Narrativas digitais : uma análise da criação de narrativas digitais em vídeo, na perspectiva dos multiletramentos

• Autor(a) principal: ANDRADE, Ana Luiza Wayand de
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38019
• topic: Educação – Tecnologias Digitais; Narrativas; Vídeos Educativos; Letramento; UFPE - Pós-graduação

Este estudo está inserido na Linha de Pesquisa de Educação Tecnológica, do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica (EDUMATEC), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). As pessoas que cresceram na era digital estão habituadas a experienciar e representar o mundo com o uso de tecnologias digitais, com seus tablets, computadores ou smartphones, utilizando uma variedade de dispositivos e aplicativos educacionais, consumindo e criando narrativas digitais em múltiplos suportes. Narrativas digitais no suporte vídeo — em seu processo de criação — são o objeto de estudo desta dissertação. Em particular, este estudo analisou as narrativas digitais criadas por alunos do Ensino Médio para o Jornal O Fato Social - Seu Jornal de Sociologia. Este Jornal escolar, produzido e transmitido pelos alunos, sujeitos dessa pesquisa, faz parte de uma escola técnica, pública, localizada no município de Igarassu, Pernambuco. Por meio das câmeras dos seus celulares, os estudantes contam a realidade de sua escola, de sua cultura e do aprendizado das disciplinas que cursam. A pesquisa descreveu as atividades que foram desenvolvidas para a criação das narrativas digitais durante a produção de vídeos; identificou tais narrativas; e relacionou a criação das narrativas com os vídeos produzidos. Durante o processo de produção dos vídeos, ocorreu o uso da linguagem, sendo assim, seus usuários participaram de práticas de letramentos. Com base nessa contextualização, estabelecemos o seguinte objetivo geral: Analisar a criação de narrativas digitais, na produção de vídeos, na perspectiva dos multiletramentos. A compreensão de narrativas como atos de expressão cultural e representação da realidade foi feita a partir de Bruner (1991). Para entendermos sobre as narrativas e inseri-las no contexto o ciberespaço, utilizamos Murray (2003). Quanto às narrativas digitais no contexto da educação, recorremos a Robin (2008, 2005), Almeida e Valente (2012) e Almeida (2010). Para uma melhor compreensão do percurso trilhado pelos alunos, para a criação das narrativas digitais em vídeo, recorremos a Ohler (2013) e Lambert (2007). Discutimos também os conceitos de letramento a partir de Xavier (2005), Soares (2002) e Rojo (2009) e de multiletramentos de Rojo (2012, 2013) e Grupo Nova Londres (GNL,1996). Para compreender o uso dos vídeos digitais na educação, foram incluídos os conceitos de Martin-Barbeiro & Rey (2001) e Moran (2000). Utilizamos também os pressupostos trazidos por Castells (2017, 1999) para a contextualização socio-histórica na qual a sociedade contemporânea está inserida. Como metodologia, optamos por uma pesquisa de abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo. Como instrumento de coleta de dados, utilizamos entrevista, registros em diário de campo e os vídeos produzidos pelos discentes para o Jornal, no ano de 2019. Os dados coletados foram analisados por meio da Análise Textual Discursiva (MORAES: GALIAZZI, 2016). Após a análise dos resultados, concluímos que, durante o processo de criação das narrativas digitais, os alunos participaram colaborativamente para que as suas produções conquistassem a audiência, informassem e instruíssem. Também identificamos que as atividades desenvolvidas nas etapas de criação foram oportunidades para o desenvolvimento da autoria, autonomia, criatividade e criticidade. Ao analisarmos as narrativas produzidas nos vídeos, constatamos o olhar crítico dos repórteres em algumas reportagens. Constatamos também que os recursos audiovisuais estavam adequados ao conteúdo, enriquecendo o significado da narrativa. Durante o processo, percebemos que os alunos eram digitalmente fluentes e que utilizavam várias linguagens para criar suas produções em vídeo.