Violência sexual em conflitos armados no tribunal penal internacional: uma leitura feminista interseccional
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15034 |
Resumo: | A violência sexual perpetrada em conflitos armados durante muito tempo foi naturalizada, considerada subproduto ou efeito inevitável do respectivo contexto. A adoção do Estatuto de Roma em 2002, que criou o Tribunal Penal Internacional permanente (TPI), foi importante marco no direito internacional, vez que incluiu violências sexuais enquanto crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio. Partindo de referencial feminista interseccional, nosso objetivo geral é analisar em que medida o TPI incorpora abordagem interseccional no julgamento de casos de violência sexual em conflitos armados. Para isso utilizamos metodologia bibliográfica, na construção de nosso aporte teórico, predominantemente a partir de obras e artigos científicos de autoras feministas; e documental, referente à análise das Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e Relatórios Anuais do Secretário Geral das Nações Unidas sobre o tema, dos trabalhos preparatórios ao Estatuto de Roma, incluindo a participação de movimentos sociais feministas, e das sentenças do TPI, desde uma perspectiva feminista interseccional. No primeiro capítulo, situamos o problema da violência sexual em conflitos armados e contextualizamos a interseccionalidade nas epistemologias feministas. No segundo, discutimos sobre os estereótipos que cercam as violências sexuais e sua reprodução no campo social, no contexto dos conflitos armados e no âmbito jurídico. No terceiro, nos dedicamos à leitura dos casos selecionadas do TPI. De forma geral, ainda existe narrativa majoritária de que as mulheres são incluídas nos conflitos armados apenas como civis e vítimas de violência sexual, enquanto homens são soldados e agressores. Porém, contra narrativas são identificadas, de forma que o TPI parece paulatinamente quebrar certos padrões e estereótipos. Destacamos como a luta de movimentos feministas foi essencial para este contexto, devendo, portanto, manter-se constante. |
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2022-11-21T16:42:24Z2022-11-21T16:42:24Z2021-07-06REZENDE, Victória Medeiros de. Violência sexual em conflitos armados no tribunal penal internacional: uma leitura feminista interseccional. Orientador: Andreza do Socorro Pantoja de Oliveira Smith. 2021. 174 f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Instituto de Ciências Jurídicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2021. Disponível em: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/15034. Acesso em:.http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15034A violência sexual perpetrada em conflitos armados durante muito tempo foi naturalizada, considerada subproduto ou efeito inevitável do respectivo contexto. A adoção do Estatuto de Roma em 2002, que criou o Tribunal Penal Internacional permanente (TPI), foi importante marco no direito internacional, vez que incluiu violências sexuais enquanto crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio. Partindo de referencial feminista interseccional, nosso objetivo geral é analisar em que medida o TPI incorpora abordagem interseccional no julgamento de casos de violência sexual em conflitos armados. Para isso utilizamos metodologia bibliográfica, na construção de nosso aporte teórico, predominantemente a partir de obras e artigos científicos de autoras feministas; e documental, referente à análise das Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e Relatórios Anuais do Secretário Geral das Nações Unidas sobre o tema, dos trabalhos preparatórios ao Estatuto de Roma, incluindo a participação de movimentos sociais feministas, e das sentenças do TPI, desde uma perspectiva feminista interseccional. No primeiro capítulo, situamos o problema da violência sexual em conflitos armados e contextualizamos a interseccionalidade nas epistemologias feministas. No segundo, discutimos sobre os estereótipos que cercam as violências sexuais e sua reprodução no campo social, no contexto dos conflitos armados e no âmbito jurídico. No terceiro, nos dedicamos à leitura dos casos selecionadas do TPI. De forma geral, ainda existe narrativa majoritária de que as mulheres são incluídas nos conflitos armados apenas como civis e vítimas de violência sexual, enquanto homens são soldados e agressores. Porém, contra narrativas são identificadas, de forma que o TPI parece paulatinamente quebrar certos padrões e estereótipos. Destacamos como a luta de movimentos feministas foi essencial para este contexto, devendo, portanto, manter-se constante.Sexual violence perpetrated in armed conflicts is an old problem, long naturalized, considered an inevitable by-product or effect of its context. The adoption of the Rome Statute in 2002, which created the permanent International Criminal Court (ICC), was an important milestone in international law, as it included sexual violence as war crimes, crimes against humanity and genocide. From an intersectional feminist framework, our general goal is to analyze the extent to which the ICC incorporates an intersectional approach in the judgment of cases of sexual violence in armed conflicts. For this, our methodology was bibliographical, in the construction of our theoretical basis, predominantly from works and scientific articles by feminist authors; and documentary, referring to the analysis of the United Nations Security Council Resolutions and the Annual Reports of the United Nations Secretary-General on the subject, the preparatory works for the Rome Statute, including the participation of feminist social movements, and the ICC rulings, from an intersectional feminist perspective. In the first chapter, we situated the problem of sexual violence in armed conflicts and contextualize intersectionality in feminist epistemologies. In the second, we discussed stereotypes about sexual violence and its reproduction in the social field, in the context of armed conflicts and in the legal sphere. In the third, we dedicated ourselves to reading the selected casos of the ICC. In general, there is still a majority narrative that women are included in armed conflicts only as civilians and victims of sexual violence, while men are soldiers and aggressors. However, counter-narratives are identified, so that the ICC gradually seems to break certain patterns and stereotypes. We highlight how the struggle of feminist movements was essential for this context, and should therefore remain constant.Submitted by Mariza Costa (mariza.costa@yahoo.com.br) on 2022-08-31T20:13:35Z No. of bitstreams: 2 Dissertacao_ViolenciaSessualConflitos.pdf: 1312327 bytes, checksum: 6ac03624fca3871ecc1b358adffa7c3a (MD5) license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5)Approved for entry into archive by Karina Rodrigues (karinafr@ufpa.br) on 2022-11-21T16:42:24Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Dissertacao_ViolenciaSessualConflitos.pdf: 1312327 bytes, checksum: 6ac03624fca3871ecc1b358adffa7c3a (MD5) license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5)Made available in DSpace on 2022-11-21T16:42:24Z (GMT). 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