Comportamento alimentar, food craving e relação com ganho de peso e obesidade em pacientes submetidos ao transplante hepático

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Samanta Catherine Ferreira
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B56KWQ
Resumo: Ganho excessivo de peso e obesidade são frequentes em pacientes submetidos a transplante hepático (TxH). Métodos tradicionais de avaliação do consumo alimentar não demonstraram associação entre ingestão dietética e ganho de peso, bem como obesidade. O comportamento alimentar e o food craving são desconhecidos nesses pacientes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento alimentar, o food craving e a relação desses com ganho de peso, excesso de peso e obesidade após o TxH. Trata-se de estudo transversal no qual receptores de TxH, com idade 18 anos foram avaliados quanto ao comportamento alimentar [Three Factor Eating Questionnaire-R21 (TFEQ-R21)] e food craving [Food Cravings Questionnaires State (FCQ-S) e Trait (FCQ-T) e o Inventário Brasileiro de Alimentos Relacionados ao Craving (FCI-Br)]. O ganho de peso foi considerado como a diferença entre o peso atual e o primeiro peso ambulatorial pós-TxH. O excesso de peso (sobrepeso e obesidade) foi classificado como índice de massa corporal (IMC) 25kg/m² e obesidade, 30kg/m². Os dados foram avaliados utilizando-se SPSS 17.0. A correlação entre ganho de peso pós-TxH e os diferentes comportamentos alimentares e o food craving foi avaliada pelos testes de Pearson ou Spearman. A associação entre comportamento alimentar, food craving, excesso de peso e obesidade foi avaliada pelo teste do Qui-quadrado, teste t de Student ou Mann-Whitney. Variáveis independentemente associadas ao ganho de peso e obesidade pós-TxH foram pesquisadas por meio de testes de regressão linear e logística múltipla, respectivamente. O nível de significância foi de 5%. Foram avaliados 301 pacientes (idade mediana 57,0, variando de 20 a 77 anos, tempo desde TxH 6,6±4,4 anos, 64,1% homens), as indicações mais frequentes para o TxH foram cirrose etanólica (29,2%) e por vírus da hepatite C (26,2%). O ganho de peso mediano observado foi de 8,0kg (variando de -16,0kg a +41,0kg); 62,5% (n=188) dos pacientes apresentaram excesso de peso e 22,3% (n=67), obesidade. A dimensão do comportamento alimentar com maior pontuação foi a restrição cognitiva (RC) 53,5±27,5, seguida de descontrole alimentar (DA) 14,0 (16,0-56,0) e alimentação emocional (AE) 11,0 (0-100,0). O ganho de peso pós-TxH foi significativamente correlacionado com os comportamentos de DA (r=0,261, p<0,01) e AE (r=0,233, p<0,01). Os pacientes com excesso de peso tiveram escores significativamente mais elevados do que indivíduos sem excesso de peso para os comportamentos alimentares de RC (57,1±26,3 vs. 47,6±28,6; p=0,004) e AE [11,0 (0-100,0) vs. 0,0 (0-100,0) p=0,047]. Os pacientes com obesidade tiveram pontuações significativamente mais elevadas do que indivíduos sem obesidade para todos os comportamentos alimentares de DA [22,0 (0-77,0) vs. 14,0 (0-85,0); p=0,011], RC (60,2±23,3 vs. 51,6±28,4; p=0.014), e AE [16,0 (0100,0) vs. 5,0 (0-100,0); p<0,01]. Descontrole alimentar foi independentemente associado ao ganho de peso. Em geral, a pontuação mediana total para o FCQ-T foi 68,0 pontos, variando de 39,0 a 163,0 e para o FCQ-S a pontuação total média foi de 33,4±9,0. Não houve diferença estatística entre as pontuações totais de FCQ-T e FCQ-S em indivíduos com excesso de peso e obesidade ou correlação dessas pontuações e o ganho de peso. Entre os participantes, 90,0% (n=271) apresentaram food craving por pelo menos um alimento, a maioria tinha desejo específico por alimentos da dimensão Consumo Doméstico [263 (87,4%)], seguida de Lanches Gordurosos [108 (35,9%)] e a dimensão com menor percentual foi Doces [101 (33,5%)]. Os alimentos alvos de craving mais citados foram feijão/feijoada, com 129 (42,9%), seguida de bife (n=126;41,9%) e queijo (n=113; 37,5%). Conclui-se que o ganho de peso pós-TxH foi relacionado aos comportamentos de descontrole alimentar e alimentação emocional. Indivíduos com sobrepeso e obesidade tiveram maior pontuação de desvios do comportamento alimentar do que os outros pacientes. O ganho de peso foi independentemente associado ao descontrole alimentar. O food craving não teve relação com ganho de peso, excesso de peso e obesidade em pacientes submetidos ao TxH
