Oportunidades de aprendizagem de ciências da natureza e relações de gênero: uma análise de interações discursivas e de diferentes dimensões espaço-temporais em sala de aula

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiz Gustavo Franco Silveira
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/57788
Resumo: O objetivo deste estudo é compreender como oportunidades de aprendizagem de Ciências da Natureza constituem e são constituídas por relações de gênero, envolvendo diferentes dimensões espaço-temporais. A pesquisa está inserida em um projeto que acompanhou um mesmo grupo de crianças durante os três primeiros anos do Ensino Fundamental de uma escola pública federal em aulas de Ciências da Natureza e Língua Portuguesa. O interesse inicial era compreender relações entre processos de aprendizagem e diferentes contextos. Foi realizado um levantamento da produção acadêmica relacionada ao ensino e aprendizagem de ciências entre crianças e uma imersão em estudos sobre diferentes perspectivas acerca do construto contexto no campo da Linguagem. Os resultados dessa primeira análise indicaram que processos de aprendizagem de ciências têm sido investigados com um enfoque predominantemente instrucional. São escassos os estudos que buscam explorar outros contextos além do instrucional, por exemplo relações com vivências familiares e comunitárias, políticas institucionais e curriculares, raça e classe, questões de gênero e aspectos culturais. Entendendo que esses diversos elementos se intersectam no cotidiano da sala aula, ofereço contribuições a esta lacuna da literatura. As orientações teórico-metodológicas foram baseadas em aspectos da Etnografia em Educação para descrever, analisar e interpretar interações discursivas na turma, buscando olhar esta sala de aula como cultura. O desenho de pesquisa foi desenvolvido seguindo a lógica do que chamamos de “Ampulheta Etnográfica”: análises mais amplas foram seguidas de um processo de afunilamento e, posteriormente, novas ampliações ao longo do tempo. No processo de afunilamento, analisei registros gerados ao longo da história do grupo, como caderno de campo, vídeo, e representações, para identificar eventos em que elementos de diferentes contextos emergiram nas interações durante as aulas de ciências. Esses eventos passaram por uma nova análise com o objetivo de selecionar situações de frameclashes em que houve quebras de expectativas no grupo. Uma análise histórica e contrastiva resultou na seleção de eventos nos quais se observou tais quebras, além de expressivas relações entre o contexto instrucional de ciências e outro contexto específico, o das relações de gênero. Nesses eventos, a turma discutia o dimorfismo sexual de um inseto, o bicho-pau. Selecionei, então, um evento capaz de ancorar análises microscópicas. Utilizando ferramentas etnográficas, desenvolvi uma análise de interações desse evento, vértice da ampulheta. Por fim, no processo de ampliação, busquei interpretar as interações à luz de outros eventos por meio de análises backward/forward mapping e explorando relações entre gênero e oportunidades de aprendizagem de Ciências da Natureza. Para interpretar as relações de gênero, utilizei Butler como aporte teórico. Os resultados indicam que as/os participantes negociaram relações de gênero ao refletirem e refratarem a norma de gênero, processo que estava articulado à construção de oportunidades de aprendizagem de ciências. O gênero gerou um movimento no contexto instrucional de ciências: a partir de um cenário de aparente certeza, o grupo engajou-se na construção de uma incerteza produtiva, o que envolveu o engajamento das/os participantes em discussões relacionadas a conhecimentos científicos dos domínios conceitual, epistêmico e social. Nesse processo, o alinhamento à norma de gênero significou não apenas deixar de reconhecer o que era proposto nas discussões, mas também se afastar de tais propostas. O contexto instrucional também teve influência sobre a negociação das relações de gênero. A possibilidade de discordar e as alterações nas perguntas que orientavam as atividades foram recursos com implicações relevantes nos movimentos de reflexão e refração da norma ao longo do tempo. Sendo assim, este estudo oferece contribuições à pesquisa em Educação em Ciências ao propor formas de relacionar processos de aprendizagem a diferentes dimensões espaço-temporais que constituem a vida social na atualidade. Os resultados permitem vislumbrar a sala de aula como um espaço-tempo em que as/os estudantes negociam categorias macrossociais e lidam com conhecimentos fundamentais para se posicionarem na sociedade. Desse modo, indico implicações para políticas públicas, especialmente para as discussões sobre gênero no currículo prescrito e vivido. Por fim, incentivo o desenvolvimento de estudos que buscam compreender a vida que acontece em sala de aula em sua complexidade.
