A proposta de redação do ENEM e a velha dissertação: uma relação problemática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Raído (Online) |
Texto Completo: | https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/6465 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho, com base em pesquisas de um grupo que tem se dedicado a investigar o ensino de língua portuguesa fundado na noção de gêneros do discurso, é refletir sobre esse horizonte discursivo no que diz respeito às propostas linguístico-pedagógicas de trabalho com gêneros discursivos de natureza argumentativa, tomando como material de análise o modelo atual de proposta de redação do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Os aspectos discursivos pertinentes à noção de gênero têm sido levados em consideração por esse modelo? Em que medida os fundamentos linguístico-pedagógicos dessa proposta vão de encontro aos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, o principal documento governamental relacionado ao ensino dos últimos anos? Ao se repensar, nos últimos trinta anos, pelo menos, a prática escolar de ensino de leitura e produção de texto, a partir, principalmente, do conceito de gêneros do discurso, tem-se buscado repensar toda uma concepção de linguagem e de sujeito, presente nas escolas e na sociedade. No entanto, a despeito de mudanças importantes nesse contexto, a proposta de redação do Enem parece ainda se encontrar no limiar de uma visão objetivo-abstrata de língua e de uma visão cognitivo-idealista de sujeito da linguagem. Neste trabalho, a fim de observar essa “condição limiar” (BAKHTIN, 2009), colocamos em diálogo a Proposta de Redação do Enem, e seus fundamentos descritos no Guia de Redação do Enem (INEP, 2013), e alguns princípios presentes nos PCN de Língua Portuguesa (BRASIL, 1998). O cotejo entre esses dois discursos oficiais sobre o mesmo objeto, o texto, pode ser indiciário (GINZBURG, 1986) da relação tensa que tem se configurado, neste início do século XXI, tanto na teoria quanto na prática, entre uma perspectiva textual, de base logicista e uma perspectiva discursiva, de base dialógica. |
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