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spelling Lucilene Rezende AnastacioMaria Isabel Toulson Davisson CorreiaSamanta Catherine Ferreira2019-08-11T02:09:37Z2019-08-11T02:09:37Z2018-03-26http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B56KWQGanho excessivo de peso e obesidade são frequentes em pacientes submetidos a transplante hepático (TxH). Métodos tradicionais de avaliação do consumo alimentar não demonstraram associação entre ingestão dietética e ganho de peso, bem como obesidade. O comportamento alimentar e o food craving são desconhecidos nesses pacientes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento alimentar, o food craving e a relação desses com ganho de peso, excesso de peso e obesidade após o TxH. Trata-se de estudo transversal no qual receptores de TxH, com idade 18 anos foram avaliados quanto ao comportamento alimentar [Three Factor Eating Questionnaire-R21 (TFEQ-R21)] e food craving [Food Cravings Questionnaires State (FCQ-S) e Trait (FCQ-T) e o Inventário Brasileiro de Alimentos Relacionados ao Craving (FCI-Br)]. O ganho de peso foi considerado como a diferença entre o peso atual e o primeiro peso ambulatorial pós-TxH. O excesso de peso (sobrepeso e obesidade) foi classificado como índice de massa corporal (IMC) 25kg/m² e obesidade, 30kg/m². Os dados foram avaliados utilizando-se SPSS 17.0. A correlação entre ganho de peso pós-TxH e os diferentes comportamentos alimentares e o food craving foi avaliada pelos testes de Pearson ou Spearman. A associação entre comportamento alimentar, food craving, excesso de peso e obesidade foi avaliada pelo teste do Qui-quadrado, teste t de Student ou Mann-Whitney. Variáveis independentemente associadas ao ganho de peso e obesidade pós-TxH foram pesquisadas por meio de testes de regressão linear e logística múltipla, respectivamente. O nível de significância foi de 5%. Foram avaliados 301 pacientes (idade mediana 57,0, variando de 20 a 77 anos, tempo desde TxH 6,6±4,4 anos, 64,1% homens), as indicações mais frequentes para o TxH foram cirrose etanólica (29,2%) e por vírus da hepatite C (26,2%). O ganho de peso mediano observado foi de 8,0kg (variando de -16,0kg a +41,0kg); 62,5% (n=188) dos pacientes apresentaram excesso de peso e 22,3% (n=67), obesidade. A dimensão do comportamento alimentar com maior pontuação foi a restrição cognitiva (RC) 53,5±27,5, seguida de descontrole alimentar (DA) 14,0 (16,0-56,0) e alimentação emocional (AE) 11,0 (0-100,0). O ganho de peso pós-TxH foi significativamente correlacionado com os comportamentos de DA (r=0,261, p<0,01) e AE (r=0,233, p<0,01). Os pacientes com excesso de peso tiveram escores significativamente mais elevados do que indivíduos sem excesso de peso para os comportamentos alimentares de RC (57,1±26,3 vs. 47,6±28,6; p=0,004) e AE [11,0 (0-100,0) vs. 0,0 (0-100,0) p=0,047]. Os pacientes com obesidade tiveram pontuações significativamente mais elevadas do que indivíduos sem obesidade para todos os comportamentos alimentares de DA [22,0 (0-77,0) vs. 14,0 (0-85,0); p=0,011], RC (60,2±23,3 vs. 51,6±28,4; p=0.014), e AE [16,0 (0100,0) vs. 5,0 (0-100,0); p<0,01]. Descontrole alimentar foi independentemente associado ao ganho de peso. Em geral, a pontuação mediana total para o FCQ-T foi 68,0 pontos, variando de 39,0 a 163,0 e para o FCQ-S a pontuação total média foi de 33,4±9,0. Não houve diferença estatística entre as pontuações totais de FCQ-T e FCQ-S em indivíduos com excesso de peso e obesidade ou correlação dessas pontuações e o ganho de peso. Entre os participantes, 90,0% (n=271) apresentaram food craving por pelo menos um alimento, a maioria tinha desejo específico por alimentos da dimensão Consumo Doméstico [263 (87,4%)], seguida de Lanches Gordurosos [108 (35,9%)] e a dimensão com menor percentual foi Doces [101 (33,5%)]. Os alimentos alvos de craving mais citados foram feijão/feijoada, com 129 (42,9%), seguida de bife (n=126;41,9%) e queijo (n=113; 37,5%). Conclui-se que o ganho de peso pós-TxH foi relacionado aos comportamentos de descontrole alimentar e alimentação emocional. Indivíduos com sobrepeso e obesidade tiveram maior pontuação de desvios do comportamento alimentar do que os outros pacientes. O ganho de peso foi independentemente associado ao descontrole alimentar. O food craving não teve relação com ganho de peso, excesso de peso e obesidade em pacientes submetidos ao TxHExcessive weight gain and obesity are frequent in patients who undergoing liver transplantation (LTx). Traditional methods of assessment food intake have failed to demonstrate an association among dietary intake and weight gain as well as obesity. Eating behavior and food craving are unknown in these patients. The aim of this study was to