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Foi realizado um levantamento da produção acadêmica relacionada ao ensino e aprendizagem de ciências entre crianças e uma imersão em estudos sobre diferentes perspectivas acerca do construto contexto no campo da Linguagem. Os resultados dessa primeira análise indicaram que processos de aprendizagem de ciências têm sido investigados com um enfoque predominantemente instrucional. São escassos os estudos que buscam explorar outros contextos além do instrucional, por exemplo relações com vivências familiares e comunitárias, políticas institucionais e curriculares, raça e classe, questões de gênero e aspectos culturais. Entendendo que esses diversos elementos se intersectam no cotidiano da sala aula, ofereço contribuições a esta lacuna da literatura. As orientações teórico-metodológicas foram baseadas em aspectos da Etnografia em Educação para descrever, analisar e interpretar interações discursivas na turma, buscando olhar esta sala de aula como cultura. O desenho de pesquisa foi desenvolvido seguindo a lógica do que chamamos de “Ampulheta Etnográfica”: análises mais amplas foram seguidas de um processo de afunilamento e, posteriormente, novas ampliações ao longo do tempo. No processo de afunilamento, analisei registros gerados ao longo da história do grupo, como caderno de campo, vídeo, e representações, para identificar eventos em que elementos de diferentes contextos emergiram nas interações durante as aulas de ciências. Esses eventos passaram por uma nova análise com o objetivo de selecionar situações de frameclashes em que houve quebras de expectativas no grupo. Uma análise histórica e contrastiva resultou na seleção de eventos nos quais se observou tais quebras, além de expressivas relações entre o contexto instrucional de ciências e outro contexto específico, o das relações de gênero. Nesses eventos, a turma discutia o dimorfismo sexual de um inseto, o bicho-pau. 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O gênero gerou um movimento no contexto instrucional de ciências: a partir de um cenário de aparente certeza, o grupo engajou-se na construção de uma incerteza produtiva, o que envolveu o engajamento das/os participantes em discussões relacionadas a conhecimentos científicos dos domínios conceitual, epistêmico e social. Nesse processo, o alinhamento à norma de gênero significou não apenas deixar de reconhecer o que era proposto nas discussões, mas também se afastar de tais propostas. O contexto instrucional também teve influência sobre a negociação das relações de gênero. A possibilidade de discordar e as alterações nas perguntas que orientavam as atividades foram recursos com implicações relevantes nos movimentos de reflexão e refração da norma ao longo do tempo. Sendo assim, este estudo oferece contribuições à pesquisa em Educação em Ciências ao propor formas de relacionar processos de aprendizagem a diferentes dimensões espaço-temporais que constituem a vida social na atualidade. Os resultados permitem vislumbrar a sala de aula como um espaço-tempo em que as/os estudantes negociam categorias macrossociais e lidam com conhecimentos fundamentais para se posicionarem na sociedade. Desse modo, indico implicações para políticas públicas, especialmente para as discussões sobre gênero no currículo prescrito e vivido. Por fim, incentivo o desenvolvimento de estudos que buscam compreender a vida que acontece em sala de aula em sua complexidade.The aim of this study is to understand how science learning opportunities constitute and are constituted by gender relations, involving different spatio-temporal dimensions. The research is part of a larger project that followed a group of children over the first three years of Elementary School in science and language lessons of a public lottery school. Our first interest was to understand relationships between learning processes and different contexts. Based on a literature review related to science teaching and learning and an immersion in studies about the construct context in the field of Language, we indicated an expressive focus on the instructional context. There are few studies that seek to explore other contexts, for example, relationships with family and community experiences, institutional and curricular policies, gender, race and class issues, and cultural aspects. We offer contributions to this literature gap, considering the relevant intercessions between these contextual elements and the everyday life in classroom. Our theoretical-methodological approaches were based on Ethnography in Education to describe, analyze and interpret discursive interactions in science lessons, in order to understand the classroom as culture. The research design was guided by the logic we called “Ethnographic Hourglass”: broader analyzes were followed by a narrowing process and, later, new broadening analytical procedures. First, we analyzed the tree year’s project records, such as field notes, videotapes, and representations, trying to identify events in which elements from different contexts emerged in interactions of science lessons. The selected events were analyzed again in order to identify frameclashes, situations in which there were breaks of expectations in the group. A historical and contrastive analysis resulted in the selection of specific events in which relations between the science instructional context and gender were identified. At these events, the class discussed the sexual dimorphism of an insect, the stick bug. At this point, we selected an event capable of anchoring microscopic analyzes. Using ethnographic tools, we analyzed the discursive interactions of this event, the hourglass vertex. Finally, in the new broadening analytical procedures, we sought to interpret the interactions based on backward/forward mapping and establish relationships between gender and science learning opportunities. We used Butler’s theoretical contributions to interpret gender. The results indicate how the participants negotiated gender relations reflecting and refracting the gender norm, a process that was articulated to science learning opportunities. Gender promoted a movement in the science instructional context: from a certainty situation, the group engaged in a productive uncertainty, which involved the participants’ engagement in discussions related to the conceptual, epistemic and social domains of scientific knowledge. In this process, alignment with the gender norm meant not only failing to recognize what was proposed in the discussions but moving away from such proposals. The instructional context also had an influence on the gender negotiation. The possibility of disagreement and changes in the questions over the lessons were resources with relevant implications in the movements of reflection and refraction of the gender norm. This study offers contributions to Science Education field by proposing ways of relating learning processes to different spatio-temporal dimensions that constitute our social life. The results allow us to look the classroom as a space-time in which students negotiate macrossocial categories and deal with fundamental knowledge to position themselves in the society. We indicate implications for public policies, especially for discussions about gender in the prescribed and lived curriculum. Finally, we encourage studies that seek to understand the classroom life in its complexity.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão SocialUFMGBrasilFAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃOhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessEducaçãoCiências - Ensino fundamentalCiências - Métodos de ensinoAprendizagem experimentalEtnologia - EducaçãoAntropologia educacionalAnálise do discursoRelações de gêneroAprendizagem de ciênciasRelações de gêneroAnos iniciais do ensino fundamentalEtnografia em educaçãoContexto(s)Oportunidades de aprendizagem de ciências da natureza e relações de gênero: uma análise de interações discursivas e de diferentes dimensões espaço-temporais em sala de aulainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE_Luiz Gustavo Franco Silveira.pdfTESE_Luiz Gustavo Franco Silveira.pdfapplication/pdf4827340https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/57788/1/TESE_Luiz%20Gustavo%20Franco%20Silveira.pdf51abc4011db94edc86bd352bd24ff68cMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/57788/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/57788/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/577882023-08-14 10:18:09.852oai:repositorio.ufmg.br:1843/57788TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-08-14T13:18:09Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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