Pré-eclâmpsia grave: via do fator tissular e polimorfimos no gene do fator VII
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/EMCO-93RG27 |
Resumo: | A pré-eclâmpsia (PE), na forma pura, é caracterizada pelo aparecimento de hipertensão e proteinúria em gestantes normotensas após a vigésima semana de gestação. A PE está associada a um estado de hipercoagulabilidade ainda mais evidente que a condição fisiológica da gravidez. O modelo atualmente aceito para o processo da coagulação destaca o fator tissular (FT) como um componente essencial para iniciar a sequência de reações em cascata, que culmina com a formação do coágulo de fibrina. Quando ocorre lesão vascular, o sangue é exposto ao FT, que se liga ao fator VII (FVII), tornando-o ativado (FVIIa). O complexo FT/FVIIa ativa diretamente os fatores X e IX, o que resulta na geração de trombina e, consequentemente, na clivagem do fibrinogênio em monômeros de fibrina. O inibidor da via do fator tissular (TFPI) é o principal inibidor endógeno, in vivo, da via do FT. Estudos sugerem uma relação dos polimorfismos -401G/T e -402G/A no gene do FVII e os níveis plasmáticos desse fator. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação dos níveis plasmáticos de FT, TFPI, FVII e FVIIa, a presença de polimorfismos nos genes do FVII e a ocorrência de PE grave. Foram avaliadas 335 mulheres, das quais 109 eram gestantes com PE grave (grupo I), 106 gestantes normotensas (grupo II) e 120 mulheres não gestantes (grupo III). A comparação dos níveis de FT nos três grupos não mostrou diferença (333,91; 290,13 e 392,95 pg/mL para os grupos I, II e III respectivamente). Os níveis plasmáticos de TFPI (83,48; 56,09 e 46,29 ng/mL para os grupos I, II e II respectivamente), FVII (521,88; 294,63 e 134,85 ng/mL para os grupos I, II e II respectivamente) e FVIIa (88,68; 67,78 e 45,28 mU/mL para os grupos I, II e II respectivamente) foram significativamente maiores no grupo I quando comparado aos grupos II (p<0,001; 0,001 e 0,014, respectivamente) e III (p<0,001, nos três casos). A comparação entre os grupos I e II, agrupando a idade gestacional, revelou níveis mais elevados de TFPI e de FVII no grupo I, quando comparado ao grupo II, em todas as faixas de idade gestacional avaliadas. O FVIIa não apresentou diferença nesta comparação. A correlação dos grupos I x II, I x III e II x III por meio da avaliação da curva ROC, revelou que o TFPI, FVII e FVIIa são capazes de distinguir gestantes com PE grave ou normotensas de mulheres não gestantes, mas não são capazes de distinguir gestantes com PE grave de gestantes normotensas. A frequência genotípica dos polimorfismos -401G/T e -402G/A não apresentou diferença comparando-se os três grupos. Os polimorfismos avaliados não estão associados à alteração dos níveis plasmáticos do FVII nas gestantes com PE grave. O alelo -401T foi mais frequente no grupo com PE grave e mostrou-se associado à redução dos níveis plasmáticos do FVII quando as mulheres foram avaliadas em conjunto. |
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Luci Maria Sant Ana DusseKarina Braga Gomes BorgesAlexandre Simões BarbosaMilena Soriano MarcolinoMaria das Gracas CarvalhoDanyelle Romana Alves RiosMaria Carolina Tostes PintãoLara Carvalho Godoi2019-08-14T10:02:04Z2019-08-14T10:02:04Z2012-06-28http://hdl.handle.net/1843/EMCO-93RG27A pré-eclâmpsia (PE), na forma pura, é caracterizada pelo aparecimento de hipertensão e proteinúria em gestantes normotensas após a vigésima semana de gestação. A PE está associada a um estado de hipercoagulabilidade ainda mais evidente que a condição fisiológica da gravidez. O modelo atualmente aceito para o processo da coagulação destaca o fator tissular (FT) como um componente essencial para iniciar a sequência de reações em cascata, que culmina com a formação do coágulo de fibrina. Quando ocorre lesão vascular, o sangue é exposto ao FT, que se liga ao fator VII (FVII), tornando-o ativado (FVIIa). O complexo FT/FVIIa ativa diretamente os fatores X e IX, o que resulta na geração de trombina e, consequentemente, na clivagem do fibrinogênio em monômeros de fibrina. O inibidor da via do fator tissular (TFPI) é o principal inibidor endógeno, in vivo, da via do FT. Estudos sugerem uma relação dos polimorfismos -401G/T e -402G/A no gene do FVII e os níveis plasmáticos desse fator. