Experiência de alunos e professores do 9º ano de uma escola estadual da Paraíba sobre o ensino de matemática no período de ensino remoto durante a pandemia da covid-19

• Autor(a) principal: Granja, Gêneses da Silva
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27259
• topic: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::MATEMATICA; Pandemia; Ensino de matemática; Aulas remotas; Covid-19

O presente trabalho tem como objetivo geral analisar como se deram as aulas de Matemática durante o período remoto correspondente à pandemia da COVID-19 para alunos dos anos finais do ensino fundamental de uma escola estadual da Paraíba. Para tanto, traçamos como objetivos específicos: i) identificar quais foram as principais dificuldades encontradas pelos alunos e professores durante o período de ensino remoto nessa escola estadual nas turmas do 9º ano e; ii) apontar as estratégias utilizadas pelos professores no ensino de Matemática para esses alunos durante o período de ensino remoto. Vale ressaltar que o recorte temporal dessa pesquisa se dá com a implementação do ensino remoto na Paraíba como medida de continuidade ao ano letivo de 2020/2021 em decorrência dos problemas que a pandemia trouxe inclusive para a educação de nossos alunos, até a revogação com o retorno das aulas presenciais em todo Estado. O trabalho segue fundamentado teoricamente a partir de alguns autores, são eles: Araújo, Silva & Silva (2020); Barreto e Rocha (2020); Mendes, Da Luz e Pereira (2021); Avelino e Mendes (2020); Teixeira et al (2021); entre outros. Com essa pesquisa, buscamos compreender a experiência de 90 estudantes e 2 professores do último ano do ensino fundamental (9° ano), a respeito do ensino e da aprendizagem de Matemática na escola pesquisada durante a suspensão das aulas presenciais, no período que corresponde ao pandêmico e ao pós-pandêmico. Destacamos que os alunos sujeitos dessa pesquisa, embora estivessem no 9º ano, relataram suas experiências vividas quando estavam no 7º e 8º anos, período em que estavam sob o modelo de aulas remotas. Assim, foi aplicado um questionário, tanto para os alunos, quanto para os professores, com perguntas que os levavam a retratar suas experiências no período de aulas remotas, o que conseguiram aprender dos conteúdos matemáticos, como eram as avaliações e interações com os professores de Matemática, assim como saber dos professores quais estratégias usaram para ensinar Matemática, plataformas digitais em que ministraram suas aulas, rendimento dos alunos, entre outras questões. Identificamos, a partir das respostas dos questionários dos alunos que quase a totalidade deles não gostaram de estudar de modo remoto, por que não conseguiam aprender os conteúdos propostos pelo professor e, também, pela falta de interação com os colegas de turma e com os professores. Do mesmo modo, o acesso à internet e a aparelhos como celular e notebook dificultou a utilização deles às aulas síncronas (pelo Meet e/ou Zoom), causando desinteresse por parte de muitos. Já os professores apresentaram suas propostas de organização dos conteúdos e as plataformas digitais que afirmaram usar para ensinar Matemática, mas também apontaram grandes dificuldades no processo de aprendizagem dos alunos nesse período. Também, conseguimos identificar as consequências que as a aprovações automáticas causaram no ensino e na aprendizagem deste componente curricular de Matemática, tendo em vista que vários estudantes foram aprovados de forma sumária sem mesmo terem conhecimento do básico proposto em cada ano do ensino. Dessa feita, concluímos que os prejuízos para o aprendizado dos alunos, no caso dessa pesquisa de modo específico em Matemática, foram grandes e ainda levaremos muito tempo para conseguirmos ter uma aprendizagem efetiva onde os alunos estejam aprendendo conteúdos compatíveis ao ano em que estão matriculados. Para isso, precisamos, com urgência, de políticas educacionais que visem sanar as lacunas deixadas pelo período de aulas remotas.