As expressões de choro dos bebês em uma escola municipal de educação infantil de Belo Horizonte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernanda Pedrosa Coutinho Marques
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-BBPHXQ
Resumo: Este trabalho teve como objetivo descrever e analisar as expressões de choro dos bebês entre si, com suas professoras e com a auxiliar de apoio à sala, em uma Escola Municipal de Educação Infantil EMEI de Belo Horizonte/MG. Realizou-se uma pesquisa qualitativa em uma turma composta por 12 bebês com idade até 1 ano e 6 meses, 4 professoras e 1 auxiliar de apoio à sala. A observação participante foi a principal técnica utilizada sendo registrada por meio de diário de campo e vídeo gravações. Foram também analisados documentos sobre o grupo de bebês e suas famílias e realizadas entrevistas semiestruturadas com as professoras e com a auxiliar de apoio à sala. O referencial teórico articulou estudos da Sociologia da Infância, da Psicologia Histórico Cultural, mais especificamente de Vygotsky e Wallon, e estudos da Educação Infantil que afirmam a agência e as potencialidades dos bebês nas interações que estabelecem com os outros, sobretudo nos espaços coletivos. Os resultados obtidos nos apontaram que, em relação à organização dos tempos e dos espaços para o grupo de bebês, o ambiente apresentou uma boa estrutura. Contudo, não havia muitos objetos e materiais dispostos para os bebês exceto quando havia alguma atividade específica para eles. Os bebês passavam a maior parte do dia dentro da sala de atividades e quando saíam para os espaços externos ficavam pouco tempo. Foi nesse ambiente onde registramos o maior número de ocorrências de cenas de choro dos bebês. A análise das entrevistas realizadas indicou que as professoras percebiam o choro como uma forma de comunicação dos bebês, relacionado, principalmente, com as necessidades físicas e biológicas e com o desejo de ter ou querer algo, nomeado pelas participantes como manha, birra ou pirraça. Apesar de perceberem o choro como uma forma de comunicação dos bebês e, na maioria das vezes responderem a ele de forma adequada, notou-se, de modo geral, nas falas das professoras e da auxiliar, uma falta de clareza no que concerne às temáticas das emoções e da afetividade o que por sua vez se relaciona com a possibilidade de as práticas negligenciarem aspectos importantes de apoio ao desenvolvimento psíquico dos bebês. Por meio de análise das filmagens e dos registros do diário de campo foi possível ter indicações de quatro tipos de choro: 1) O choro dos bebês como manifestação de tentativa de buscar uma comunicação com o outro; 2) O choro dos bebês como manifestação de necessidades físicas e biológicas; 3) O choro dos bebês como manifestação do desejo de relação com as professoras e com a auxiliar de apoio à sala; e 4) O choro dos bebês como manifestação de raiva e frustração. Também ficou evidenciado que diante do choro dos bebês, as professoras respondiam geralmente com as seguintes ações: se aproximando e conversando com os bebês; verificando suas necessidades físicas e biológicas; guardando ou oferecendo-lhes algum brinquedo ou objeto; e de alguma forma ignorando o choro. Os resultados da pesquisa auxiliam a reforçar o entendimento de que é fundamental que as professoras tenham condições de refletir sobre o próprio trabalho para que possam avaliar seus modos de agir e de ser na interação que estabelecem com os bebês e para que tenham condições de realizar, de modo mais sistemático, práticas de apoio ao seu desenvolvimento integral.