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação dos níveis plasmáticos de FT, TFPI, FVII e FVIIa, a presença de polimorfismos nos genes do FVII e a ocorrência de PE grave. Foram avaliadas 335 mulheres, das quais 109 eram gestantes com PE grave (grupo I), 106 gestantes normotensas (grupo II) e 120 mulheres não gestantes (grupo III). A comparação dos níveis de FT nos três grupos não mostrou diferença (333,91; 290,13 e 392,95 pg/mL para os grupos I, II e III respectivamente). Os níveis plasmáticos de TFPI (83,48; 56,09 e 46,29 ng/mL para os grupos I, II e II respectivamente), FVII (521,88; 294,63 e 134,85 ng/mL para os grupos I, II e II respectivamente) e FVIIa (88,68; 67,78 e 45,28 mU/mL para os grupos I, II e II respectivamente) foram significativamente maiores no grupo I quando comparado aos grupos II (p<0,001; 0,001 e 0,014, respectivamente) e III (p<0,001, nos três casos). A comparação entre os grupos I e II, agrupando a idade gestacional, revelou níveis mais elevados de TFPI e de FVII no grupo I, quando comparado ao grupo II, em todas as faixas de idade gestacional avaliadas. O FVIIa não apresentou diferença nesta comparação. A correlação dos grupos I x II, I x III e II x III por meio da avaliação da curva ROC, revelou que o TFPI, FVII e FVIIa são capazes de distinguir gestantes com PE grave ou normotensas de mulheres não gestantes, mas não são capazes de distinguir gestantes com PE grave de gestantes normotensas. A frequência genotípica dos polimorfismos -401G/T e -402G/A não apresentou diferença comparando-se os três grupos. Os polimorfismos avaliados não estão associados à alteração dos níveis plasmáticos do FVII nas gestantes com PE grave. O alelo -401T foi mais frequente no grupo com PE grave e mostrou-se associado à redução dos níveis plasmáticos do FVII quando as mulheres foram avaliadas em conjunto.Preeclampsia (PE), in its pure form, is characterized by the onset of hypertension and proteinuria in normotensive pregnant women, after the twentieth week of pregnancy. The PE is associated with a hypercoagulable state even more evident that the physiological condition of pregnancy. The actual model accepted for the blood coagulation process detaches the tissue factor (TF) as the essential factor to trigger the coagulation cascade pathway, which leads to fibrin blood clot formation. When vascular damage occurs, blood is exposed to TF that binds to factor VII (FVII), activating it (FVIIa). The TF/FVIIa complex activates directly factors X and IX, resulting in thrombin generation and consequently in fibrinogen cleavage into fibrin monomers. The tissue factor pathway inhibitor (TFPI) is the main endogenous inhibitor, in vivo, of the TF pathway. Previous studies suggested a relation between FVII gene polymorphisms, -402GA and -401GT, and its plasma levels. The aim of this study was to evaluate TF, TFPI, FVII and FVIIa plasma levels, the FVII gene polymorphisms and the occurrence of severe PE. A group of 335 women were evaluated, of whom 109 were pregnant with severe PE (group I), 106 normotensive pregnant women (group II) and 120 nonpregnant women (group III). The comparison of the TF levels did not show any difference among the three groups (333,91; 290,13 e 392,95 pg/mL para os grupos I, II e III respectively). The TFPI (83,48; 56,09 e 46,29 ng/mL para os grupos I, II e II respectively), FVII (521,88; 294,63 e 134,85 ng/mL para os grupos I, II e II respectively) e FVIIa (88,68; 67,78 e 45,28 mU/mL para os grupos I, II e II respectively) plasma levels were significantly higher in group I when compared to group II (p<0,001; 0,001 and 0,014, respectively) and III (p<0,001, in all cases). The comparison between groups I and II, grouping by the pregnancy age, showed an increase of TFPI and FVII in group I, when compared to group II, in all ranges of pregnancy age evaluated. FVIIa did not show difference in this comparison. The correlation between the groups I x II, I x III and II x III by evaluating the ROC curve, showed that TFPI, FVII and FVIIa are able to distinguish pregnant with severe PE or normotensive pregnant from nonpregnant women, but they are not able to distinguish pregnant with severe preeclampsia from