As causativas sintéticas do português brasileiro de acordo com o modelo minimalista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Glenda Aparecida Queiroz Milanio
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MGSS-9LZN9B
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar as estruturas causativas sintéticas formadas a partir de verbos transitivos no Português Brasileiro contemporâneo. Para a realização desta pesquisa, utilizamos desde os estudos de Chomsky (1981, 1999, 2002) até os desenvolvimentos recentes do Gerativismo (PYLKKÄNEN, 2002, 2008; BLANCO, 2010,2011). Em relação à representação semântica dessas estruturas, descrevemos os critérios necessários para o reconhecimento das causativas sintéticas. Para essa descrição, adotamosuma classificação verbal baseada na estrutura cognitiva da mente (STILLINGS et. al., 1995), na qual propusemos três classes verbais: verbos sensoriais, verbos de processamento e verbosmotores de primeira e de segunda ordem. Baseados nessa classificação, reconhecemos que as causativas sintéticas geralmente são formadas a partir de verbos transitivos motores desegunda ordem. Esses verbos, além de estarem relacionados ao sistema motor, necessitam de um instrumento artificial alienável para a realização da ação verbal. Nessa perspectiva, acausativa sintética expressa uma leitura ambígua em relação ao argumento externo, uma vez que esse pode ser interpretado como agente ou paciente da ação verbal descrita. Assim, aleitura ambígua referente ao agente executor da ação verbal e o fato de o instrumento artificial alienável poder ser transferido de um indivíduo para outro são critérios necessários para as causativas sintéticas. Em relação à representação sintática dessas estruturas, consideramos queas causativas sintéticas formadas a partir de verbos transitivos são derivadas de uma estrutura analítica subjacente. Desse modo, adotamos os núcleos funcionais Voice e vCAUSE com verboleve, propostos por Pylkkänen (2002, 2008) e revisados por Blanco (2010, 2011), para desenvolver nossa proposta. Assim, assumimos que as causativas sintéticas possuem em sua estrutura dois vPs e dois VoiceP. O vP CAUSE, mais alto na árvore sintática, projeta o verbofazer, que não é realizado fonologicamente, enquanto o outro vP, mais baixo, projeta o verbo transitivo. Já o VoiceP, mais alto na estrutura, introduz o argumento externo do verbo fazer, enquanto o outro VoiceP, mais baixo, abriga um DP proarb, que permite a interpretação de umsujeito indeterminado.
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Baseados nessa classificação, reconhecemos que as causativas sintéticas geralmente são formadas a partir de verbos transitivos motores desegunda ordem. Esses verbos, além de estarem relacionados ao sistema motor, necessitam de um instrumento artificial alienável para a realização da ação verbal. Nessa perspectiva, acausativa sintética expressa uma leitura ambígua em relação ao argumento externo, uma vez que esse pode ser interpretado como agente ou paciente da ação verbal descrita. Assim, aleitura ambígua referente ao agente executor da ação verbal e o fato de o instrumento artificial alienável poder ser transferido de um indivíduo para outro são critérios necessários para as causativas sintéticas. Em relação à representação sintática dessas estruturas, consideramos queas causativas sintéticas formadas a partir de verbos transitivos são derivadas de uma estrutura analítica subjacente. Desse modo, adotamos os núcleos funcionais Voice e vCAUSE com verboleve, propostos por Pylkkänen (2002, 2008) e revisados por Blanco (2010, 2011), para desenvolver nossa proposta. Assim, assumimos que as causativas sintéticas possuem em sua estrutura dois vPs e dois VoiceP. O vP CAUSE, mais alto na árvore sintática, projeta o verbofazer, que não é realizado fonologicamente, enquanto o outro vP, mais baixo, projeta o verbo transitivo. Já o VoiceP, mais alto na estrutura, introduz o argumento externo do verbo fazer, enquanto o outro VoiceP, mais baixo, abriga um DP proarb, que permite a interpretação de umsujeito indeterminado.The goal of this work is to analyze synthetic causative structures formed from transitive verbs in contemporary Brazilian Portuguese. In the present research, we have used the studies of Chomsky (1981, 1999, 2002) until recent developments in Generative Theory (Pylkkänen,2002, 2008; Blanco, 2010, 2011). Regarding the semantic representation of these structures, we described the necessary criteria for recognition of synthetic causatives. For this description, we adopted a verbal classification based on the cognitive structure of the mind(Stillings et al., 1995), in which we proposed three verb classes: sensory verbs, processing verbs, and motor verbs of the first and second orders. Based on this classification, we recognize that synthetic causatives are usually formed from motor transitive verbs of the second order. These verbs, besides being related to the motor system, require an alienable artificial instrument for the realization of the verbal action. In this perspective, the synthetic causative express an ambiguous reading with respect to the external argument, since this canbe interpreted as agent or patient of the action. Thus, the ambiguity concerning the executing agent of the verbal action and the fact that the alienable artificial instrument can be transferredfrom one individual to another are necessary criteria for synthetic causatives. In relation to the syntactic representation of these structures, we consider that synthetic causatives formed fromtransitive verbs are derived from an underlying analytic structure. Thus, we adopt the functional heads Voice and v CAUSE with light verb, proposed by Pylkkänen (2002, 2008) and reviewed by Blanco (2010, 2011) to develop our proposal. Therefore, we assume that thesynthetic causative possesses two vPs and two VoicePs in its structure. The higher vP CAUSE in the syntactic tree projects the verb make, which is not phonologically realized, while the lower vP projects the transitive verb. The higher VoiceP introduces the external argument ofthe verb make, and the lower VoiceP hosts a DP proarb, allowing the interpretation of an indefinite subject.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLingua portuguesa SintaxeLíngua portuguesa Verbosverbos transitivosestrutura argumentalCausativas sintéticasAs causativas sintéticas do português brasileiro de acordo com o modelo minimalistainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__oglendaaqmilanio.pdfapplication/pdf808094https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-9LZN9B/1/disserta__oglendaaqmilanio.pdf611f40a117000f49b3d51ca6f278cfaaMD51TEXTdisserta__oglendaaqmilanio.pdf.txtdisserta__oglendaaqmilanio.pdf.txtExtracted texttext/plain202453https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-9LZN9B/2/disserta__oglendaaqmilanio.pdf.txtfbc8045f729649a976ef9907ec3e2dc6MD521843/MGSS-9LZN9B2019-11-14 04:18:16.897oai:repositorio.ufmg.br:1843/MGSS-9LZN9BRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T07:18:16Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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