teoria dos paradigmas de Thomas Kuhn, em sua obra A estrutura das revoluções científicas (1998), fez uma analogia com os conceitos Kuhnianos buscando apontar os elementos que caracterizam a abordagem italiana como um novo paradigma na educação da primeira infância. A escolha da teoria dos paradigmas de Thomas Kuhn contemplou a possibilidade de se utilizar da Filosofia da Ciência como parâmetro, ou até mesmo como ferramenta. E dessa forma, como possibilidade de medir e avaliar o que se apresenta no campo da educação infantil enquanto teoria pensada e prática pedagógica vivenciada. A pesquisa possibilitou evidenciar que olhando num retrospecto histórico, a constituição moderna de educação apoia-se em estruturas disciplinares, sistemáticas e calcadas nos preceitos da cientificidade metodológica e com forte apelo na posição do adulto como detentor do conhecimento dos saberes do mundo e na figura da criança como um infante, alguém ainda sem fala sobre o que é o mundo, ou ainda mais instigante; como ele poderia ser. Ao voltarmos nossas análises para um ponto central das práticas iniciadas por Malaguzzi nas escolas de educação da primeira infância italiana, que é a imagem da criança como alguém que também pode nos ensinar, a pesquisa evidenciou que o marco dessa experiência italiana é a imagem das crianças como ricas, fortes e poderosas. A ênfase é colocada em vê-las como sujeitos únicos, com direitos, em vez de simplesmente com necessidades. Esta visão para a criança contrasta com relação ao modo como até então se entendia o papel da infância nos processo de ensino e aprendizagem. E que analisando a construção e o legado de Malaguzzi, percebemos que ele se tornou promotor de uma filosofia da educação inovadora, criativa, capaz de valorizar o patrimônio de potencialidades e recursos que emergem das diferentes linguagens das crianças, tornando a Abordagem de Reggio Emilia um paradigma em disputa com a educação adultocêntrica e com base apenas na transmissão.
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E que fazem a cidade de Reggio Emilia ser mundialmente reconhecida como cidade educadora de primeira infância, e sua experiência educacional ser conhecida como Abordagem de Reggio Emília. Na busca por compreender se esta abordagem reúne elementos que possam torná-la um novo paradigma na educação infantil, esta pesquisa, de caráter bibliográfica e interdisciplinar, se aliou à Filosofia da Ciência, e a partir da teoria dos paradigmas de Thomas Kuhn, em sua obra A estrutura das revoluções científicas (1998), fez uma analogia com os conceitos Kuhnianos buscando apontar os elementos que caracterizam a abordagem italiana como um novo paradigma na educação da primeira infância. A escolha da teoria dos paradigmas de Thomas Kuhn contemplou a possibilidade de se utilizar da Filosofia da Ciência como parâmetro, ou até mesmo como ferramenta. 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A ênfase é colocada em vê-las como sujeitos únicos, com direitos, em vez de simplesmente com necessidades. Esta visão para a criança contrasta com relação ao modo como até então se entendia o papel da infância nos processo de ensino e aprendizagem. E que analisando a construção e o legado de Malaguzzi, percebemos que ele se tornou promotor de uma filosofia da educação inovadora, criativa, capaz de valorizar o patrimônio de potencialidades e recursos que emergem das diferentes linguagens das crianças, tornando a Abordagem de Reggio Emilia um paradigma em disputa com a educação adultocêntrica e com base apenas na transmissão.Esta investigación tuvo como objetivo estudiar los aspectos epistemológicos de una experiencia concreta en la educación de la primera infancia que surge al inicio de la segunda mitad del siglo XX, en el norte de Italia, en la ciudad de Reggio Emilia, y de allí se difunde hacia el mundo. Esta pedagogía, que tiene como mentor y precursor el pedagogo italiano Loris Malaguzzi, afirma la infancia como categoría generacional, social e histórica y geográficamente construida, heterogénea, atravesada por las variables de género, clase, religión y etnia. Así, esa experiencia educativa se convierte con el paso del tiempo, una colección de escuelas para niños pequeños, en las cuales el potencial intelectual, emocional, social y moral de cada niño es cuidadosamente cultivado y orientado. Y que hacen que la ciudad de Reggio Emilia sea mundialmente reconocida como ciudad educadora de primera infancia, y su experiencia educativa sea conocida como Enfoque de Reggio Emilia. En la búsqueda por comprender si este enfoque reúne elementos que puedan convertirlo en un nuevo paradigma en la educación infantil, esta investigación, de carácter bibliográfico e interdisciplinario, se alió a la Filosofía de la Ciencia, ya partir de la teoría de los paradigmas de Thomas Kuhn, La estructura de las revoluciones científicas (1998), hizo una analogía con los conceptos Kuhnianos buscando apuntar los elementos que caracterizan el enfoque italiano como un nuevo paradigma en la educación de la primera infancia. La elección de la teoría de los paradigmas de Thomas Kuhn contempló la posibilidad de utilizar la Filosofía de la Ciencia como parámetro, o incluso como herramienta. Y de esa forma, como posibilidad de medir y evaluar lo que se presenta en el campo de la educación infantil como teoría pensada y práctica pedagógica vivenciada. La investigación posibilitó evidenciar que mirando en una retrospectiva histórica, la constitución moderna de educación se apoya en estructuras disciplinares, sistemáticas y calcadas en los preceptos de la cientificio metodológico y con fuerte llamamiento en la posición del adulto como poseedor del conocimiento de los saberes del mundo y en la figura de la niño como un infante, alguien aún sin hablar de lo que es el mundo, o aún más instigador; como podría ser. Al volver nuestros análisis a un punto central de las prácticas iniciadas por Malaguzzi en las escuelas de educación de la primera infancia italiana, que es la imagen del niño como alguien que también puede enseñarnos, la investigación evidenció que el marco de esa experiencia italiana es la imagen de los niños como ricas, fuertes y poderosas. El énfasis se pone en verlas como sujetos únicos, con derechos, en vez de simplemente con necesidades. Esta visión para el niño contrasta con el modo en que hasta entonces se entendía el papel del niño en los procesos de enseñanza y aprendizaje. Y que analizando la construcción y el legado de Malaguzzi, percibimos que se ha convertido en promotor de una filosofía de la educación innovadora, creativa, capaz de valorar el patrimonio de potencialidades y recursos que emergen de los diferentes lenguajes de los niños, haciendo el Enfoque de Reggio Emilia un paradigma en disputa con la educación basada en la transmisión y adultocéntrica.Submitted by Tania Ivani Rokohl (tania.rokohl@uffs.edu.br) on 2018-03-12T12:34:19Z No. of bitstreams: 1 BURDZINSKI.pdf: 1216464 bytes, checksum: 5ef79382874f7c0c4c11eedad0f242e5 (MD5)Approved for entry into archive by Diego dos Santos Borba (dborba@uffs.edu.br) on 2018-03-12T12:46:32Z (GMT) No. of bitstreams: 1 BURDZINSKI.pdf: 1216464 bytes, checksum: 5ef79382874f7c0c4c11eedad0f242e5 (MD5)Made available in DSpace on 2018-03-12T12:46:32Z (GMT). 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