A Escola Estadual de 1º GRAU João Fernandes, em Maracaju, de 1974 a 1991: Sinais da cultura escolar

• Autor(a) principal: Ortlieb, Mayara Ramos
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
• Texto Completo: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4900
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::FUNDAMENTOS DA EDUCACAO::HISTORIA DA EDUCACAO; Cultura escolar; Educação - história; atividades extracurriculares; School culture; Educational history; Extracurricular activities

Esta Dissertação de Mestrado em Educação vincula-se à linha de pesquisa História da Educação, Memória e Sociedade do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação na Universidade Federal da Grande Dourados (PPGEdu/FAED/UFGD). Tem como tema a cultura escolar em uma instituição do sul de Mato Grosso do Sul. O objetivo geral desta dissertação foi analisar aspectos do funcionamento da Escola Estadual de 1º Grau João Fernandes, instituição que funcionou sob essa alcunha no período de 1974 a 1991, no município de Maracaju, período que delimitamos como recorte temporal desta pesquisa. Como objetivos específicos, intencionamos recolher documentação sobre a escola nesse período referido; analisar elementos da arquitetura escolar considerando as fotografias disponíveis; problematizar elementos do currículo escolar em acordo com a época e a documentação da instituição; evidenciar aspectos das práticas de funcionamento da instituição como festividades e atividades extracurriculares, especificamente um Clube Escolar. A referida delimitação temporal refere-se, respectivamente, ao momento que, por causa da promulgação da Lei nº 5.692/1971, as instituições nomeadas de Grupo Escolar passaram a ser responsabilidade do Estado e foram divididas em escolas de 1º ou 2º grau, dependendo do número de alunos e público alcançado, fato que aconteceu com a escola aqui investigada, e quando a escola recebeu outra denominação. Para analisarmos os indicados aspectos do funcionamento da Escola Estadual de 1º Grau João Fernandes tivemos como base a Cultura Escolar, entendendo-a como manifestações das práticas e do cotidiano da instituição que se constitui no tensionamento entre a cultura social e a própria instituição. Esses aspectos foram compreendidos na condição de sinais, segundo a perspectiva de carlos Guinburg, pois nos fornecem pistas para problematizar a história da escola em determinado tempo histórico. Também dialogamos com autores da História da Educação para analisar as fontes, as quais são oriundas do arquivo da escola, da Prefeitura de Maracaju e de pessoas que estudaram e trabalharam durante os anos dos quais estabelecemos como recorte temporal, a saber o período de 1974 a 1991. Utilizamos Leis, Decretos, Livros de Matrícula, fotografias e “depoimentos orais” de algumas pessoas, considerando os temas que emergiram durante a estruturação da pesquisa. Diante da pesquisa, podemos considerar que o currículo escolar na década de 1970 foi marcado pelo impacto da Ditadura Militar, pois tinha a tentativa de levar às crianças um aspecto de civilidade e espírito de nação, sobretudo por meio do ensino de Língua Portuguesa, que foi determinado como o principal “conteúdo” da época. A partir de 1971 o ingresso na escola foi facilitado, pois foi extinto o exame de admissão, fato que contribuiu para a democratização da escola e possivelmente alterou o perfil de alunos da instituição, que passou a receber crianças pobres, conforme percebemos em alguns registros de matrículas. Além disso, as festas, comemorações e rituais que estiveram presentes no cotidiano da Escola Estadual de 1º Grau João Fernandes fizeram parte desse cenário, assim como o Clube Escolar, que tinha a prática de esporte como principal finalidade, buscando formar pessoas em seus aspectos físicos e sociais. Analisando os aspectos de funcionamento da Escola Estadual de 1º Grau João Fernandes, entre os anos de 1974 e 1991, tivemos a oportunidade de ir de encontro aos “seres de carne e osso” que passam a narrar suas vidas e as histórias contadas por cada um deles traçam mais uma peça no cenário da história da educação brasileira.