Habilidades numéricas básicas: escolarização e envelhecimento normal e patológico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gizele Alves Martins
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B42NMA
Resumo: O presente estudo investiga a relação entre a falta de escolarização, envelhecimento patológico e habilidades numéricas básicas. Inicialmente, uma amostra de adultos com diferentes níveis de escolaridade foi dividida em quatro grupos de acordo com o nível de leitura. Um grupo foi composto por adultos totalmente iletrados, outro por adultos com nível de leitura similar a primeira série, outro grupo com nível de leitura similar à segunda série e o último por adultos letrados. Todos os participantes possuíam inteligência normal, sendo bem adaptados à sociedade. Os participantes realizaram duas tarefas de transcodificação: Escrita de Números Arábicos e Leitura de Números Arábicos. Primeiramente, observou-se um melhor desempenho da amostra na tarefa de Leitura de Números Arábicos em detrimento da Escrita de Números Arábicos. Adultos iletrados exibiram um pior desempenho quando comparados a adultos letrados em todas as tarefas, os dois grupos de ex-iletrados tiveram desempenho similar. A taxa de erro da amostra aumentou e medida que os números ficaram mais difíceis. Análises adicionais na tarefa de Escrita de Números Arábicos foram realizadas com a inclusão de três grupos de idosos: pacientes com Demência de Alzheimer (DA), pacientes com Demência Frontotemporal (bvDFT) e idosos Controles. Os três grupos de idosos obtiveram melhor desempenho que iletrados e ex-iletrados na escrita de números. Análises de erros mostraram que os grupos com baixa escolaridade apresentaram mais erros sintáticos, enquanto os grupos com demências progressivas apresentaram taxa de erro sintático e lexical similar. Um segundo estudo foi realizado a fim de investigar as habilidades de cálculos em participantes com baixa escolaridade. Para isto, os cálculos foram apresentados em uma situação informal de compra e venda e em uma situação formal utilizando uma tarefa de lápis e papel. Os resultados mostram que os participantes tiveram desempenho similar nas duas modalidades de apresentação dos cálculos. Entretanto, maiores dificuldades foram observadas na tarefa de multiplicação. Os estudos realizados têm caráter exploratório e evidenciam que dificuldades em habilidades numéricas básicas são presentes em adultos com baixa escolaridade e em idosos com demências progressivas. Contudo os padrões de dificuldades são distintos. Em adultos com baixa escolaridade os tipos de erros refletem um claro papel da falta de escolarização formal, enquanto em idosos estes resultados estão associados ao estágio da progressão da doença. O papel da educação formal foi evidenciado também na habilidade de cálculos, no qual os participantes apresentaram maiores dificuldades na multiplicação que é uma operação aprendida mais tardiamente durante a escolarização
id UFMG_bf4884971a0cab51933d78dad32f74c0
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B42NMA
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Vitor Geraldi HaaseRicardo Jose de MouraGizele Alves Martins2019-08-12T10:07:46Z2019-08-12T10:07:46Z2016-08-02http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B42NMAO presente estudo investiga a relação entre a falta de escolarização, envelhecimento patológico e habilidades numéricas básicas. Inicialmente, uma amostra de adultos com diferentes níveis de escolaridade foi dividida em quatro grupos de acordo com o nível de leitura. Um grupo foi composto por adultos totalmente iletrados, outro por adultos com nível de leitura similar a primeira série, outro grupo com nível de leitura similar à segunda série e o último por adultos letrados. Todos os participantes possuíam inteligência normal, sendo bem adaptados à sociedade. Os participantes realizaram duas tarefas de transcodificação: Escrita de Números Arábicos e Leitura de Números Arábicos. Primeiramente, observou-se um melhor desempenho da amostra na tarefa de Leitura de Números Arábicos em detrimento da Escrita de Números Arábicos. Adultos iletrados exibiram um pior desempenho quando comparados a adultos letrados em todas as tarefas, os dois grupos de ex-iletrados tiveram desempenho similar. A taxa de erro da amostra aumentou e medida que os números ficaram mais difíceis. Análises adicionais na tarefa de Escrita de Números Arábicos foram realizadas com a inclusão de três grupos de idosos: pacientes com Demência de Alzheimer (DA), pacientes com Demência Frontotemporal (bvDFT) e idosos Controles. Os três grupos de idosos obtiveram melhor desempenho que iletrados e ex-iletrados na escrita de números. Análises de erros mostraram que os grupos com baixa escolaridade apresentaram mais erros sintáticos, enquanto os grupos com demências progressivas apresentaram taxa de erro sintático e lexical similar. Um segundo estudo foi realizado a fim de investigar as habilidades de cálculos em participantes com baixa