Infrequência escolar e relação família-escola: perspectivas de professores, estudantes e mães/responsáveis
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/31791 |
Resumo: | Este trabalho parte de um contraste constatado, atualmente, no campo educacional: de um lado, um discurso recorrente entre atores educacionais, segundo o qual as famílias de camadas populares são, muitas vezes, omissas ou negligentes em relação à escolaridade de seus filhos; e, de outro lado, numerosos estudos da sociologia da educação segundo os quais “a omissão parental é um mito” (LAHIRE, 1997). Em vista disso, esta dissertação tem por objetivo compreender as implicações mútuas entre o fenômeno da infrequência escolar e a relação de famílias de camadas populares com o processo de escolarização dos filhos, tendo como enfoque a discussão do chamado “mito da omissão parental”. Parte-se do pressuposto de que os casos desses estudantes constituem situações profícuas para se problematizar a questão da omissão (ou participação) parental, uma vez que nem sequer a condição mais básica da escolaridade - a presença do aluno na escola - estaria sendo assegurada. Buscou-se tratar essa questão a partir das perspectivas dos professores, dos estudantes e dos seus responsáveis. Para esse fim, selecionou-se uma escola municipal de Belo Horizonte, localizada em área de vulnerabilidade social, e realizaram-se entrevistas com professores, sessões de grupos focais com estudantes de 12 a 16 anos e visitas domiciliares/entrevistas a sete famílias de estudantes que apresentavam, no momento da coleta de dados, problemas relacionados à frequência escolar. A análise dos dados indica que, em seus discursos, os professores entrevistados manifestam certa compreensão sobre a realidade social do aluno e as dificuldades encontradas pelas famílias mais vulneráveis no acompanhamento da vida escolar dos filhos. Porém, persiste entre eles, de modo velado, a percepção de que alguns responsáveis não dão importância ao processo de escolarização de sua prole. As discussões dos grupos focais sugerem que, na visão dos estudantes, suas famílias acompanham sua vida escolar, mas eles próprios utilizam determinados artifícios para burlar a vigilância dos pais, demonstrando como a agência individual do aluno pode interferir na relação família-escola. Por fim, as entrevistas realizadas nas visitas domiciliares revelam que os casos de estudantes com baixa frequência escolar estudados podem ser explicados, muitas vezes, por fatores ligados às condições sociais de existência das famílias; porém, há situações em que outras variáveis precisam ser levadas em consideração, sejam elas relacionadas à família – como as formas de autoridade familiar e as disposições temporais –, ao próprio estudante – tais como as culturas juvenis – ou ao sistema escolar – ausência de ações efetivas no combate ao absenteísmo discente. Dessa forma, levantam-se questões que permitem problematizar o entendimento de que a omissão parental em meios populares é um mito. |
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Tânia de Freitas Resendehttp://lattes.cnpq.br/0757544530149064Rosa Maria da Exaltação CoutrimMaria Amalia de Almeida Cunhahttp://lattes.cnpq.br/5209738187948252Elton César dos Santos2020-01-09T21:21:18Z2020-01-09T21:21:18Z2019-08-14http://hdl.handle.net/1843/31791Este trabalho parte de um contraste constatado, atualmente, no campo educacional: de um lado, um discurso recorrente entre atores educacionais, segundo o qual as famílias de camadas populares são, muitas vezes, omissas ou negligentes em relação à escolaridade de seus filhos; e, de outro lado, numerosos estudos da sociologia da educação segundo os quais “a omissão parental é um mito” (LAHIRE, 1997). Em vista disso, esta dissertação tem por objetivo compreender as implicações mútuas entre o fenômeno da infrequência escolar e a relação de famílias de camadas populares com o processo de escolarização dos filhos, tendo como enfoque a discussão do chamado “mito da omissão parental”. Parte-se do pressuposto de que os casos desses estudantes constituem situações profícuas para se problematizar a questão da omissão (ou participação) parental, uma vez que nem sequer a condição mais básica da escolaridade - a presença do aluno na escola - estaria sendo assegurada. Buscou-se tratar essa questão a partir das perspectivas dos professores, dos estudantes e dos seus responsáveis. Para esse fim, selecionou-se uma escola municipal de Belo Horizonte, localizada em área de vulnerabilidade social, e realizaram-se entrevistas com professores, sessões de grupos focais com estudantes de 12 a 16 anos e visitas domiciliares/entrevistas a sete famílias de estudantes que apresentavam, no momento da coleta de dados, problemas relacionados à frequência escolar. A análise dos dados indica que, em seus discursos, os professores entrevistados manifestam certa compreensão sobre a realidade social do aluno e as dificuldades encontradas pelas famílias mais vulneráveis no acompanhamento da vida escolar dos filhos. Porém, persiste entre eles, de modo velado, a percepção de que alguns responsáveis não dão importância ao processo de escolarização de sua prole. As discussões dos grupos focais