Estudos da relação entre indução de tolerância oral e produção de IgA secretória em modelo experimental de alergia alimentar murino
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/CMFC-7CFKSG |
Resumo: | A mucosa intestinal é a maior área de contato entre o organismo e o meio. Além disso, é o local onde se concentra o maior número de linfócitos, a maioria deles são células ativadas. A conseqüência mais comum da exposição constante do sistema imune a antígenos presentes na mucosa do intestinal (microbiota e antígenos da dieta) é a tolerância oral. A Tolerância Oral é definida como a diminuição da resposta antígeno-específica após imunização com o antígeno previamente administrado por via oral. Ao mesmo tempo, células B da mucosa quando estimuladas, produzem predominantemente IgA, que é secretada no muco sob a forma de IgA secretória (IgAS). A produção de IgAS antígeno-específica tem sido descrita como uma outra conseqüência comum do contato com antígenos por via oral, mas a relação entre esses dois fenômenos ainda é obscura. Neste estudo, analisarmos o efeito da tolerância oral na produção de IgAS em modelo murino de alergia alimentar à ovalbumina (Ova). Camundongos BALB/c foram tratados com salina (controle) ou Ova por gavagem ou ingestão voluntária. Após sete dias, os animais foram imunizados i.p com Ova e Al(OH)3 e desafiados i.p. com Ova após quatorze dias. Para indução de alergia alimentar, os camundongos foram oralmente desafiados com uma solução de clara de ovo contendo aproximadamente 10 mg/ml de Ova durante sete dias consecutivos. Em cada etapa de indução de tolerância oral e subseqüente indução de alergia alimentar, analisamos os níveis de citocinas e anticorpos produzidos (soro e intestino), aversão à Ova e perda de peso corpóreo. Além disso, após a indução de alergia alimentar, analisamos a secreção de muco intestinal, número de mastócitos e eosinófilos na mucosa. Nossos resultados indicaram que, após a indução de alergia alimentar a tolerância oral foi associada com a inibição da produção de IgAS total e anti-Ova, IgA sérica total e anti-Ova, Igs totais e IgG1 anti-Ova. Por outro lado, a tolerância oral inibiu a alergia alimentar, devido aos baixos níveis de IgE total e anti-Ova produzidos, inibição da perda de peso corpóreo e inibição da aversão ao consumo de Ova observados nos animais tolerantes. Os níveis de citocinas pró-inflamatórias, como IL-4 e IL-5 também foram inibidos. Curiosamente, as citocinas regulatórias, como IL-10 e TGF- também foram suprimidas pela indução da tolerância oral. Todas essas citocinas tem um potente efeito na produção de IgA e a inibição delas acompanha a supressão da secreção de IgA pela tolerância oral. De acordo com nossos resultados, nós concluímos que a mucosa intestinal é um sistema totalmente regulado. Geralmente, processos inflamatórios são inibidos no intestino devido à indução da tolerância oral. Entretanto, a mucosa intestinal para manter sua integridade e homeostase, mesmo na presença de inflamação no intestino, como reações alimentares alérgicas, recruta rapidamente vários mecanismos, como produção de IgAS e células que produzem citocinas antiinflamatórias, como IL-10 e TGF-. |
id |
UFMG_792ced62f9cf15b9974affac9ea5df02 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/CMFC-7CFKSG |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Ana Maria Caetano de FariaDenise Carmona Cara MachadoRaphaela Mendes Fernandes de Souza2019-08-12T09:39:28Z2019-08-12T09:39:28Z2007-07-16http://hdl.handle.net/1843/CMFC-7CFKSGA mucosa intestinal é a maior área de contato entre o organismo e o meio. Além disso, é o local onde se concentra o maior número de linfócitos, a maioria deles são células ativadas. A conseqüência mais comum da exposição constante do sistema imune a antígenos presentes na mucosa do intestinal (microbiota e antígenos da dieta) é a tolerância oral. A Tolerância Oral é definida como a diminuição da resposta antígeno-específica após imunização com o antígeno previamente administrado por via oral. Ao mesmo tempo, células B da mucosa quando estimuladas, produzem predominantemente IgA, que é secretada no muco sob a forma de IgA secretória (IgAS). A produção de IgAS antígeno-específica tem sido descrita como uma outra conseqüência comum do contato com antígenos por via oral, mas a relação entre esses dois fenômenos