Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/LETR-8T2QCY |
Resumo: | Este trabalho descreve aspectos da fonologia, da morfologia e da morfossintaxe da língua Maxakalí. Com base na marcação de caso morfológico nos argumentos da língua, mostro que o sistema de Caso do Maxakalí é tripartido, pois os argumentos (A), (So) e (O) são codificados de maneira distinta na língua. Além disso, mostro que o sistema de caso da língua é ergativo-ativo, pois os argumentos (A) e (Sa) são uniformemente marcados pela posposição ergativa. Sob o ponto de vista da teoria gerativa, com base nas noções de Caso estrutural e de Caso inerente, procuro motivações empíricas que possam indicar o estatuto dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí. Por meio de diagnósticos morfológicos, sintáticos e semânticos, mostro evidências de que o caso absolutivo em Maxakalí equivale a dois Casos abstratos distintos, o Caso nominativo e o Caso acusativo. Por meio de testes sintáticos e semânticos, mostrei evidências de que o Caso ergativo do Maxakalí é inerente. Os estatutos dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí mostram que a língua exibe sistema de Caso tripartido morfológica e estruturalmente, pois, além de os argumentos (A), (So) e (O) serem morfologicamente marcados de forma distinta, eles também recebem Casos abstratos distintos. Com base nas noções de papéis temáticos e de estrutura argumental (Hale e Keyser, 1994, 2002), classifiquei os verbos intransitivos do Maxakalí em duas classes verbais distintas, a dos inacusativos e a dos inergativos, e mostrei motivações linguísticas e estruturais para defender a estrutura do VP bipartido. Na parte de fonologia, descrevi processos fonológicos da língua, como construções causativas, construções diminutivas e redução de nomes e verbos de um determinado padrão fonotático. Esses processos fonológicos evidenciam que há uma interação entre os componentes morfológico e fonológico na língua Maxakalí. |
id |
UFMG_a817bd973d40a301630fea64a59c2f9e |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-8T2QCY |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Thais Cristofaro Alves da SilvaFabio Bonfim DuarteYonne de Freitas LeiteSergio de Moura MenuzziJania Martins RamosSeung Hwa LeeCarlo Sandro de Oliveira Campos2019-08-11T09:19:10Z2019-08-11T09:19:10Z2009-08-07http://hdl.handle.net/1843/LETR-8T2QCYEste trabalho descreve aspectos da fonologia, da morfologia e da morfossintaxe da língua Maxakalí. Com base na marcação de caso morfológico nos argumentos da língua, mostro que o sistema de Caso do Maxakalí é tripartido, pois os argumentos (A), (So) e (O) são codificados de maneira distinta na língua. Além disso, mostro que o sistema de caso da língua é ergativo-ativo, pois os argumentos (A) e (Sa) são uniformemente marcados pela posposição ergativa. Sob o ponto de vista da teoria gerativa, com base nas noções de Caso estrutural e de Caso inerente, procuro motivações empíricas que possam indicar o estatuto dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí. Por meio de diagnósticos morfológicos, sintáticos e semânticos, mostro evidências de que o caso absolutivo em Maxakalí equivale a dois Casos abstratos distintos, o Caso nominativo e o Caso acusativo. Por meio de testes sintáticos e semânticos, mostrei evidências de que o Caso ergativo do Maxakalí é inerente. Os estatutos dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí mostram que a língua exibe sistema de Caso tripartido morfológica e estruturalmente, pois, além de os argumentos (A), (So) e (O) serem morfologicamente marcados de forma distinta, eles também recebem Casos abstratos distintos. Com base nas noções de papéis temáticos e de estrutura argumental (Hale e Keyser, 1994, 2002), classifiquei os verbos intransitivos do Maxakalí em duas classes verbais distintas, a dos inacusativos e a dos inergativos, e mostrei motivações linguísticas e estruturais para defender a estrutura do VP bipartido. Na parte de fonologia, descrevi processos fonológicos da língua, como construções causativas, construções diminutivas e redução de nomes e verbos de um determinado padrão fonotático. Esses processos fonológicos evidenciam que há uma interação entre os componentes morfológico e fonológico na língua Maxakalí.This research describes aspects of the phonology, morphology and morphosyntax of the indigenous language Maxakalí. Based on morphological case marking, I show that the Maxakalí language has a tripartite case system whose arguments (A), (So) and (O) are each encoded differently. In addition, I demonstrate that Maxakalí's case system is ergative-active, since the (A) and (Sa) arguments are consistently marked by an ergative post-position. From a generative theoretical perspective, based on the notions of structural and inherent Case, I sought empirical reasons to show the status of absolutive and ergative cases. Using morphological, syntactic and semantic diagnostic tools, I found evidence that the absolutive case in Maxakalí is equivalent to two distinct abstract Cases: nominative and accusative. By means of syntactic and semantic tests, I present evidence that the ergative case in Maxakalí is inherent. The status of the absolutive and ergative cases in Maxakalí show that the language uses a tripartite system both morphologically and structurally speaking, as the arguments (A), (So) and (O) are distinctly marked morphologically, as well as receiving distinct abstract Cases. Based on the notions of thematic roles and argument structure (Hale e Keyser, 1994, 2002); I've classified the intransitive verbs of Maxakalí into two distinct verb classes: unaccusatives and ergatives, providing linguistic and structural motivations to support the split VP structure proposed. Regarding the phonology of the language, I described phonological processes including causative constructions, diminutive constructions and reduced nouns and verbs according to the phonotactic patterns identified. These phonological processes indicate that there are interactions between the morphological and phonological components of the Maxakalí language.