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O referencial teórico articulou estudos da Sociologia da Infância, da Psicologia Histórico Cultural, mais especificamente de Vygotsky e Wallon, e estudos da Educação Infantil que afirmam a agência e as potencialidades dos bebês nas interações que estabelecem com os outros, sobretudo nos espaços coletivos. Os resultados obtidos nos apontaram que, em relação à organização dos tempos e dos espaços para o grupo de bebês, o ambiente apresentou uma boa estrutura. Contudo, não havia muitos objetos e materiais dispostos para os bebês exceto quando havia alguma atividade específica para eles. Os bebês passavam a maior parte do dia dentro da sala de atividades e quando saíam para os espaços externos ficavam pouco tempo. Foi nesse ambiente onde registramos o maior número de ocorrências de cenas de choro dos bebês. A análise das entrevistas realizadas indicou que as professoras percebiam o choro como uma forma de comunicação dos bebês, relacionado, principalmente, com as necessidades físicas e biológicas e com o desejo de ter ou querer algo, nomeado pelas participantes como manha, birra ou pirraça. Apesar de perceberem o choro como uma forma de comunicação dos bebês e, na maioria das vezes responderem a ele de forma adequada, notou-se, de modo geral, nas falas das professoras e da auxiliar, uma falta de clareza no que concerne às temáticas das emoções e da afetividade o que por sua vez se relaciona com a possibilidade de as práticas negligenciarem aspectos importantes de apoio ao desenvolvimento psíquico dos bebês. Por meio de análise das filmagens e dos registros do diário de campo foi possível ter indicações de quatro tipos de choro: 1) O choro dos bebês como manifestação de tentativa de buscar uma comunicação com o outro; 2) O choro dos bebês como manifestação de necessidades físicas e biológicas; 3) O choro dos bebês como manifestação do desejo de relação com as professoras e com a auxiliar de apoio à sala; e 4) O choro dos bebês como manifestação de raiva e frustração. Também ficou evidenciado que diante do choro dos bebês, as professoras respondiam geralmente com as seguintes ações: se aproximando e conversando com os bebês; verificando suas necessidades físicas e biológicas; guardando ou oferecendo-lhes algum brinquedo ou objeto; e de alguma forma ignorando o choro. Os resultados da pesquisa auxiliam a reforçar o entendimento de que é fundamental que as professoras tenham condições de refletir sobre o próprio trabalho para que possam avaliar seus modos de agir e de ser na interação que estabelecem com os bebês e para que tenham condições de realizar, de modo mais sistemático, práticas de apoio ao seu desenvolvimento integral.This work describes and analyses the expressions of the crying of babies among themselves, with their teachers and with the room support assistant at a Child Education Municipal School (EMEI) in Belo Horizonte/MG. Qualitative research was held in a class of 12 babies aged up to 1 year and 6 months old, four teachers and one support assistant, for about four months. Data were obtained through field diary records and films. We also analyzed documents on the group of babies, their families, and conducted semi-structured interviews with the teachers and with the room support assistant. The theoretical framework articulated studies in the Sociology of Childhood, more specifically, of Historical-Cultural Psychology thus developed by Vygotsky and Wallon, and studies on Early Childhood Education that claim to the agency and the potential of the babies in their interactions established with others, particularly in collective spaces. The results obtained showed that, in relation to the organization of times and spaces for the group of babies, the school offers a good structure. However, there were not enough objects and materials arranged for the babies, except when there was some specific activity scheduled for them. The babies spent most of the day in indoors activities and they were only outside for short periods of time. It was in this environment where we noticed the highest number of scenes of babies crying. The analysis of the interviews carried out with teachers and room assistants indicated that they understood crying as a form of communication by the babies, mainly associated with physical and biological needs as well as with the wish to have something, named by the participants as manha, birra (tantrum) or pirraça. Despite of realizing that crying is a way of communication by babies and, most of the time, to respond to it appropriately, we generally perceive, in teachers speeches as well as the assistant, a lack of conscience towards the theme of emotions and affectivity which, in turn, is related to the possibility of practices neglecting important aspects of support to infants psychic development. By means of the analyses of the footage and records on field diary it was possible to have indications of four types of crying: 1) Crying as a sign of attempted communication with others; 2) Crying as infants manifestation of physical and biological needs; 3) Crying as a manifestation of the desire towards a relationship with teachers and the room support assistant; and 4) Crying as an expression of anger and frustration. It was also evidenced that, when babies cry, teachers usually answer with the following actions: approaching and talking to the babies; by checking their physical and biological needs; keeping or offering them some toy or object; and, somehow, ignoring the crying. The results of the research help to enhance understanding that it is essential that teachers be able to reflect on their own work so that they can evaluate ways of acting and be in the interaction they establish with the infants and to have different forms to carry out, in a more systematic practice, the support the infants full development.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLactentesEducação pre-escolarEducaçãoPsicologia educacionalEmoções e cogniçãoEducação de criançasEducação InfantilChoroBebêsAs expressões de choro dos bebês em uma escola municipal de educação infantil de Belo Horizonteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_fernanda_coutinho___vers_o_final_.pdfapplication/pdf4604245https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-BBPHXQ/1/disserta__o_fernanda_coutinho___vers_o_final_.pdf71c74fd46c168126eb6c4145957a5ac5MD51TEXTdisserta__o_fernanda_coutinho___vers_o_final_.pdf.txtdisserta__o_fernanda_coutinho___vers_o_final_.pdf.txtExtracted texttext/plain472319https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-BBPHXQ/2/disserta__o_fernanda_coutinho___vers_o_final_.pdf.txt4ac2c4e9053be0fa57c5f73b5ea06fb0MD521843/BUOS-BBPHXQ2019-11-14 21:57:00.818oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-BBPHXQRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T00:57Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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