O conceito de Habitus e a obra de Erwin Panofsky: teoria e metodologia da história da arte e da arquitetura na primeira metade do século XX
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8L4RF2 |
Resumo: | Este trabalho abrange o conceito de habitus, segundo a obra Arquitetura Gótica e Escolástica de Erwin Panofsky, visando o seu distanciamento das historiografias passadas como a de Wölfflin, Riegl, Warburg ou Cassirer , os debates que os trabalhos de Panofsky produziram, e a influência que sua teoria e metodologia exerceram sobre autores posteriores a ele, nas mais diversas áreas, através desse conceito. Tal influência faria com que o conceito fosse reapropriado por autores como Gombrich, Eco, Bourdieu e Chartier. Os dois últimos, especialmente, reconheceram no habitus a superação, por Panofsky, de suas críticas à obra de Wölfflin e Riegl: a superação do positivismo e do formalismo, assim como o abandono da procura pelo precursor, a capacidade e liberdade da invenção individual, a abordagem psicológica do gênio, e o distanciamento da História do Espírito. Apesar de se mostrar uma eficaz solução teórica a muitas questões históricas abertas até então (algumas comuns também à escola dos Annales), foi dedicado a esse conceito muita pouca atenção por parte de historiadores e teóricos. No mais das vezes, estes voltam sua atenção apenas para seu renomado método Iconológico, ou para as formas simbólicas. Contudo, há no conceito de habitus e na Iconologia uma gênese historiográfica muito próxima. Ambos surgem do interesse de Panofsky pelo fenômeno gótico, pela escolástica especialmente por Aquino e Suger e pelo alegorismo sagrado. O alegorismo a concepção medieval de se revelar sentidos trinos em textos e imagens é a base na qual Panofsky concebeu seu método tripartite de investigação do significado artístico a Iconologia. Da mesma forma, a formulação do habitus e da renomada tese de Arquitetura Gótica e Escolástica tem uma base escolástica em comum com o próprio alegorismo. |
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Magno Moraes MelloEduardo Franca PaivaJose Newton Coelho MenesesJens Michael BaumgartenLiszt Vianna Neto2019-08-12T06:34:35Z2019-08-12T06:34:35Z2011-07-07http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8L4RF2Este trabalho abrange o conceito de habitus, segundo a obra Arquitetura Gótica e Escolástica de Erwin Panofsky, visando o seu distanciamento das historiografias passadas como a de Wölfflin, Riegl, Warburg ou Cassirer , os debates que os trabalhos de Panofsky produziram, e a influência que sua teoria e metodologia exerceram sobre autores posteriores a ele, nas mais diversas áreas, através desse conceito. Tal influência faria com que o conceito fosse reapropriado por autores como Gombrich, Eco, Bourdieu e Chartier. Os dois últimos, especialmente, reconheceram no habitus a superação, por Panofsky, de suas críticas à obra de Wölfflin e Riegl: a superação do positivismo e do formalismo, assim como o abandono da procura pelo precursor, a capacidade e liberdade da invenção individual, a abordagem psicológica do gênio, e o distanciamento da História do Espírito. Apesar de se mostrar uma eficaz solução teórica a muitas questões históricas abertas até então (algumas comuns também à escola dos Annales), foi dedicado a esse conceito muita pouca atenção por parte de historiadores e teóricos. No mais das vezes, estes voltam sua atenção apenas para seu renomado método Iconológico, ou para as formas simbólicas. Contudo, há no conceito de habitus e na Iconologia uma gênese historiográfica muito próxima. Ambos surgem do interesse de Panofsky pelo fenômeno gótico, pela escolástica especialmente por Aquino e Suger e pelo alegorismo sagrado. O alegorismo a concepção medieval de se revelar sentidos trinos em textos e imagens é a base na qual Panofsky concebeu seu método tripartite de investigação do significado artístico a Iconologia. Da mesma forma, a formulação do habitus e da renomada tese de Arquitetura Gótica e Escolástica tem uma base escolástica em comum com o próprio alegorismo.This work comprises the concept of habitus, according to Gothic Architecture and Scholasticism by Erwin Panofsky, aiming at its continuances from past historiographies such as the ones by Wölfflin, Riegl, Warburg or Cassirer , the debates that Panofsky´s work yielded among art historians, and the influence that his theory and methodology would have among later authors, in the most diverse areas, through this concept. Such influence would cause the concept to be reapropriated by authors such as Gombrich, Eco, Bourdieu and Chartier. These last two would recognize in the concept of habitus the overcoming, by Panofsky, of his criticisms on Wölfflins and Riegls works: the overcoming of positivism and formalism, as well as the abandonment of the search for a predecessor, the capacity and liberty of the individual invention, the psychological approach of the genius, and the distancing from the History of the Spirit. Besides its efficient theoretical solution for many historical problems that remained open until then (some of them common to the Annales school), very little attention by historians has been dedicated to this concept. Mostly, they only pay attention to his renowned Iconological method, or to the symbolic forms. Nevertheless there is, in the concept of habitus and in the Iconology, a very close historiographic genesis. Both came from Panofskys interest in the Gothic phenomenon, in Scholasticism especially in Aquinas and Suger and in the Holy Allegorism. The allegorism a medieval conception of revealing threefolded senses in texts and imagens is the basis on which Panofsky created his threefold method of investigating the artistic meaning the Iconology. In the same way, both the formulations of the concept of habitus and of his renowned thesis in Gothic Architecture and Scholasticism have a scholastic basis in common with the allegorism itself.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGHistoriografiaHistóriaPanofsky, Erwin, 1892-1968Arte HistóriaHistoriografia e teoriaPanofskyHistória da arteHabitusO conceito de Habitus e a obra de Erwin Panofsky: teoria e metodologia da história da arte e da arquitetura na primeira metade do século XXinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_liszt_vianna.pdfapplication/pdf2799181https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8L4RF2/1/disserta__o_liszt_vianna.pdfff2ea663c9b5ff7b2ce597593c5aaca2MD51TEXTdisserta__o_liszt_vianna.pdf.txtdisserta__o_liszt_vianna.pdf.txtExtracted texttext/plain255819https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8L4RF2/2/disserta__o_liszt_vianna.pdf.txt755eeafebe1cf3eef397ecdb047c12cdMD521843/BUOS-8L4RF22019-11-14 10:14:24.824oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8L4RF2Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:14:24Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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