Movimento das representações sociais sobre campo de professores que atuam na educação por alternância no Peru e no Brasil

• Autor(a) principal: Érica Fernanda Justino de Freitas
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/38828; https://orcid/0000-0003-3291-1821
• topic: Campo; Educação no contexto campesino; Pedagogia da Alternância; Representações Sociais; Brasil e Peru; Educação do campo; Pedagogia da alternância; Representações sociais; Professores de educação do campo; Educação comparada -- Brasil -- Peru

Esta Tese analisou, a partir da Teoria das Representações Sociais, as formas de pensar, sentir e agir sobre o campo de professores que atuam na Formação por Alternância no Brasil e no Peru. As escolas vinculadas à Pedagogia da Alternância possuem um projeto de escola contra hegemônico que se compromete com as questões do universo camponês e tensiona os professores a posicionarem-se. Dessa forma, o estudo foi orientado pela seguinte questão: quais são os desafios vivenciados pelos professores ao terem que lidar com o universo camponês em uma perspectiva de fortalecimento dos modos de produção e reprodução para manter a agricultura e o modo de vida camponês? Brasil e Peru possuem uma estrutura fundiária desigual, com uma disputa de projetos antagônicos para o campo, mas com características em comum, pois ambas são marcadas pela concentração de terras e pela negação de direitos. A disputa se faz porque são dois projetos que estão em tensão, criando propostas diferentes de acesso e uso da terra, empreendendo diferenciadas formas de luta, sendo que uma delas se relaciona à escola. Os camponeses reivindicam esse direito no lugar onde vivem e defendem um projeto de escola vinculado aos modos de produção e reprodução da vida no campo. Como resultado dessa luta emerge a Pedagogia da Alternância como alternativa concreta de vinculação entre o projeto de escola e o projeto de campo e de sociedade. Nesse sentido, esta pesquisa dialogou com os referenciais da questão Agrária no Brasil e no Peru, com os paradigmas da PA e da Educação do Campo e com a Teoria das Representações Sociais - TRS, a partir do conceito de Representações Sociais em Movimento, que vem sendo discutido pelo Grupo de Pesquisa em Representações Sociais da Universidade Federal de Minas Gerais. As análises estão centradas na apreensão e compreensão do movimento presente nas formas de pensar, sentir e agir dos professores a partir de suas experiências profissionais, pessoais e das suas relações, tanto com o objeto analisado, quanto com seus contextos sociais. A metodologia utilizada foi de base contrastiva, os dados foram coletados a partir de questionários semiestruturados e entrevistas narrativas com 12 professores, sendo 06 professores brasileiros e 06 peruanos. Os resultados contrastivos apontam para movimentos representacionais de reelaboração, de manutenção e de recusa. Este estudo contribui teoricamente com a compreensão da TRS a partir da perspectiva do movimento, a partir da análise de experiências sobre objetos comuns em diferentes contextos educativos geradores de mudança, com o fortalecimento da Educação do Campo enquanto Matriz de Referência para análise que pode ser utilizada em outras realidades e contextos. Contribui com informações que podem subsidiar políticas públicas de educação para o campo no contexto na Pedagogia da Alternância e em outros contextos educativos.