ainda é obscura. Neste estudo, analisarmos o efeito da tolerância oral na produção de IgAS em modelo murino de alergia alimentar à ovalbumina (Ova). Camundongos BALB/c foram tratados com salina (controle) ou Ova por gavagem ou ingestão voluntária. Após sete dias, os animais foram imunizados i.p com Ova e Al(OH)3 e desafiados i.p. com Ova após quatorze dias. Para indução de alergia alimentar, os camundongos foram oralmente desafiados com uma solução de clara de ovo contendo aproximadamente 10 mg/ml de Ova durante sete dias consecutivos. Em cada etapa de indução de tolerância oral e subseqüente indução de alergia alimentar, analisamos os níveis de citocinas e anticorpos produzidos (soro e intestino), aversão à Ova e perda de peso corpóreo. Além disso, após a indução de alergia alimentar, analisamos a secreção de muco intestinal, número de mastócitos e eosinófilos na mucosa. Nossos resultados indicaram que, após a indução de alergia alimentar a tolerância oral foi associada com a inibição da produção de IgAS total e anti-Ova, IgA sérica total e anti-Ova, Igs totais e IgG1 anti-Ova. Por outro lado, a tolerância oral inibiu a alergia alimentar, devido aos baixos níveis de IgE total e anti-Ova produzidos, inibição da perda de peso corpóreo e inibição da aversão ao consumo de Ova observados nos animais tolerantes. Os níveis de citocinas pró-inflamatórias, como IL-4 e IL-5 também foram inibidos. Curiosamente, as citocinas regulatórias, como IL-10 e TGF- também foram suprimidas pela indução da tolerância oral. Todas essas citocinas tem um potente efeito na produção de IgA e a inibição delas acompanha a supressão da secreção de IgA pela tolerância oral. De acordo com nossos resultados, nós concluímos que a mucosa intestinal é um sistema totalmente regulado. Geralmente, processos inflamatórios são inibidos no intestino devido à indução da tolerância oral. Entretanto, a mucosa intestinal para manter sua integridade e homeostase, mesmo na presença de inflamação no intestino, como reações alimentares alérgicas, recruta rapidamente vários mecanismos, como produção de IgAS e células que produzem citocinas antiinflamatórias, como IL-10 e TGF-.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBioquímicaAlergia a alimentos esesIgAtolerância oralmurinoEstudos da relação entre indução de tolerância oral e produção de IgA secretória em modelo experimental de alergia alimentar murinoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALraphaela_mendes_resumo.pdfapplication/pdf19413https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/CMFC-7CFKSG/1/raphaela_mendes_resumo.pdfdaecc004a93657c75afb4b116bc66761MD51TEXTraphaela_mendes_resumo.pdf.txtraphaela_mendes_resumo.pdf.txtExtracted texttext/plain3176https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/CMFC-7CFKSG/2/raphaela_mendes_resumo.pdf.txt87de435526a1cd475ac7791a70033e6dMD521843/CMFC-7CFKSG2019-11-14 16:17:30.586oai:repositorio.ufmg.br:1843/CMFC-7CFKSGRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:17:30Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Estudos da relação entre indução de tolerância oral e produção de IgA secretória em modelo experimental de alergia alimentar murino |
title |
Estudos da relação entre indução de tolerância oral e produção de IgA secretória em modelo experimental de alergia alimentar murino |
spellingShingle |
Estudos da relação entre indução de tolerância oral e produção de IgA secretória em modelo experimental de alergia alimentar murino Raphaela Mendes Fernandes de Souza IgA tolerância oral murino Bioquímica Alergia a alimentos eses |
title_short |
Estudos da relação entre indução de tolerância oral e produção de IgA secretória em modelo experimental de alergia alimentar murino |
title_full |
Estudos da relação entre indução de tolerância oral e produção de IgA secretória em modelo experimental de alergia alimentar murino |
title_fullStr |
Estudos da relação entre indução de tolerância oral e produção de IgA secretória em modelo experimental de alergia alimentar murino |
title_full_unstemmed |
Estudos da relação entre indução de tolerância oral e produção de IgA secretória em modelo experimental de alergia alimentar murino |
title_sort |
Estudos da relação entre indução de tolerância oral e produção de IgA secretória em modelo experimental de alergia alimentar murino |