escolaridade. Para isto, os cálculos foram apresentados em uma situação informal de compra e venda e em uma situação formal utilizando uma tarefa de lápis e papel. Os resultados mostram que os participantes tiveram desempenho similar nas duas modalidades de apresentação dos cálculos. Entretanto, maiores dificuldades foram observadas na tarefa de multiplicação. Os estudos realizados têm caráter exploratório e evidenciam que dificuldades em habilidades numéricas básicas são presentes em adultos com baixa escolaridade e em idosos com demências progressivas. Contudo os padrões de dificuldades são distintos. Em adultos com baixa escolaridade os tipos de erros refletem um claro papel da falta de escolarização formal, enquanto em idosos estes resultados estão associados ao estágio da progressão da doença. O papel da educação formal foi evidenciado também na habilidade de cálculos, no qual os participantes apresentaram maiores dificuldades na multiplicação que é uma operação aprendida mais tardiamente durante a escolarizaçãoThe present study investigated the relationship between lack of schooling, pathological aging and basic numerical skills. Initially, a sample of adults with multiple levels of education was divided into four groups according to their reading level. One group was composed by illiterate adults, another group by adults with similar reading level of first grade, another group had the reading level similar to the second grade and the last one was literate adults. All participants had normal intelligence, being well adapted to society. Participants did two transcoding tasks: Arabic Number Writing and Arabic Number Reading. First, there was a better performance of the sample in Arabic Number Reading task than in Arabic Number Writing task. Illiterates adults showed a worse performance when compared to literate adults in all tasks, the two groups of exilliterates had similar performance. The sample error rate increased as the numbers became more difficult. Further analyses in Arabic Number Writing task were carried out with the inclusion of three elderly groups: patients with Alzheimer's Disease (AD) patients with Frontotemporal Dementia (bvFTD) and elderly Controls. The three elderly groups performed better than illiterates and ex-illiterates in Arabic Number Writing. Error analysis showed that low educated groups showed more syntactical errors, while groups with progressive dementias showed similar errors rates of syntactic and lexical errors. A second study was conducted to investigate the calculations skills in participants with low education. For this, the calculations were presented in an informal situation of marketing and in a formal situation using a pencil and paper task. The results showed that the participants had similar performance in both modalities of calculations. However, greater difficulties were observed in the multiplication block. This study has exploratory character and show that difficulties in basic numerical skills are present in adults with low education and the elderly with progressive dementias. However, the patterns of difficulties are different. In adults with low education, the types of errors reflect a clear role of the lack of formal schooling, while in elderly subjects these results are associated with the stage of progressive disease. The role of formal education was also evidenced in calculations abilities, in which participants had greater difficulties in the multiplication which is an operation learned later during schoolingUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGCognição na velhiceDemênciaNeurociênciasTestes de inteligênciaEscolaridadeEnvelhecimentoBaixa escolaridadeDemência progressivaAdultos iletradosTranscodificaçãoCálculosCálculos contextuaisEscolarização formalHabilidades numéricas básicas: escolarização e envelhecimento normal e patológicoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertac_a_o_mestradoufmg_martins_g.a._2016_final_ficha1.pdfapplication/pdf957506https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B42NMA/1/dissertac_a_o_mestradoufmg_martins_g.a._2016_final_ficha1.pdf4c1dea138611922d0d51a087e02d15a3MD51TEXTdissertac_a_o_mestradoufmg_martins_g.a._2016_final_ficha1.pdf.txtdissertac_a_o_mestradoufmg_martins_g.a._2016_final_ficha1.pdf.txtExtracted texttext/plain131867https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B42NMA/2/dissertac_a_o_mestradoufmg_martins_g.a._2016_final_ficha1.pdf.txtaffeb237a5fe20ada84a62595dd31eceMD521843/BUOS-B42NMA2019-11-14 16:54:27.806oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B42NMARepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:54:27Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Habilidades numéricas básicas: escolarização e envelhecimento normal e patológico
title Habilidades numéricas básicas: escolarização e envelhecimento normal e patológico
spellingShingle Habilidades numéricas básicas: escolarização e envelhecimento normal e patológico
Gizele Alves Martins
Baixa escolaridade
