Absenteísmo por motivo de doença: estudo de caso de Unidades de Terapia Intensiva Adulta e Pediátrica de um hospital público

• Autor(a) principal: Richardson Warley Siqueira Luzia
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/33998; https://orcid.org/0000-0002-8463-0784
• topic: Absenteísmo; Profissionais da saúde; Saúde do trabalhador; Unidade de Terapia Intensiva.; Absenteísmo; Pessoal de Saúde; Saúde do Trabalhador; Hospitais Públicos; Unidades de Terapia Intensiva; Fatores de Risco; Licença Médica

LUZIA, Richardson Warley Siqueira. Absenteísmo por motivo de doença: estudo de caso de uma unidade de terapia intensiva adulta e pediátrica do estado de Minas Gerais. 2020. 95f. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão de Saúde) – Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. O hospital é considerado um ambiente insalubre, que possui fatores predisponentes para diversos danos físicos e/ou psíquicos à saúde do trabalhador. A unidade de terapia intensiva (UTI), em especial, requer um nível de atenção elevado, pois os profissionais precisam lidar com as demandas diversas dos pacientes e dos familiares, que podem potencializar o sofrimento, adoecimento e absenteísmo. Por objetivo geral, tem-se, analisar os motivos de absenteísmo de uma unidade de terapia intensiva adulta e pediátrica de um hospital público estadual de urgência e emergência, no período entre de 2014 a 2018. Por objetivos específicos: descrever o quantitativo de afastamentos por doenças, por cargo e função no período do período analisado; descrer os fatores do ambiente e das condições de trabalho que favorecem o absenteísmo na visão dos entrevistados; identificar os fatores que geram cansaço e sentimentos positivos e negativos no trabalho na UTI; identificar como os fatores fisiológicos (sono, lazer e atividades físicas) que podem afetar o bem-estar do trabalhador; e identificar os fatores predisponentes do adoecimento. Metodologicamente é um estudo de caso, com a realização de entrevistas e consultas aos bancos de dados, para a busca de informações sobre os afastamentos por adoecimento. Os participantes da pesquisa foram os profissionais de saúde pertences ao quadro funcional do Hospital Estadual Alfa (HEA): enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, nutricionistas e técnicos de enfermagem. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 13 participantes. Os dados quantitativos foram submetidos a análise estatística do tipo descritiva. A análise dos dados qualitativos foi realizada pela técnica de análise de conteúdo, estabelecendo-se como categorias temáticas: ambiente e condições de trabalho; cansaço e desânimo; prazer e realização; sono, lazer e atividade física; fatores predisponentes do adoecimento; consequências do absenteísmo; reação da chefia e colegas ao adoecimento; e motivação para trabalhar no hospital. Os dados revelam o registro de 16.419 dias de falta ao trabalho por licença médica na UTI, no período de 2014 a 2018. A função com maior número de dias de afastamento é a do técnico de enfermagem, o que está associado ao quantitativo desses profissionais nestas unidades. O enfermeiro é a segunda categoria nesse aspecto. A comunicação efetiva entre a equipe e a chefia é um fator que precisa de melhorias nos processos e nos relacionamentos. Em relação ao ambiente e às condições de trabalho, vários condicionantes têm gerado insatisfação. O cansaço está relacionado aos plantões e a quantidade de horas de trabalho ininterrupto. A maioria tem dificuldades para dormir. Nos momentos de folga, aproveitam para ficar com família, restando poucas alternativas de lazer. Várias situações contribuem para o adoecimento, como a sobrecarga de trabalho em função do perfil assistencial do paciente, acumulo das atividades durante o plantão, mais de um vínculo de trabalho, comunicação entre a equipe multiprofissional, risco biológico e fatores externos como familiares. As reações ao absenteísmo são diversas e ambíguas. A gravidez, ainda é vista como um problema e, o trabalhador que adoece repetidamente é rotulado como pouco produtivo. Considera-se possível e necessário, realizar intervenções que busquem melhoria das condições de trabalho e da saúde do trabalhador. O produto técnico apresentado é um relatório, que tem como objetivo realizar o diagnóstico do absenteísmo e propor ações que assegurem a saúde do trabalhador.