author |
Raphaela Mendes Fernandes de Souza |
author_facet |
Raphaela Mendes Fernandes de Souza |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Ana Maria Caetano de Faria |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Denise Carmona Cara Machado |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Raphaela Mendes Fernandes de Souza |
contributor_str_mv |
Ana Maria Caetano de Faria Denise Carmona Cara Machado |
dc.subject.por.fl_str_mv |
IgA tolerância oral murino |
topic |
IgA tolerância oral murino Bioquímica Alergia a alimentos eses |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Bioquímica Alergia a alimentos eses |
description |
A mucosa intestinal é a maior área de contato entre o organismo e o meio. Além disso, é o local onde se concentra o maior número de linfócitos, a maioria deles são células ativadas. A conseqüência mais comum da exposição constante do sistema imune a antígenos presentes na mucosa do intestinal (microbiota e antígenos da dieta) é a tolerância oral. A Tolerância Oral é definida como a diminuição da resposta antígeno-específica após imunização com o antígeno previamente administrado por via oral. Ao mesmo tempo, células B da mucosa quando estimuladas, produzem predominantemente IgA, que é secretada no muco sob a forma de IgA secretória (IgAS). A produção de IgAS antígeno-específica tem sido descrita como uma outra conseqüência comum do contato com antígenos por via oral, mas a relação entre esses dois fenômenos ainda é obscura. Neste estudo, analisarmos o efeito da tolerância oral na produção de IgAS em modelo murino de alergia alimentar à ovalbumina (Ova). Camundongos BALB/c foram tratados com salina (controle) ou Ova por gavagem ou ingestão voluntária. Após sete dias, os animais foram imunizados i.p com Ova e Al(OH)3 e desafiados i.p. com Ova após quatorze dias. Para indução de alergia alimentar, os camundongos foram oralmente desafiados com uma solução de clara de ovo contendo aproximadamente 10 mg/ml de Ova durante sete dias consecutivos. Em cada etapa de indução de tolerância oral e subseqüente indução de alergia alimentar, analisamos os níveis de citocinas e anticorpos produzidos (soro e intestino), aversão à Ova e perda de peso corpóreo. Além disso, após a indução de alergia alimentar, analisamos a secreção de muco intestinal, número de mastócitos e eosinófilos na mucosa. Nossos resultados indicaram que, após a indução de alergia alimentar a tolerância oral foi associada com a inibição da produção de IgAS total e anti-Ova, IgA sérica total e anti-Ova, Igs totais e IgG1 anti-Ova. Por outro lado, a tolerância oral inibiu a alergia alimentar, devido aos baixos níveis de IgE total e anti-Ova produzidos, inibição da perda de peso corpóreo e inibição da aversão ao consumo de Ova observados nos animais tolerantes. Os níveis de citocinas pró-inflamatórias, como IL-4 e IL-5 também foram inibidos. Curiosamente, as citocinas regulatórias, como IL-10 e TGF- também foram suprimidas pela indução da tolerância oral. Todas essas citocinas tem um potente efeito na produção de IgA e a inibição delas acompanha a supressão da secreção de IgA pela tolerância oral. De acordo com nossos resultados, nós concluímos que a mucosa intestinal é um sistema totalmente regulado. Geralmente, processos inflamatórios são inibidos no intestino devido à indução da tolerância oral. Entretanto, a mucosa intestinal para manter sua integridade e homeostase, mesmo na presença de inflamação no intestino, como reações alimentares alérgicas, recruta rapidamente vários mecanismos, como produção de IgAS e células que produzem citocinas antiinflamatórias, como IL-10 e TGF-. |
publishDate |
2007 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2007-07-16 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-08-12T09:39:28Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-08-12T09:39:28Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/CMFC-7CFKSG |
url |
http://hdl.handle.net/1843/CMFC-7CFKSG |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/CMFC-7CFKSG/1/raphaela_mendes_resumo.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/CMFC-7CFKSG/2/raphaela_mendes_resumo.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
daecc004a93657c75afb4b116bc66761 87de435526a1cd475ac7791a70033e6d |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589486475476992 |