sugerem que, na visão dos estudantes, suas famílias acompanham sua vida escolar, mas eles próprios utilizam determinados artifícios para burlar a vigilância dos pais, demonstrando como a agência individual do aluno pode interferir na relação família-escola. Por fim, as entrevistas realizadas nas visitas domiciliares revelam que os casos de estudantes com baixa frequência escolar estudados podem ser explicados, muitas vezes, por fatores ligados às condições sociais de existência das famílias; porém, há situações em que outras variáveis precisam ser levadas em consideração, sejam elas relacionadas à família – como as formas de autoridade familiar e as disposições temporais –, ao próprio estudante – tais como as culturas juvenis – ou ao sistema escolar – ausência de ações efetivas no combate ao absenteísmo discente. Dessa forma, levantam-se questões que permitem problematizar o entendimento de que a omissão parental em meios populares é um mito.This study is based on two different views that coexist in the educational field: on the one hand, there have been a recurrent discourse among educational actors according to which working-class families are often negligent in relation to their children’s schooling; on the other hand, many studies from the sociology of education have argued that “parental neglect are a myth” (LAHIRE, 1997). Then, this thesis aims to understand the mutual implications between the phenomenon of school absenteeism and the relationship between working-class families and their children's schooling process, focusing on the discussion of the so-called “myth of parent omission”. In view of this, this master’s thesis aims to analyze the ways in which the relationships between families of working-class students and their respective educational institution. It is assumed that the cases of these students are useful situations to question the issue of parental neglect (or support), since not even the most basic condition of schooling - the student's presence in school - would be ensured. To understand better this situation, teachers, students and parents from a public school of Belo Horizonte – Minas Gerais – Brazil, located in a vulnerable and poor area were listened. The teachers were interviewed; focus group was run with students from 12 years-old to 16 years-old; finally, seven families of students that have school attendance problems were visited and interviewed. Data analysis indicates that, in their speeches, teachers interviewed express a certain understanding about the social reality of the student and how hard is for the most vulnerable families follow-up their children's school life. However, there persists among them, in a veiled way, the perception that some mothers or guardians do not give importance to the schooling process of their offspring. Focus group discussions suggest that, in the view of students, their families follow their school life, but they themselves use certain tricks to circumvent parental vigilance, demonstrating how the student's individual actions can interfere with the family-school relationship. Finally, the interviews conducted at home visits reveal that the cases of students with low school attendance studied can often be explained by factors related to the social conditions of the families; however, there are situations in which other variables need to be taken into consideration, whether related to the family – such as the quality of parental authority and the temporal dispositions –, the student – such as youth cultures – or the school system – absence of effective actions while combating student absenteeism. In this way, questions arise that allow problematizing the understanding that the parental neglect among working classes is a myth.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão SocialUFMGBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessEscolas -- FrequenciaEstudantes -- Aspectos sociaisEscolas -- Aspectos sociológicosFamilia -- Aspectos sociaisInfrequência escolarRelação família-escolaCamadas popularesOmissão parentalInfrequência escolar e relação família-escola: perspectivas de professores, estudantes e mães/responsáveisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGTEXTDissertação Elton C. dos Santos.pdf.txtDissertação Elton C. dos Santos.pdf.txtExtracted texttext/plain348587https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/31791/4/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Elton%20C.%20dos%20Santos.pdf.txta5e22aef4842edd777479756293a5a9bMD54ORIGINALDissertação Elton C. dos Santos.pdfDissertação Elton C. dos Santos.pdfapplication/pdf1964844https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/31791/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Elton%20C.%20dos%20Santos.pdfe418def70df362d9d5afd1c943e7f800MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/31791/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/31791/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD531843/317912020-01-10 03:26:01.976oai:repositorio.ufmg.br:1843/31791TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-01-10T06:26:01Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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