Influência de antifúngicos ambientais sobre a tolerabilidade aos antifúngicos clínicos, morfo-fisiologia e virulência em Cryptococcus gattii e C. neoformans
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/35494 |
Resumo: | Cryptococcus gattii e C. neoformans são os principais agentes etiológicos da criptococose. Por esses patógenos serem encontrados associados a plantas e devido ao aumento da utilização de agroquímicos, nesse trabalho nós avaliamos a hipótese de que a exposição a antifúngicos ambientais poderia afetar a tolerância a antifúngicos clínicos e a virulência de Cryptococcus spp. A exposição aos agroquímicos tebuconazol (TBZ) e piraclostrobina (PCT) aumentou a tolerância ( resistência cruzada) de algumas linhagens de C. gattii e C. neoformans ao fluconazol (FCZ), itraconazol e ravuconazol, mas o mesmo efeito não foi observado quando metalaxil foi usado. Algumas linhagens continuaram apresentando resistência cruzada aos azólicos clínicos mesmo após o contato com os agroquímicos ter cessado. Além da alteração da tolerância antifúngica, TBZ e PCT causaram alterações morfológicas em Cryptococcus, sendo que algumas linhagens formaram pseudohifas em contato com os agroquímicos. Células de C. gattIi R265 e C. neoformans H99 expostas a TBZ foram menos virulentas em modelo murino do que células não expostas. Contudo, leveduras recuperadas de animais infectados com células previamente expostas a TBZ continuaram apresentando tolerância ao azólicos clínicos. Essa tolerância in vivo foi confirmada quando o tratamento com FCZ não foi capaz de diminuir a carga fúngica no pulmão dos animais infectados com células expostas a TBZ. O aumento da tolerância aos antifúngicos pode ser explicado pelo aumento da expressão de ERG11 e das bombas de efluxo, PDR11 (AFR1) e MDR1. Em relação a exposição à PCT, apesar das células de C. gattii R265 expostas a esse agroquímico e depois cultivadas em meio sem a droga por 10 passagens (células 10p) serem menos virulentas em modelo animal murino comparada às células não-expostas,.elas demonstraram ser mais tolerantes ao tratamento in vivo com FCZ. Essa tolerânica pode ser atribuída a maior expressão de bombas de efluxo e a diminuição da virulência poderia ser atribuída a menor expressão de genes relacionados com vias de aquisição de íons, como mostra a análise transcriptômica. Conclui-se, portanto, que a exposição aos agroquímicos TBZ e PCT aumenta a tolerância a azólicos clínicos, altera a morfologia e diminui a virulência de Cryptococcus gattii e C. neoformans. |
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Daniel de Assis dos Santoshttp://lattes.cnpq.br/8594246013269311http://lattes.cnpq.br/3333946080391361Rafael Wesley Bastos2021-03-30T13:20:20Z2021-03-30T13:20:20Z2018-02-02http://hdl.handle.net/1843/35494Cryptococcus gattii e C. neoformans são os principais agentes etiológicos da criptococose. Por esses patógenos serem encontrados associados a plantas e devido ao aumento da utilização de agroquímicos, nesse trabalho nós avaliamos a hipótese de que a exposição a antifúngicos ambientais poderia afetar a tolerância a antifúngicos clínicos e a virulência de Cryptococcus spp. A exposição aos agroquímicos tebuconazol (TBZ) e piraclostrobina (PCT) aumentou a tolerância ( resistência cruzada) de algumas linhagens de C. gattii e C. neoformans ao fluconazol (FCZ), itraconazol e ravuconazol, mas o mesmo efeito não foi observado quando metalaxil foi usado. Algumas linhagens continuaram apresentando resistência cruzada aos azólicos clínicos mesmo após o contato com os agroquímicos ter cessado. 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Em relação a exposição à PCT, apesar das células de C. gattii R265 expostas a esse agroquímico e depois cultivadas em meio sem a droga por 10 passagens (células 10p) serem menos virulentas em modelo animal murino comparada às células não-expostas,.elas demonstraram ser mais tolerantes ao tratamento in vivo com FCZ. Essa tolerânica pode ser atribuída a maior expressão de bombas de efluxo e a diminuição da virulência poderia ser atribuída a menor expressão de genes relacionados com vias de aquisição de íons, como mostra a análise transcriptômica. Conclui-se, portanto, que a exposição aos agroquímicos TBZ e PCT aumenta a tolerância a azólicos clínicos, altera a morfologia e diminui a virulência de Cryptococcus gattii e C. neoformans.Cryptococcus gattii and C. neoformans are the main etiological agents of cryptococcosis. Because these pathogens are found associated with plants and due to the increased use of agrochemicals, in this work we evaluated the hypothesis that exposure to environmental antifungal could affect tolerance to clinical antifungal and virulence of Cryptococcus spp. Exposure to agrochemicals tebuconazole (TBZ) and pyraclostrobin (PCT) increased the tolerance (cross-resistance) of some C. gattii and C. neoformans strains to fluconazole (FCZ), itraconazole and ravuconazole. The same effect did not happen when metalaxyl was used. Some strains presented cross-resistance to clinical azoles even after contact with agrochemicals had ceased. In addition to altering antifungal tolerance, TBZ and PCT caused changes in the morphology of Cryptococcus, with some strains forming pseudohyphae in contact with agrochemicals. Cells of C. gattii R265 and C. neoformans H99 exposed to TBZ were less virulent in murine model than non-exposed cells. However, cells recovered from animals infected with cells previously exposed to TBZ maintained the increased tolerance to clinical azoles. In addition, treatment with FCZ was not able to decrease the fungal load in the lung of animals infected with TBZ-exposed cells. Increased antifungal tolerance may be explained by increased expression of ERG11 and efflux pumps, PDR11 (AFR1) and MDR1. Regarding PCT exposure, C. gattii R265 cells exposed to PCT and then cultured in medium without the drug for 10 passages (10p cells) were less virulent in a murine animal model, and treatment with FCZ was ineffective in animals infected with these cells, unlike what happened to animals infected with non-exposed cells. Transcriptomic analysis of 10p and non-exposed cells showed that increased tolerance can be attributed to increased expression of efflux pumps and the reduction of virulence could be attributed to lower expression of genes involved in acquisition of ions pathway. It is concluded, therefore, that the exposure to the agrochemicals TBZ and PCT increases tolerance to clinical azoles, alters the morphology and decreases the virulence of Cryptococcus gattii and C. neoformans.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoCAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorOutra AgênciaporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em MicrobiologiaUFMGBrasilICB - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessMicrobiologiaAgroquímicosCryptococcus gattiiCriptococoseCryptococcus neoformansAgroquímicosCriptococoseBombas de efluxoResistência cruzadaPseudohifaInfluência de antifúngicos ambientais sobre a tolerabilidade aos antifúngicos clínicos, morfo-fisiologia e virulência em Cryptococcus gattii e C. neoformansinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese Rafael Wesley Bastos.pdfTese Rafael Wesley Bastos.pdfapplication/pdf2737187https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35494/1/Tese%20Rafael%20Wesley%20Bastos.pdffd13ecab1eb1149c3bc2b96461c3b4a2MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35494/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35494/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD531843/354942021-03-30 10:20:20.975oai:repositorio.ufmg.br:1843/35494TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-03-30T13:20:20Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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