Expressões fixas do português formadas a partir de nomes gerais: Aspectos lexicais e variacionistas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luanna de Sousa do Nascimento Oliveira
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/RMSA-ALSQ77
Resumo: Este trabalho propõe analisar a variação lexical e variação diatópica de expressões fixas formadas por nomes gerais no português brasileiro. As expressões fixas, embora tenham por característica principal a cristalização, estão propensas a uma escala maior ou menor de fixidez. Nesse ambiente, em expressões, como não falar coisa com coisa e não dizer coisa com coisa, constata-se que, além de conterem o mesmo sentido, discurso desconexo, não há variação, neste caso, quanto ao nome geral, e sim dos demais componentes que o acompanham. Por outro lado, podem ser observadas substituições do próprio nome geral, como em dar uma coisa e dar um negócio, em que o significado de perder os sentidos é mantido apesar da variação. Os nomes gerais (general nouns) são definidos por Halliday e Hasan (1995 [1976], p. 274) como uma classe de nomes situada entre as classes abertas e fechadas, que possui importante função coesiva por envolver o mínimo de conteúdo semântico referencial. No que concerne à variação diatópica no território brasileiro, como observa Fulgêncio (2008, p. 369), o uso de algumas expressões fixas pode ser considerado tipicamente regional, pois há variação geográfica. Foram selecionados para a análise os nomes coisa, negócio, trem, troço, pessoa, homem, mulher, cara e lugar. O corpus foi extraído dos dicionários Aulete Digital, Ferreira (2010), Houaiss (2009) e Rocha (2011) e de 411 transcrições, em um total de 1.585. 357 palavras, dos projetos O uso de nomes gerais nos falares mineiros, PORCUFORT, Grupo Discurso & Gramática e Norma Urbana Oral Culta. Foi constatado que, quanto à variação lexical, mais especificamente aos elementos que variam em mesmo contexto sintático dos nomes gerais, se restringem ao mesmo campo semântico, além de estarem limitados aos demonstrativos (esse/este/aquele), aos verbos (ser/ter) e à inserção/remoção de elementos tais como advérbio de lugar (lá) e artigo (o). No que diz respeito à variação do próprio nome geral, esta se dá mais facilmente em marcadores conversacionais. Quanto à variação diatópica, seguindo a indicação dos dicionários no que concerne ao nome geral trem, os marcadores conversacionais esse trem de e esse trem todo se restringem ao falar mineiro, demonstrando um possível indício de uso regional da expressão fixa.
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Os nomes gerais (general nouns) são definidos por Halliday e Hasan (1995 [1976], p. 274) como uma classe de nomes situada entre as classes abertas e fechadas, que possui importante função coesiva por envolver o mínimo de conteúdo semântico referencial. No que concerne à variação diatópica no território brasileiro, como observa Fulgêncio (2008, p. 369), o uso de algumas expressões fixas pode ser considerado tipicamente regional, pois há variação geográfica. Foram selecionados para a análise os nomes coisa, negócio, trem, troço, pessoa, homem, mulher, cara e lugar. O corpus foi extraído dos dicionários Aulete Digital, Ferreira (2010), Houaiss (2009) e Rocha (2011) e de 411 transcrições, em um total de 1.585. 357 palavras, dos projetos O uso de nomes gerais nos falares mineiros, PORCUFORT, Grupo Discurso & Gramática e Norma Urbana Oral Culta. Foi constatado que, quanto à variação lexical, mais especificamente aos elementos que variam em mesmo contexto sintático dos nomes gerais, se restringem ao mesmo campo semântico, além de estarem limitados aos demonstrativos (esse/este/aquele), aos verbos (ser/ter) e à inserção/remoção de elementos tais como advérbio de lugar (lá) e artigo (o). No que diz respeito à variação do próprio nome geral, esta se dá mais facilmente em marcadores conversacionais. Quanto à variação diatópica, seguindo a indicação dos dicionários no que concerne ao nome geral trem, os marcadores conversacionais esse trem de e esse trem todo se restringem ao falar mineiro, demonstrando um possível indício de uso regional da expressão fixa.This thesis intended to analyze the lexical and the diatopic variation of fixed expressions (FEs) of Brazilian Portuguese made of general nouns. Although the FEs have the crystallization as their main feature, they have degrees of fixity. In this context, expressions such as não falar coisa com coisa and não dizer coisa com coisa have the same meaning (disconnected speech); there is no variation concerning the general noun coisa (thing), but there are changes in the other components of the FE. On the other hand, one can observe substitutions of the general noun coisa in other FEs, such as dar uma coisa and dar um negócio, in which the meaning of losing the senses is kept despite the variation. The general nouns are defined by Halliday and Hasan (1995 [1976], p. 274) as a class of nouns in between the open classes and the closed ones which have important cohesive function since they comprehend minimum referential semantic content. In relation to the diatopic variation in Brazilian territory, as observed by Fulgêncio (2008, p. 369), the use of some FEs can be considered typically regional, because there is geographic variation. The nouns coisa, negócio, trem, troço, pessoa, homem, mulher, cara and lugar were selected to be analized. The corpora were extracted from the dictionaries Aulete Digital, Ferreira (2010), Houaiss (2009) and Rocha (2011) and from 411 transcriptions from the projects O uso de nomes gerais nos falares mineiros, PORCUFORT, and Grupo Discurso & Gramática e Norma Urbana Oral Culta, in a total of 1,585,357 words. It was verified that, regarding the elements that vary in the same syntactic context of the general nouns, the lexical variation is restricted to the same semantic field and is limited to the demonstratives pronouns esse / este / aquele, to the verbs ser / ter, and to the insertion/removal of elements, such as the adverb of place lá and the definite article o. The general noun variation itself happens more easily in conversational markers. Regarding the diatopic variation, following the indication of the dictionaries concerning the general noun trem, the conversational markers esse trem de and esse trem todo are restricted to the Mineiro way of speaking, demonstrating a possible indication of regional use of the FE.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMudanças lingüísticasLingua portuguesa EtimologiaLíngua portuguesa Regionalismos Minas GeraisLíngua portuguesa VariaçãoLíngua portuguesa LexicologiaToponímiaVariação lexicalExpressão fixaNomes geraisVariação diatópicaExpressões fixas do português formadas a partir de nomes gerais: Aspectos lexicais e variacionistasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_luanna___vers_o_p_s.pdfapplication/pdf1016588https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/RMSA-ALSQ77/1/disserta__o_luanna___vers_o_p_s.pdf6859a77d19e670da187d208a311c8b2fMD51TEXTdisserta__o_luanna___vers_o_p_s.pdf.txtdisserta__o_luanna___vers_o_p_s.pdf.txtExtracted texttext/plain183660https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/RMSA-ALSQ77/2/disserta__o_luanna___vers_o_p_s.pdf.txt431aa36d6455cbabe9748cb999cca623MD521843/RMSA-ALSQ772019-11-14 08:11:26.838oai:repositorio.ufmg.br:1843/RMSA-ALSQ77Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:11:26Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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