normotensive pregnant. The genotypic frequency of the polymorphisms -401G/T and -402G/A did not show differences when comparing the three groups. The polymorphisms evaluated are not associated with changes in FVII plasma levels in pregnant women with severe PE. The allele -401T was more frequent in the group with severe PE and was associated with the decrease of FVII plasma levels when the women were evaluated togetherUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGFarmáciaPré-eclâmpsiaFator VII ativadopolimorfismos no gene do fator VIIfator VIIinibidor da via do fator tissularfator tissularPré-eclâmpsia grave: via do fator tissular e polimorfimos no gene do fator VIIinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_lara_carvalho.pdfapplication/pdf14812113https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/EMCO-93RG27/1/tese_lara_carvalho.pdf571e431363ce8fa61074881fb558d5f7MD51TEXTtese_lara_carvalho.pdf.txttese_lara_carvalho.pdf.txtExtracted texttext/plain217690https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/EMCO-93RG27/2/tese_lara_carvalho.pdf.txtabff083fa1c6dcf8a4dde12c3ae2f24eMD521843/EMCO-93RG272019-11-14 06:06:56.557oai:repositorio.ufmg.br:1843/EMCO-93RG27Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T09:06:56Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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A pré-eclâmpsia (PE), na forma pura, é caracterizada pelo aparecimento de hipertensão e proteinúria em gestantes normotensas após a vigésima semana de gestação. A PE está associada a um estado de hipercoagulabilidade ainda mais evidente que a condição fisiológica da gravidez. O modelo atualmente aceito para o processo da coagulação destaca o fator tissular (FT) como um componente essencial para iniciar a sequência de reações em cascata, que culmina com a formação do coágulo de fibrina. Quando ocorre lesão vascular, o sangue é exposto ao FT, que se liga ao fator VII (FVII), tornando-o ativado (FVIIa). O complexo FT/FVIIa ativa diretamente os fatores X e IX, o que resulta na geração de trombina e, consequentemente, na clivagem do fibrinogênio em monômeros de fibrina. O inibidor da via do fator tissular (TFPI) é o principal inibidor endógeno, in vivo, da via do FT. Estudos sugerem uma relação dos polimorfismos -401G/T e -402G/A no gene do FVII e os níveis plasmáticos desse fator. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação dos níveis plasmáticos de FT, TFPI, FVII e FVIIa, a presença de polimorfismos nos genes do FVII e a ocorrência de PE grave. Foram avaliadas 335 mulheres, das quais 109 eram gestantes com PE grave (grupo I), 106 gestantes normotensas (grupo II) e 120 mulheres não gestantes (grupo III). A comparação dos níveis de FT nos três grupos não mostrou diferença (333,91; 290,13 e 392,95 pg/mL para os grupos I, II e III respectivamente). Os níveis plasmáticos de TFPI (83,48; 56,09 e 46,29 ng/mL para os grupos I, II e II respectivamente), FVII (521,88; 294,63 e 134,85 ng/mL para os grupos I, II e II respectivamente) e FVIIa (88,68; 67,78 e 45,28 mU/mL para os grupos I, II e II respectivamente) foram significativamente maiores no grupo I quando comparado aos grupos II (p<0,001; 0,001 e 0,014, respectivamente) e III (p<0,001, nos três casos). A comparação entre os grupos I e II, agrupando a idade gestacional, revelou níveis mais elevados de TFPI e de FVII no grupo I, quando comparado ao grupo II, em todas as faixas de idade gestacional avaliadas. O FVIIa não apresentou diferença nesta comparação. A correlação dos grupos I x II, I x III e II x III por meio da avaliação da curva ROC, revelou que o TFPI, FVII e FVIIa são capazes de distinguir gestantes com PE grave ou normotensas de mulheres não gestantes, mas não são capazes de distinguir gestantes com PE grave de gestantes normotensas. A frequência genotípica dos polimorfismos -401G/T e -402G/A não apresentou diferença comparando-se os três grupos. Os polimorfismos avaliados não estão associados à alteração dos níveis plasmáticos do FVII nas gestantes com PE grave. O alelo -401T foi mais frequente no grupo com PE grave e mostrou-se associado à redução dos níveis plasmáticos do FVII quando as mulheres foram avaliadas em conjunto. |
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