evaluate the eating behavior, the food craving and the relationship with weight gain, excessive weight and obesity after LTx. This is a cross-sectional study. Post-LTx patients, age 18y were evaluated about their eating behavior [Three Factor Eating Questionnaire R21 (TFEQ-R21]) and food craving [Food Craving Questionnaires State (FCQ-S) and Trait (FCQ-T) and the Brazilian Inventory of Foods Related to Craving (FCIBr)]. Weight gain was assessed by the difference between the current weight and the post-LTx weight, assessed at the first outpatient visit. Excessive weight (overweight and obesity) was classified as body mass index (BMI) 25kg/m² and obesity 30kg/m². The data were evaluated using SPSS 17.0. The correlation between post-LTx weight gain and the different eating behaviors and food craving was assessed by the Pearson or Spearman tests. The association between eating behavior, food craving, overweight and obesity was assessed by Student's t-test or Mann-Whitney test. Variables independently associated with post-LTx weight gain and obesity were investigated using linear regression and multiple logistic tests, respectively. The level of significance was 5%. A total of 301 patients (median age 57.0, ranging from 20 to 77 years old, time post LTx 6.6±4.4 years, 64.1% men), the most frequent indications for LTx were ethanolic cirrhosis (29.2%) and by hepatitis C virus (26.2%). The observed weight gain was 8.0kg (ranging from -16.0 to +41.0kg); 62.5% (n=188) of the patients presented with excessive weight and 22.3% (n=67), with obesity. The highest food score was the cognitive restriction (CR) 53.5±27.5, followed by uncontrolled eating (UE) 14.0 (16.0-56.0) and emotional eating (EE) 11.0 (0100.0). Post-LTx weight gain was significantly correlated with the UE behaviors (r=0.261, p<0.001) and EE (r=0.233, p<0.001). Overweight patients had significantly higher scores than non-overweight individuals for CR (57.1±26.3 vs. 47.6±28.6, p = 0.004) and EE [11.0 (0-100.0) vs. 0.0 (0-100.0) p=0.047]. Patients with obesity had significantly higher scores than non-obese individuals for all eating behaviors of UE [22.0 (0-77.0) vs. 14.0 (0-85.0); p=0.011], CR (60.2±23.3 vs. 51.6±28.4, p=0.014), and EE [16.0 (0-100.0) vs. 5.0 (0-100.0); p<0.01]. Uncontrolled eating was independently associated with weight gain. In general, the median total score for FCQ-T was 68.0 points, ranging from 39.0 to 163.0 and for the FCQ-S the total average score was 33.4±9.0. There was no statistical difference in the total scores of FCQ-T and FCQ-S among excessive weight and obese patients or correlation of these scores and weight gain. Among the participants, 90.0% (n=271) presented food craving for at least one food, most had a specific desire for food in the Home Intake dimension [263 (87.4%)], followed by High Fat [108 35.9%)] and the dimension with the lowest percentage was Sweet Food [101 (33.5%)]. The most frequently mentioned desired foods were beans/feijoada, with 129 (42.9%), followed by steak (n=126; 41.9%) and cheese (n=113; 37.5%). In conclusion, post-LTx weight gain was related to the behaviors of uncontrolled eating and emotional eating. Overweight and obese patients had higher eating behavior scores than the other patients. Uncontrolled eating was independently associated with weight gain. Food craving was not related to weight gain, excessive weight and obesity in patients undergoing LTx, in this studyUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGAlimentosDisturbios do metabolismoFígado TransplanteObesidadeTransplante hepáticoComportamento alimentarFood cravingGanho de pesoObesidadeExcesso de pesoComportamento alimentar, food craving e relação com ganho de peso e obesidade em pacientes submetidos ao transplante hepáticoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_samanta_catherine_ferreira.pdfapplication/pdf5312710https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B56KWQ/1/disserta__o_samanta_catherine_ferreira.pdf3545dd0c72d574600e4d975e121f5eaaMD51TEXTdisserta__o_samanta_catherine_ferreira.pdf.txtdisserta__o_samanta_catherine_ferreira.pdf.txtExtracted texttext/plain221196https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B56KWQ/2/disserta__o_samanta_catherine_ferreira.pdf.txta3cfc2e96c00792852b92a22d78f07a1MD521843/BUOS-B56KWQ2019-11-14 04:08:28.308oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B56KWQRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T07:08:28Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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