Percepções temporais e prazer e sofrimento no trabalho: um estudo com jovens trabalhadores do espro de Curitiba (PR)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Samara de Menezes Lara
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Jane Kelly Dantas Barbosa, Kely César Martins de Paiva
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/51367
Resumo: Introdução Nos últimos anos, as organizações vêm se modificando para se manterem competitivas no mercado e tais mudanças decorrem, principalmente, das constantes inovações tecnológicas e sociais ocorridas no mundo contemporâneo (SOUZA; MENDONÇA, 2009). As fusões de grandes empresas, a concorrência nacional e internacional, a disputa cada vez maior por espaço no mercado, a exigência de qualidade por parte do consumidor e os imperativos de autogestão vêm delineando significativas transformações nos âmbitos laboral, grupal e individual. Essas mudanças perpassam também as noções de tempo e de espaço (ANTUNES, 2008), consideradas aspectos-chaves no ambiente organizacional (ROCHA; COSTA, 2017), além de refletir na complexidade das vivências de prazer e sofrimento no trabalho, bem como no surgimento de patologias individuais e sociais (MENDES, 2007). O engessamento, característico da organização do trabalho e de seus processos clássicos, foi sistematicamente substituído pela flexibilidade no mundo do trabalho. O que antes era lento e considerado imutável passa a ser ágil e dinâmico. Essas mudanças incidem sobre o tempo e as percepções que se formam acerca dele, acarretando novas formas de experimentá-lo e, daí, de organizar o trabalho, consequentemente, afetando as vivências laborais de prazer e de sofrimento, considerando que o sofrimento é totalmente atravessado pela dimensão temporal (DEJOURS, 1996). Em relação à configuração do mercado de trabalho, Alves (2008) e Botelho (2016) destacam a tendência de crescente exclusão dos jovens. Estes vivenciam uma fase de transição da escola para o mercado de trabalho e, ao se verem sem perspectiva de emprego, acabam buscando refúgio em trabalhos precários, na informalidade ou até mesmo no desemprego. Acerca desse público, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentou dados preocupantes relativos ao ano de 2017, no qual a expectativa de desemprego entre os jovens no Brasil alcançou a maior taxa em 27 anos, com 30% das pessoas de 15 a 24 anos em busca de uma ocupação, sendo a referida taxa mais que o dobro da média mundial, de 13,1% (OIT, 2017). Nesse sentido, frente a um contexto de desemprego e de empregos com vínculos frágeis e instáveis, os jovens tendem a desenvolver percepções peculiares sobre o tempo e tais percepções podem influenciar diretamente as vivências de prazer e de sofrimento no trabalho. Diante disso, este estudo tem como objetivo analisar como se relacionam as percepções temporais e as vivências de prazer e sofrimento no trabalho de jovens trabalhadores assistidos pelo ESPRO, na cidade de Curitiba (PR). A Associação de Ensino Social Profissionalizante, ESPRO, é uma organização sem fins lucrativos, atuante na capacitação profissional, que promove a inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade social no mercado de trabalho. Detalha-se que o estudo acerca das percepções temporais de jovens trabalhadores se norteará nas proposições de Bluedorn e Jaussi (2007), que afirmam existir uma heterogeneidade ao lidar com o tempo. Eles elencaram cinco dimensões temporais, a saber: policronicidade, velocidade, pontualidade, profundidade temporal e arrastamento. Para analisar as vivências de prazer e sofrimento, será considerada a abordagem da psicodinâmica do trabalho, que tem como um dos principais expoentes Christophe Dejours, em quem Ferreira e Mendes (2003) se basearam para propor quatro instâncias de análise, a saber: contexto de trabalho, riscos do trabalho, dimensões de prazer e sofrimento no trabalho e danos do trabalho. 2 Colocar em pauta temas como tempo e prazer e sofrimento no trabalho se faz relevante, uma vez que se trata de dimensões comumentemente relegadas no mundo dos negócios e pouco ou mal exploradas nos estudos organizacionais (CHANLAT, 1996). Além disso, os estudos relacionados ao comportamento humano nas organizações vêm passando por uma renovação em que temas como esses vêm sendo incorporados, considerando que o ser humano e seu comportamento representam mais do que uma variável a ser medida e controlada com vistas à lucratividade (CHANLAT, 1996), mas um emaranhado de percepções e vivências, com redes muito peculiares de influência, que impactam o indivíduo, tanto pessoal quanto coletivamente. Com vistas ao objetivo proposto, as referências conceituais abarcarão as temáticas centrais e características do grupo focalizado; o percurso metodológico será esclarecido e os dados apresentados e analisados, permitindo o delineamento das considerações finais.
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