Doença Celíaca em crianças e adolescentes: apresentação clínica e mudanças ao longo do tempo

• Autor(a) principal: Ana Paula Pereira de Oliveira
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A8SMC4
• topic: Doença celíaca; Adolescentes; Apresentação clínica; Crianças; Pediatria; Gastroenterologia; Pediatria

A doença celíaca (DC) é uma enteropatia crônica imunomediada do intestino delgado precipitada pela exposição alimentar ao glúten em pessoas geneticamente predispostas. Possui uma ampla variedade de apresentações clínicas, desde quadros clássicos com sintomas de má absorção (diarreia, perda de peso, esteatorreia e dor abdominal), até pessoas totalmente assintomáticos, descobertos por meio de triagem sorológica. Há também quadros não clássicos que se apresentam com sintomas como anemia, constipação, baixa estatura, osteoporose, alteração de enzimas hepáticas, dentre outros. Nas últimas décadas foi percebida uma tendência de aumento da prevalência da DC associada ao aumento das formas não clássicas e assintomáticas. Neste trabalho, analisamos 38 crianças e adolescentes celíacos que consultaram no ambulatório de gastroenterologia pediátrica do Hospital das Clínicasda UFMG no período de junho a outubro de 2015, com o objetivo de avaliar a forma apresentação clínica ao diagnóstico da doença. A maioria dos pacientes era do gênero feminino (63,2%), com idade média ao diagnóstico de 5,4 anos. Os sintomas mais frequentes ao diagnóstico foram: distensão abdominal (68,4%), diarreia (63,2%), dor abdominal (60,5%) e perda de peso (52,6%). Em relação à classificação da DC: 25 (65,8%) eram clássicos, nove (23,7%) eram não clássicos equatro (10,5%) eram assintomáticos. Ao se comparar esses três grupos encontrouse diferença significativa (p=0,0001) em relação à idade ao diagnóstico, que foi menor no grupo clássico. Os pacientes foram divididos também em subgrupos de acordo com o ano do diagnóstico: 2005 ou antes, em 2006 a 2010 e de 2011 a 2015. Ao se compararesses três subgrupos, houve diferença significativa (p=0,0438) em relação à forma de apresentação da DC. Essa diferença foi resultado do aumento do número de casos não clássicos nos últimos cinco anos, que quase se igualou à quantidade de casos clássicos, que antes de 2005 eram a maioria absoluta. A conclusão do nosso estudo foi que, apesar de ser uma amostra pequena, foi possível reproduzir a tendência do aumento de casos não clássicos que vem sendo descrita na literatura.