O tempo é o mesmo para todos? um estudo sobre percepções temporais com jovens trabalhadores de São Paulo (SP) e Curitiba (CR)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jane Kelly Dantas Barbosa
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Samara de Menezes Lara, Kely César Martins de Paiva
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/53645
Resumo: Dizemos que o tempo é o melhor remédio, é o senhor da razão, é dinheiro, que o tempo não para, que não temos tempo a perder. Mas, o que é o tempo? Nós construímos o tempo ou o tempo nos constrói? O tempo passa por nós ou nós passamos por ele? Existiria uma concepção de tempo comum a todos ou o tempo varia conforme pessoas, grupos, organizações, culturas e países? A partir do momento em que a humanidade passou a ter consciência do tempo e, posteriormente, passou a mensurá-lo, sua concepção e relação com o tempo foi se alterando. Antes encarado como algo linear, o tempo passou a ser visto como algo cheio de bifurcações e dimensões, algo irregular, com uma velocidade que ocasiona regimes temporais incertos e instáveis (GRISCI, 1999). A compressão do tempo e do espaço implica na representação de um tempo de insegurança, no qual as tradições e o passado foram paulatinamente abandonados e o futuro é visto como imediato e incerto. A mensuração sólida transformou-se em algo líquido, fluido, num tempo em que as pessoas precisam se manter no ritmo ditado por outrem para não se perderem, o que significa “mudar o guarda-roupa, a mobília, o papel de parede, a aparência, os hábitos – em suma, você mesmo – tão frequentemente quanto consiga.” (BAUMAN, 2007, p. 108). Essa realidade encontra-se vinculada ao discurso globalizante, da modernidade, da mudança incessante, da necessidade de adoção de características de pessoas multifuncionais e dinâmicas. Nesse contexto, as maneiras de lidar com o tempo sofreram grandes transformações, incluindo avanços nos estudos sobre o tema, embora seja comum o sentimento contraditório de que quanto mais avançam os esforços para compreensão e controle sobre o tempo, mais parece que os indivíduos são escravizados por ele (MELLO; TONELLI, 2002b). Na sociedade contemporânea, o tempo é visto por muitos como uma mercadoria e envolve um senso de urgência que dita o ritmo do cotidiano das pessoas, tornando a aceleração e a velocidade comuns no ambiente de trabalho e nas demais esferas da vida (TONELLI, 2008). Discorrendo sobre o tema, Bluedorn e Jaussi (2007) chamam atenção às diferentes percepções que os sujeitos podem ter acerca do tempo para lidar com a vida e o trabalho. Os autores elencam cinco dimensões temporais, a saber: policronicidade, velocidade, pontualidade, profundidade temporal, e, por fim, arrastamento. Dependendo de como o sujeito lida com essas dimensões temporais, elas podem afetar o relacionamento entre os profissionais, tanto em relação à duração quanto a qualidade desses relacionamentos, além de trazer possíveis impactos em atitudes e crenças sobre si mesmos (BLUEDORN; JAUSSI, 2007), sendo importante compreender a heterogeneidade que envolve as formas de se situar em relação ao tempo e as suas implicações em termos de adequação (maior ou menor) do sujeito ao tipo de trabalho a ser realizado e em termos de constituição de suas vivências laborais. Nesse sentido, torna-se importante entender como os indivíduos lidam com o tempo na vida e no trabalho, uma vez que ele constitui uma dimensão que atravessa todas as vivências humanas. No caso específico de pessoas mais jovens, a forma com que percebem e lidam com o tempo pode estar relacionada às dificuldades pelas quais eles passam nessa fase da vida, em que transitam entre a leveza da infância e as responsabilidades da vida adulta (TOMÁS; OLIVEIRA; RIOS-NETO, 2008) e, ainda, às dificuldades que enfrentam em relação ao mundo laboral (REIS, 2015; VERIGUINE; BASSO; SOARES, 2014). Os jovens trabalhadores podem ser entendidos como os trabalhadores na faixa etária de 15 a 24 anos (UNFPA, 2010), caracterizados por suas peculiaridades (POCHMANN,1998; PAIVA, 2016) e pelo fato de que usualmente se inserem em contextos trabalhistas marcados por incerteza, precariedade e informalidade (LOUGHLIN; LANG, 2005; TUCKER; LOUGHLIN, 2006; BOTELHO, 2016), realizando tarefas de natureza empobrecida e de cunho rotineiro e repetitivo (PAIVA; SOUZA, 2016). Conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a juventude brasileira está em segundo lugar no ranking de pessimismo em relação ao trabalho (WICKERT, 2006). Os aspectos econômicos e sociais podem tornar o contexto de transição para o trabalho ainda mais difícil, considerando que os jovens situados em grupos mais vulneráveis enfrentam ainda mais dificuldades. Questões como gênero, raça, classe social, local de moradia e acesso à escolaridade representam aspectos preocupantes que impactam essa transição (UNFPA, 2010; VENTURI; TORINI, 2014; MESQUITA; JÚNIOR; SIMÕES, 2012). Dessa forma, torna-se relevante realizar estudos envolvendo jovens em situações de vulnerabilidade social e sua relação com o mundo do trabalho, como é o caso dos jovens atendidos pela Associação de Ensino Social Profissionalizante, o ESPRO. O ESPRO é uma instituição reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, que atua em quatro eixos: Programa Jovem Aprendiz e Estágio, Programa Formação para o Mundo do Trabalho, Oficinas de Arte e Cultura e Desenvolvimento Social. A instituição defende que “a educação e a assistência social são a base do desenvolvimento integral do ser humano e, por isso, sua atuação é totalmente focada na transformação de vida dos jovens, familiares e das comunidades onde vivem” (Relatório de Atividades Anual ESPRO, 2015, p. 60). Dos jovens atendidos pela instituição, 47% são considerados em situação de alta vulnerabilidade social e 35% em situação de altíssima vulnerabilidade social, enquanto em situação de média e baixa vulnerabilidade estão 16% e 2%, respectivamente (Relatório de Atividades Anual ESPRO, 2015). Considerando-se as diversas percepções, vivências temporais e a diversidade marcante desse grupo laboral, o objetivo geral deste estudo foi analisar e comparar como se configuram as percepções temporais de jovens trabalhadores assistidos pelo ESPRO das cidades de São Paulo (SP) e Curitiba (PR). Para tanto, o referencial teórico deste artigo envolve conceitos de tempo e tempo nas organizações, assim como as dimensões temporais apresentadas por Bluedorn e Jaussi (2007) e as peculiaridades do público abordado. Após esclarecer a metodologia da pesquisa, passa-se à apresentação e análise dos dados, seguidas das considerações finais do artigo
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