Percepções de crianças com transtorno do desenvolvimento da coordenação e seus pais/cuidadores sobre a participação na cognitive orientation to daily occupational performance approachtm

• Autor(a) principal: Samara de Araujo Costa
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/EEFF-BB5HRJ
• topic: Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação; Cognitive Orientation to Daily Occupational Performance (CO-OP); Intervenção; Terapia Ocupacional; Pesquisa Qualitativa; Crianças; Pais; Terapia ocupacional; Capacidade motora nas crianças; Transtornos das habilidades motoras

Crianças com Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) têm dificuldades para desempenhar atividades que exigem habilidades motoras, impactando negativamente na participação em ambientes como casa e escola e causando implicações secundárias, como baixa tolerância à frustração e baixa autoestima. A Cognitive Orientation to Daily Occupational Performance ApproachTM (CO-OP) tem se mostrado eficaz para o tratamento de crianças com TDC, porém a maior parte dos estudos não considera a percepção dos participantes sobre a intervenção. Por diferir de abordagens de tratamento tradicionais, é importante considerar a experiência vivida não só pelos pais/cuidadores, mas principalmente pelas crianças, com a participação nesta intervenção colaborativa. Buscou-se, por meio de estudo qualitativo, descritivo e exploratório, investigar a percepção de crianças com TDC e seus pais/cuidadores sobre o processo de terapia e seus efeitos no desempenho ocupacional diário das crianças e suas famílias. Para alcançar o objetivo, foram realizados dois estudos, um com 14 crianças e outro com 22 pais/cuidadores que concluíram sessões de terapia ocupacional utilizando a abordagem CO-OP tradicional (grupo controle) ou com adição de coaching de pais (grupo experimental). Para coleta de dados, foram realizados grupos focais, compostos levando em consideração o tipo de participante (criança e pais/cuidadores) e de grupo (controle e experimental). No primeiro estudo, apresentamos a perspectiva dos pais/cuidadores sobre os elementos da CO-OP e o processo de intervenção. Os pais se referem aos resultados que extrapolam a conquista de metas e envolvem mudanças nas crianças e em si mesmos, eles comentam os desafios de participar da CO-OP, seu desejo de continuidade do programa e se referem às sessões de coaching como um espaço de desabafo e troca de experiências. Os pais/cuidadores reconheceram que com a terapia, aprenderam a lidar com as dificuldades dos filhos, passando a ter mais paciência e oportunizar o aprendizado, assumindo papel de facilitadores. No segundo estudo, as crianças expressaram suas percepções sobre as mudanças vividas durante o processo de terapia com a CO-OP e o impacto dos resultados em suas vidas, reconhecendo elementos da abordagem como facilitadores do aprendizado. Nos dois estudos, os pais/cuidadores e crianças ressaltaram o impacto positivo da CO-OP na independência e autonomia da criança para realizar atividades do dia a dia. Dar voz à criança por meio de recursos adequados resultou em riqueza de dados sobre suas experiências, o que contribui para melhorar nossa compreensão sobre o processo de intervenção. Os resultados deste estudo somam-se às evidências de efetividade da CO-OP no tratamento de crianças com TDC.