Demência progressiva
Adultos iletrados
Transcodificação
Cálculos
Cálculos contextuais
Escolarização formal
Cognição na velhice
Demência
Neurociências
Testes de inteligência
Escolaridade
Envelhecimento
title_short Habilidades numéricas básicas: escolarização e envelhecimento normal e patológico
title_full Habilidades numéricas básicas: escolarização e envelhecimento normal e patológico
title_fullStr Habilidades numéricas básicas: escolarização e envelhecimento normal e patológico
title_full_unstemmed Habilidades numéricas básicas: escolarização e envelhecimento normal e patológico
title_sort Habilidades numéricas básicas: escolarização e envelhecimento normal e patológico
author Gizele Alves Martins
author_facet Gizele Alves Martins
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Vitor Geraldi Haase
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Ricardo Jose de Moura
dc.contributor.author.fl_str_mv Gizele Alves Martins
contributor_str_mv Vitor Geraldi Haase
Ricardo Jose de Moura
dc.subject.por.fl_str_mv Baixa escolaridade
Demência progressiva
Adultos iletrados
Transcodificação
Cálculos
Cálculos contextuais
Escolarização formal
topic Baixa escolaridade
Demência progressiva
Adultos iletrados
Transcodificação
Cálculos
Cálculos contextuais
Escolarização formal
Cognição na velhice
Demência
Neurociências
Testes de inteligência
Escolaridade
Envelhecimento
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Cognição na velhice
Demência
Neurociências
Testes de inteligência
Escolaridade
Envelhecimento
description O presente estudo investiga a relação entre a falta de escolarização, envelhecimento patológico e habilidades numéricas básicas. Inicialmente, uma amostra de adultos com diferentes níveis de escolaridade foi dividida em quatro grupos de acordo com o nível de leitura. Um grupo foi composto por adultos totalmente iletrados, outro por adultos com nível de leitura similar a primeira série, outro grupo com nível de leitura similar à segunda série e o último por adultos letrados. Todos os participantes possuíam inteligência normal, sendo bem adaptados à sociedade. Os participantes realizaram duas tarefas de transcodificação: Escrita de Números Arábicos e Leitura de Números Arábicos. Primeiramente, observou-se um melhor desempenho da amostra na tarefa de Leitura de Números Arábicos em detrimento da Escrita de Números Arábicos. Adultos iletrados exibiram um pior desempenho quando comparados a adultos letrados em todas as tarefas, os dois grupos de ex-iletrados tiveram desempenho similar. A taxa de erro da amostra aumentou e medida que os números ficaram mais difíceis. Análises adicionais na tarefa de Escrita de Números Arábicos foram realizadas com a inclusão de três grupos de idosos: pacientes com Demência de Alzheimer (DA), pacientes com Demência Frontotemporal (bvDFT) e idosos Controles. Os três grupos de idosos obtiveram melhor desempenho que iletrados e ex-iletrados na escrita de números. Análises de erros mostraram que os grupos com baixa escolaridade apresentaram mais erros sintáticos, enquanto os grupos com demências progressivas apresentaram taxa de erro sintático e lexical similar. Um segundo estudo foi realizado a fim de investigar as habilidades de cálculos em participantes com baixa escolaridade. Para isto, os cálculos foram apresentados em uma situação informal de compra e venda e em uma situação formal utilizando uma tarefa de lápis e papel. Os resultados mostram que os participantes tiveram desempenho similar nas duas modalidades de apresentação dos cálculos. Entretanto, maiores dificuldades foram observadas na tarefa de multiplicação. Os estudos realizados têm caráter exploratório e evidenciam que dificuldades em habilidades numéricas básicas são presentes em adultos com baixa escolaridade e em idosos com demências progressivas. Contudo os padrões de dificuldades são distintos. Em adultos com baixa escolaridade os tipos de erros refletem um claro papel da falta de escolarização formal, enquanto em idosos estes resultados estão associados ao estágio da progressão da doença. O papel da educação formal foi evidenciado também na habilidade de cálculos, no qual os participantes apresentaram maiores dificuldades na multiplicação que é uma operação aprendida mais tardiamente durante a escolarização
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-08-02
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-12T10:07:46Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-12T10:07:46Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B42NMA
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B42NMA
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B42NMA/1/dissertac_a_o_mestradoufmg_martins_g.a._2016_final_ficha1.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B42NMA/2/dissertac_a_o_mestradoufmg_martins_g.a._2016_final_ficha1.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 4c1dea138611922d0d51a087e02d15a3
affeb237a5fe20ada84a62595dd31ece
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589380958322688