Processamento do preposition stranding em orações relativas por brasileiros usuários de inglês como L2
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPB |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27060 |
Resumo: | Estudos em Psicolinguística e Bilinguismo investigam relações entre os conhecimentos das línguas na mente de usuários de L2 (COOK, 2016). Reconhece-se que tais relações podem ocorrer em vários níveis linguísticos, desde o fonológico até o pragmático, sendo a direcionalidade desses efeitos relatada na literatura em grande parte ocorrendo da L1 para a L2. Efeitos da L2 para a L1 também são encontrados, principalmente em populações bilíngues imersas na L2, com pouco ou nenhum uso da L1. No entanto, existem investigações (SOUZA et al., 2014) que mostram que mesmo em situação de não inversão de dominância, é possível encontrar efeitos da aquisição de uma L2 sobre a L1, em especial em estruturas sintáticas que não possuem equivalência entre elas, como sentenças resultativas (OLIVEIRA; SOUZA; OLIVEIRA, 2017) e alternância de movimento induzido (FERNÁNDEZ; SOUZA, 2016). No par linguístico português brasileiro (PB) e inglês, além destas estruturas, uma outra que apresenta diferenças é o Preposition Stranding (PSt) (ROSS, 1967; RIEMSDIJK, 1978; HORNSTEIN; WEINBERG, 1981), que ocorre, entre outras estruturas, em orações relativas preposicionadas. No PSt há a movimentação do objeto de uma preposição para encabeçar a oração relativa enquanto a preposição permanece no seu local de origem. Descrições sobre a relativização no PB (TARALLO, 1983) não admitem este tipo de construção, considerando-as agramaticais, enquanto no inglês o uso desta estrutura é muito produtivo em situações de fala. Desta forma, buscamos investigar como ocorre o processamento do Preposition Stranding em orações relativas preposicionadas por brasileiros falantes de inglês como L2. Através de três experimentos, uma leitura automonitorada em inglês, uma leitura automonitorada em português, e um julgamento de aceitabilidade imediato também em português, encontramos resultados indicativos de que bilíngues avançados de PB-inglês: (i) processam o Preposition Stranding de maneira semelhante a nativos de inglês, sob determinadas condições; (ii) processam o Preposition Stranding em PB de maneira menos custosa que monolíngues de PB; e, (iii) demonstram maior aceitabilidade para Preposition Stranding em PB que monolíngues de PB. Tais resultados sugerem a existência de efeitos causados pela presença do bilinguismo influenciando o processamento da L1, bem como são compatíveis e discutidos através de propostas que admitem a existência de relações entre os conhecimentos linguísticos das línguas do bilíngue em sua mente (COOK, 2016; AMARAL; ROEPER, 2014), bem como consideram que diferenças individuais (DUSSIAS et al., 2019) podem agir durante tarefas de processamento. |
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2023-06-01T10:50:30Z2023-04-192023-06-01T10:50:30Z2023-03-29https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27060Estudos em Psicolinguística e Bilinguismo investigam relações entre os conhecimentos das línguas na mente de usuários de L2 (COOK, 2016). Reconhece-se que tais relações podem ocorrer em vários níveis linguísticos, desde o fonológico até o pragmático, sendo a direcionalidade desses efeitos relatada na literatura em grande parte ocorrendo da L1 para a L2. Efeitos da L2 para a L1 também são encontrados, principalmente em populações bilíngues imersas na L2, com pouco ou nenhum uso da L1. No entanto, existem investigações (SOUZA et al., 2014) que mostram que mesmo em situação de não inversão de dominância, é possível encontrar efeitos da aquisição de uma L2 sobre a L1, em especial em estruturas sintáticas que não possuem equivalência entre elas, como sentenças resultativas (OLIVEIRA; SOUZA; OLIVEIRA, 2017) e alternância de movimento induzido (FERNÁNDEZ; SOUZA, 2016). No par linguístico português brasileiro (PB) e inglês, além destas estruturas, uma outra que apresenta diferenças é o Preposition Stranding (PSt) (ROSS, 1967; RIEMSDIJK, 1978; HORNSTEIN; WEINBERG, 1981), que ocorre, entre outras estruturas, em orações relativas preposicionadas. No PSt há a movimentação do objeto de uma preposição para encabeçar a oração relativa enquanto a preposição permanece no seu local de origem. Descrições sobre a relativização no PB (TARALLO, 1983) não admitem este tipo de construção, considerando-as agramaticais, enquanto no inglês o uso desta estrutura é muito produtivo em situações de fala. Desta forma, buscamos investigar como ocorre o processamento do Preposition Stranding em orações relativas preposicionadas por brasileiros falantes de inglês como L2. Através de três experimentos, uma leitura automonitorada em inglês, uma leitura automonitorada em português, e um julgamento de aceitabilidade imediato também em português, encontramos resultados indicativos de que bilíngues avançados de PB-inglês: (i) processam o Preposition Stranding de maneira semelhante a nativos de inglês, sob determinadas condições; (ii) processam o Preposition Stranding em PB de maneira menos custosa que monolíngues de PB; e, (iii) demonstram maior aceitabilidade para Preposition Stranding em PB que monolíngues de PB. Tais resultados sugerem a existência de efeitos causados pela presença do bilinguismo influenciando o processamento da L1, bem como são compatíveis e discutidos através de propostas que admitem a existência de relações entre os conhecimentos linguísticos das línguas do bilíngue em sua mente (COOK, 2016; AMARAL; ROEPER, 2014), bem como consideram que diferenças individuais (DUSSIAS et al., 2019) podem agir durante tarefas de processamento.Studies in Psycholinguistics and Bilingualism investigate relationships between language knowledge in the mind of L2 users (COOK, 2016). Such relationships are usually considered capable of occurring at various linguistic levels, from phonological to pragmatic, with the directionality of these effects reported in the literature largely occurring from L1 to L2. L2-to-L1 effects are also found, mostly in L2-immersed bilingual populations, with little to no use of the L1. However, there are investigations (SOUZA et al., 2014) that show that even in situations of non-inversion of dominance, it is possible to find L2 acquisition effects on the L1, especially in syntactic structures that do not have equivalence between them, such as the resultative construction (OLIVEIRA; SOUZA; OLIVEIRA, 2017) and the induced movement alternation structure (FERNÁNDEZ; SOUZA, 2016). In the linguistic pair Brazilian Portuguese (BP) and English, besides de previous structures, there is the Preposition Stranding (PSt) (ROSS, 1967; RIEMSDIJK, 1978; HORNSTEIN; WEINBERG, 1981), which occurs, among other structures, in prepositioned relative clauses. In PSt there is the movement of the object of a preposition to head the relative clause while this preposition remains in its place of origin. Descriptions of relativization in BP (TARALLO, 1983) do not admit this type of construction, considering them ungrammatical, while in English the use of this structure is highly productive in speech situations. In this way, we seek to investigate the processing of Preposition Stranding in prepositioned relative clauses by Brazilian speakers of English as L2. Through three experiments, a self-paced reading task in English, a self-paced reading task in Portuguese, and a speeded acceptability judgment task also in Portuguese, we found suggestive results that advanced Brazilian bilingual speakers of English: (i) process Preposition Stranding similarly to native speakers of English, given certain conditions; (ii) process Preposition Stranding in BP more easily than BP monolinguals; and, (iii) rate Preposition Stranding higher in BP than BP monolinguals. These results point to the existence of effects caused by the presence of bilingualism influencing the processing of L1, as are compatible and discussed through proposals that admit the existence of relationships between the linguistic knowledge of the bilinguals’ languages in their minds (COOK, 2016; AMARAL; ROEPER, 2014), as well as consider that individual differences (DUSSIAS et al., 2019) may act in language processing tasks.Submitted by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2023-06-01T10:50:30Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) MatheusDeAlmeidaBarbosa_Tese.pdf: 3429323 bytes, checksum: a03f893c198235ab0b336478ec5f2702 (MD5)Made available in DSpace on 2023-06-01T10:50:30Z (GMT). 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