CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

• Autor(a) principal: CORREIA, IAGO SALLES LOBO
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25974
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES; Crenças e atitudes; Ensino básico; Preconceito linguístico; Avaliação sociolinguística; Gramática.

O ideal fixado entre os brasileiros, em geral, sobre língua e gramática afeta diretamente as crenças de professores e alunos acerca de sua língua materna, que, por sua vez, estão baseadas em um entendimento de língua como sinônimo de gramática e gramática como o conjunto dos preceitos normativos elencados na gramática tradicional. Por outro lado, toda variedade linguística que se afaste desse ideal é vista como errada e, por conseguinte, estigmatizada socialmente. Considerando essa realidade, nosso trabalho tem como objetivo geral evidenciar as crenças e atitudes de alunos concluintes da Educação Básica em relação às de seus professores de Língua Portuguesa, com o intuito de verificar a transferibilidade das crenças dos docentes para os seus educandos. Como fundamentação teórica, utilizamos os estudos sociolinguísticos e, em especial, os relacionados a crenças e atitudes, como Bagno (2007; 2015), Cyranka (2007), Faraco (2008) e Lambert e Lambert (1966). Esse referencial funciona não só como base teórica de análise dos dados, mas também como parâmetro para a elaboração do instrumento metodológico de geração de dados. Elaboramos, então, questionários cuja aplicação se deu em uma turma de concluintes do ensino básico de um colégio público e outra de um colégio particular, assim como para seus professores de língua materna, em João Pessoa/PB. Os resultados mostraram que a maioria dos estudantes corroborou com a resposta dada pelo professor, ou seja, as crenças dos professores acerca de língua, gramática e ensino parecem ser absorvidas por seus alunos nas aulas de Língua Portuguesa. Além disso, foram percebidas marcas de preconceito linguístico nas respostas a todos os grupos de perguntas para análise de dados, principalmente por parte dos estudantes. Por outro lado, os estudantes de escola particular foram menos conservadores que os de escola pública, em especial as meninas de escola particular absorveram o maior número de crenças do seu professor assim como demonstraram menos marcas de preconceito linguístico. A partir da leitura de nosso referencial teórico e sua associação à análise dos dados, é possível traçar a relação das crenças e atitudes linguísticas dos discentes às dos seus docentes.