Poiesis de Campos: poesia e poética em Augusto de Campos
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7070 |
Resumo: | O trabalho que ora se apresenta é fruto de uma pesquisa sobre a poética de Augusto de Campos, iniciada em 1996 sob a orientação do professor Sebastien Joachin, e que culminou na dissertação de mestrado A poesia de Augusto de Campos. A tese para doutoramento prolonga a pesquisa anterior, mas com fortes modificações. Sob a orientação do professor Sebastien Joachin até dezembro de 2003 e da professora Sônia Ramalho a partir de 2004, a pesquisa se encaminhou para uma abordagem mais ampla, além da quase que exclusivamente textual da anterior. Uma abordagem a um só tempo semiótica, midiológica e literária tentou abordar um objeto deslocante e multifacial. Os ensaios que seguem estão divididos em cinco textos que, embora formem um todo, podem ser pensados com uma certa autonomia, representando cada um a abordagem de um vetor do objeto em questão; talvez a única exceção seja o primeiro deles Proposição que ensaia uma visada geral da poética do autor. A Proposição encontra o objeto acionando três vetores centrais que ultrapassam em muito o plano puramente lingüístico e/ou literário, sendo estes vetores chamados de: 1) laborativo (quando a poiesis de Campos mostra a problemática da produção e do suporte do signo); 2) processual (quando ela põe em jogo uma série ininterrupta de circuitos e trocas do signo); 3) experiencial (quando os rituais de recepção e de interação sociais são problematizados por ela). O texto seguinte tenta fazer um percurso histórico-midiológico, em virtude de a poiesis de Campos ter na problemática do suporte do signo um de seus vetores centrais, daí a necessidade de discorrer, embora de maneira um tanto abrangente, a respeito das semioses acústica, verbal e audiovisual. O terceiro texto, Tvgrama I (tombeau de Mallarmé): do livro ao vídeo, objetiva uma discussão mais aprofundada do primeiro vetor encontrado na Proposição, laborativo. A referência à obra poética de Mallarmé e a versão para o vídeo de Tvgrama I feita por Cristina Fonseca servem dte elementos de cotejo. O quarto, Sol de Maiakovski, discorre sobre uma tradução para o vídeo de Augusto de Campos dos versos finais de um texto de Vladimir Maiakovski. Introduzindo no texto original do poeta russo cores e versos de Roberto Carlos e de Caetano Veloso, tal intradução serve de objeto-paradigma para a problematização dos circuitos e dos transportes do signo. O quinto, Anticéu, analisa a superfície metade escrita fonética metade Braille deste objeto produzido em 1984 e publicado dez anos depois. Em Anticéu, o terceiro vetor fundante da poiesis de Campos, experiencial, se deixa ver com nitidez e até com uma certa veemência. Dois textos em prosa e o tríptico poético de 1947 de João Cabral de Melo indiciam aqui a antitradição da poiesis contemporânea posta em prática por Augusto de Campos, em sua proposta de reconfiguração do habitat poético. Por fim, Tour, toma um outro objeto-signo de Augusto de Campos, mas agora, à guisa de conclusão provisória, para observar os três vetores encontrados funcionando em um único objeto. Depois de vários anos dedicados à pesquisa da poiesis de Campos e profundamente invadidos por seu objeto, os textos que seguem por vezes vacilam com os nomes, utilizam alguns em excesso de redundância, outros ainda não têm uma semântica clara e unívoca, outros mais são reduzidos até a medida do insuportável. É que existem objetos que destroem as certezas vocabulares e os mundos enrigecidos dos sujeitos. A estes, quebrados os espelhos, o que se anuncia aparece sob a forma do vacilo |
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JUSTINO, Luciano BarbosaFARIAS, Sonia Lucia Ramalho de2014-06-12T18:28:45Z2014-06-12T18:28:45Z2005Barbosa Justino, Luciano; Lucia Ramalho de Farias, Sonia. Poiesis de Campos: poesia e poética em Augusto de Campos. 2005. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7070ark:/64986/0013000012n97O trabalho que ora se apresenta é fruto de uma pesquisa sobre a poética de Augusto de Campos, iniciada em 1996 sob a orientação do professor Sebastien Joachin, e que culminou na dissertação de mestrado A poesia de Augusto de Campos. A tese para doutoramento prolonga a pesquisa anterior, mas com fortes modificações. Sob a orientação do professor Sebastien Joachin até dezembro de 2003 e da professora Sônia Ramalho a partir de 2004, a pesquisa se encaminhou para uma abordagem mais ampla, além da quase que exclusivamente textual da anterior. Uma abordagem a um só tempo semiótica, midiológica e literária tentou abordar um objeto deslocante e multifacial. Os ensaios que seguem estão divididos em cinco textos que, embora formem um todo, podem ser pensados com uma certa autonomia, representando cada um a abordagem de um vetor do objeto em questão; talvez a única exceção seja o primeiro deles Proposição que ensaia uma visada geral da poética do autor. A Proposição encontra o objeto acionando três vetores centrais que ultrapassam em muito o plano puramente lingüístico e/ou literário, sendo estes vetores chamados de: 1) laborativo (quando a poiesis de Campos mostra a problemática da produção e do suporte do signo); 2) processual (quando ela põe em jogo uma série ininterrupta de circuitos e trocas do signo); 3) experiencial (quando os rituais de recepção e de interação sociais são problematizados por ela). O texto seguinte tenta fazer um percurso histórico-midiológico, em virtude de a poiesis de Campos ter na problemática do suporte do signo um de seus vetores centrais, daí a necessidade de discorrer, embora de maneira um tanto abrangente, a respeito das semioses acústica, verbal e audiovisual. O terceiro texto, Tvgrama I (tombeau de Mallarmé): do livro ao vídeo, objetiva uma discussão mais aprofundada do primeiro vetor encontrado na Proposição, laborativo. A referência à obra poética de Mallarmé e a versão para o vídeo de Tvgrama I feita por Cristina Fonseca servem dte elementos de cotejo. O quarto, Sol de Maiakovski, discorre sobre uma tradução para o vídeo de Augusto de Campos dos versos finais de um texto de Vladimir Maiakovski. Introduzindo no texto original do poeta russo cores e versos de Roberto Carlos e de Caetano Veloso, tal intradução serve de objeto-paradigma para a problematização dos circuitos e dos transportes do signo. O quinto, Anticéu, analisa a superfície metade escrita fonética metade Braille deste objeto produzido em 1984 e publicado dez anos depois. Em Anticéu, o terceiro vetor fundante da poiesis de Campos, experiencial, se deixa ver com nitidez e até com uma certa veemência. