Hemiassomatognosia em crianças com paralisia cerebral hemiplégica: um estudo observacional padronizado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kênia Carvalho Coutinho
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8UEN9W
Resumo: Crianças com paralisa cerebral hemiplégica (PCH) comumente ignoram de forma parcial ou total o membro superior plégico, principalmente em atividades bimanuais comprometendo o uso da mão afetada nas atividades de vida diária. As dificuldades em utilizar o membro plégico podem estar ligadas a problemas de representação do corpo as quais aparentam ser de natureza agnóstica, chamada de hemiassomatognosia. Objetivos: o primeiro objetivo foi estudar a representação do corpo em crianças com PCH. Depois identificar de forma clinica a existência de hemiassomatognosia através da frequência desta alteração em uma tarefa bimanual e operacionalizar de forma semi-quantitativa o diagnóstico de hemiassomatognosia através de categorias. Além disso, estabelecer a frequência de hemiassomatognosia na amostra comparando as taxas do diagnóstico pela observação clinica/qualitativa e pela comportamental/semi-qualitativa, após dirimir as discrepâncias entre as duas. E, por último, verificar a existência de associações entre a presença de hemiassomatognosia com a idade, sexo, inteligência, lateralidade da lesão, comprometimentos motores grossos e finos, uso de medicações controladas e crises epiléticas. Método: o estudo contou com uma amostra de 103 crianças, sendo 53 do grupo Controle (8,58 ± 2,47 anos) e 50 do grupo PCH, sendo 24 PCH direita (9,00 ± 2,52 anos) e 26 PCH esquerda (8,10 ± 2,39 anos). Foram usadas as classificações GMFCS e MACS, aplicado o teste de inteligência (Raven) e realizadas as observações clínica/qualitativa e comportamental/semi-quantitativa. Resultados: a observação clínica/qualitativa evidenciou a presença da hemiassomatognosia em 16 (32%) crianças com PCH (confiabilidade entre examinadoras = 1,00). As análises de confiabilidade entre examinadores e entre as categorias da observação comportamental/semi-quantitativa foram altas ( > 0,80 e > 0,87 respectivamente). As análises dos escores finais das categorias da observação comportamental/semi-quantitativa mostraram diferenças significativas do grupo Controle e da presença da hemiassomatognosia em relação ao grupo PCH (p < 0,05). A análise ROC mostrou que a observação comportamental/semi-quantitativa discriminou crianças com hemiassomatognosia (ASC > 0,90) e seus resultados permitiram fazer uma estimativa da prevalência de hemiassomatgnosia na amostra de crianças com PCH. Houve associação significativas entre a presença de hemiassomatognosia da observação comportamental/semi-quantitativa e as classificações GMFCS (p < 0,001) e MACS (p=0,003). Conclusão: observação clínica/qualitativa é uma boa forma de determinar a freqüência de hemiassomatognosia em crianças com PCH em uma tarefa bimanual e o uso de instrumento padronizado contribui para estabelecer o diagnóstico final de hemiassomatognosia. É importante desenvolver pesquisas mais direcionadas ao estudo de alterações de representação do corpo em PCH
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Além disso, estabelecer a frequência de hemiassomatognosia na amostra comparando as taxas do diagnóstico pela observação clinica/qualitativa e pela comportamental/semi-qualitativa, após dirimir as discrepâncias entre as duas. E, por último, verificar a existência de associações entre a presença de hemiassomatognosia com a idade, sexo, inteligência, lateralidade da lesão, comprometimentos motores grossos e finos, uso de medicações controladas e crises epiléticas. Método: o estudo contou com uma amostra de 103 crianças, sendo 53 do grupo Controle (8,58 ± 2,47 anos) e 50 do grupo PCH, sendo 24 PCH direita (9,00 ± 2,52 anos) e 26 PCH esquerda (8,10 ± 2,39 anos). Foram usadas as classificações GMFCS e MACS, aplicado o teste de inteligência (Raven) e realizadas as observações clínica/qualitativa e comportamental/semi-quantitativa. Resultados: a observação clínica/qualitativa evidenciou a presença da hemiassomatognosia em 16 (32%) crianças com PCH (confiabilidade entre examinadoras = 1,00). As análises de confiabilidade entre examinadores e entre as categorias da observação comportamental/semi-quantitativa foram altas ( > 0,80 e > 0,87 respectivamente). As análises dos escores finais das categorias da observação comportamental/semi-quantitativa mostraram diferenças significativas do grupo Controle e da presença da hemiassomatognosia em relação ao grupo PCH (p < 0,05). A análise ROC mostrou que a observação comportamental/semi-quantitativa discriminou crianças com hemiassomatognosia (ASC > 0,90) e seus resultados permitiram fazer uma estimativa da prevalência de hemiassomatgnosia na amostra de crianças com PCH. Houve associação significativas entre a presença de hemiassomatognosia da observação comportamental/semi-quantitativa e as classificações GMFCS (p < 0,001) e MACS (p=0,003). Conclusão: observação clínica/qualitativa é uma boa forma de determinar a freqüência de hemiassomatognosia em crianças com PCH em uma tarefa bimanual e o uso de instrumento padronizado contribui para estabelecer o diagnóstico final de hemiassomatognosia. É importante desenvolver pesquisas mais direcionadas ao estudo de alterações de representação do corpo em PCHChildren with hemiplegic cerebral paralyzes (PCH) commonly ignore partially or totally paralyzed upper limb, especially in bimanual activities compromising the use of the affected hand in daily activities. The difficulties in using the plegic limb may be related to problems related to representation of the body appear to be agnostic, called hemiassomatognosia. Objectives: The primary objective was to study the representation of the body in children with HCP. After identification of clinically as the presence of hemiassomatognosia by the frequency of change in a bimanual task and operate in a semi-quantitative diagnosis hemiassomatognosia by categories. Also, set the frequency of the sample hemiassomatognosia comparing the rates of diagnosis by clinical observation/ qualitative and behavioral/semi-quantitative, after settling the discrepancies between the two. And finally, check for associations between the presence of hemiassomatognosia with age, sex, intelligence, laterality of the lesion, gross motor and fine impairments, use of medications and controlled seizures. Method: The study involved a sample of 103 children, 53 of the Control group (8.58 ± 2.47 years) and 50 of the group PCH, PCH and 24 right (9.00 ± 2.52 years) and 26 HCP left (8.10 ± 2.39 years). We used the MACS and GMFCS classifications, applied intelligence test (Raven) and performed the clinical observations/qualitative and behavioral observations/semi-quantitative. Results: The clinical observation/qualitative revealed the presence of hemiassomatognosia in 16 (32%) children with PCH (reliability between examiners = 1.00). Analyses of reliability between examiners and between the categories of behavioral observation/semi-quantitative were high (> 0.80 and > 0.87 respectively). The analyzes of the final scores of the categories of behavioral observation/semi-quantitative showed significant differences in the control group and the presence of hemiassomatognosia over the PCH group (p <0.05). The ROC analysis showed that the behavioral observation/semi-quantitative discriminated children with hemiassomatognosia (AUC> 0.90) and the results allowed to estimate the prevalence of hemiassomatgnosia in the sample of children with HCP. There was significant association between the presence of hemiassomatognosia of behavioral observation/semi-quantitative ratings and the GMFCS (p <0.001) and MACS (p = 0.003). Conclusion: clinical observation/qualitative is a good way to determine the frequency of hemiassomatognosia in children with PCH in a bimanual task and the use of standardized instrument helps to establish the final diagnosis of hemiassomatognosia. It is important to develop more targeted research to the study of changes in body representation in PCHUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGParalisia cerebralNegação (Psicologia) Extremidade superiorImagem corporalCriançaAgnosiaHemiplegia/psicologiaCorpo humanoParalisia Cerebral HemiplégicaRepresentação do corpoHemiassomatognosiaHemiassomatognosia em crianças com paralisia cerebral hemiplégica: um estudo observacional padronizadoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDISSERTAÇÃO DE MESTRADO - KÊNIA CARVALHO COUTINHO.pdfDISSERTAÇÃO DE MESTRADO - KÊNIA CARVALHO COUTINHO.pdfapplication/pdf1318210https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8UEN9W/3/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20DE%20MESTRADO%20-%20K%c3%8aNIA%20CARVALHO%20COUTINHO.pdfce70decd0814b6feb696b990ff278b9dMD53TEXTdisserta__o_de_mestrado___k_nia_carvalho_coutinho__editado.pdf.txtdisserta__o_de_mestrado___k_nia_carvalho_coutinho__editado.pdf.txtExtracted texttext/plain11192https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8UEN9W/2/disserta__o_de_mestrado___k_nia_carvalho_coutinho__editado.pdf.txt0f3cf6ef9055752fcf8806fe2ac4cef7MD521843/BUOS-8UEN9W2023-02-28 16:14:27.675oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8UEN9WRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-02-28T19:14:27Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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