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLingüísticaMinimalismoLíngua maxakali SintaxeLíngua maxakali MorfologiaLingua maxakali FonologiaIndios Maxakali Minas GeraisÍndios da América do Sul Brasil LínguasLíngua Maxakalíposposição ergativaVP bipartidoMorfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalíinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL714d.pdfapplication/pdf2353066https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8T2QCY/1/714d.pdf10dcb759d0ee0c91a08ff8c7d17099e1MD51TEXT714d.pdf.txt714d.pdf.txtExtracted texttext/plain511629https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8T2QCY/2/714d.pdf.txt8aacee1cc6d17c764106623fc4a1704bMD521843/LETR-8T2QCY2019-11-14 11:14:32.959oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-8T2QCYRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:14:32Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí |
title |
Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí |
spellingShingle |
Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí Carlo Sandro de Oliveira Campos Língua Maxakalí posposição ergativa VP bipartido Lingüística Minimalismo Língua maxakali Sintaxe Língua maxakali Morfologia Lingua maxakali Fonologia Indios Maxakali Minas Gerais Índios da América do Sul Brasil Línguas |
title_short |
Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí |
title_full |
Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí |
title_fullStr |
Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí |
title_full_unstemmed |
Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí |
title_sort |
Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí |
author |
Carlo Sandro de Oliveira Campos |
author_facet |
Carlo Sandro de Oliveira Campos |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Thais Cristofaro Alves da Silva |
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv |
Fabio Bonfim Duarte |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Yonne de Freitas Leite |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Sergio de Moura Menuzzi |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Jania Martins Ramos |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Seung Hwa Lee |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Carlo Sandro de Oliveira Campos |
contributor_str_mv |
Thais Cristofaro Alves da Silva Fabio Bonfim Duarte Yonne de Freitas Leite Sergio de Moura Menuzzi Jania Martins Ramos Seung Hwa Lee |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Língua Maxakalí posposição ergativa VP bipartido |
topic |
Língua Maxakalí posposição ergativa VP bipartido Lingüística Minimalismo Língua maxakali Sintaxe Língua maxakali Morfologia Lingua maxakali Fonologia Indios Maxakali Minas Gerais Índios da América do Sul Brasil Línguas |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Lingüística Minimalismo Língua maxakali Sintaxe Língua maxakali Morfologia Lingua maxakali Fonologia Indios Maxakali Minas Gerais Índios da América do Sul Brasil Línguas |
description |
Este trabalho descreve aspectos da fonologia, da morfologia e da morfossintaxe da língua Maxakalí. Com base na marcação de caso morfológico nos argumentos da língua, mostro que o sistema de Caso do Maxakalí é tripartido, pois os argumentos (A), (So) e (O) são codificados de maneira distinta na língua. Além disso, mostro que o sistema de caso da língua é ergativo-ativo, pois os argumentos (A) e (Sa) são uniformemente marcados pela posposição ergativa. Sob o ponto de vista da teoria gerativa, com base nas noções de Caso estrutural e de Caso inerente, procuro motivações empíricas que possam indicar o estatuto dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí. Por meio de diagnósticos morfológicos, sintáticos e semânticos, mostro evidências de que o caso absolutivo em Maxakalí equivale a dois Casos abstratos distintos, o Caso nominativo e o Caso acusativo. Por meio de testes sintáticos e semânticos, mostrei evidências de que o Caso ergativo do Maxakalí é inerente. Os estatutos dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí mostram que a língua exibe sistema de Caso tripartido morfológica e estruturalmente, pois, além de os argumentos (A), (So) e (O) serem morfologicamente marcados de forma distinta, eles também recebem Casos abstratos distintos. Com base nas noções de papéis temáticos e de estrutura argumental (Hale e Keyser, 1994, 2002), classifiquei os verbos intransitivos do Maxakalí em duas classes verbais distintas, a dos inacusativos e a dos inergativos, e mostrei motivações linguísticas e estruturais para defender a estrutura do VP bipartido. Na parte de fonologia, descrevi processos fonológicos da língua, como construções causativas, construções diminutivas e redução de nomes e verbos de um determinado padrão fonotático. Esses processos fonológicos evidenciam que há uma interação entre os componentes morfológico e fonológico na língua Maxakalí. |
publishDate |
2009 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2009-08-07 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-08-11T09:19:10Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-08-11T09:19:10Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/LETR-8T2QCY |
url |
http://hdl.handle.net/1843/LETR-8T2QCY |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8T2QCY/1/714d.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8T2QCY/2/714d.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
10dcb759d0ee0c91a08ff8c7d17099e1 8aacee1cc6d17c764106623fc4a1704b |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589378521432064 |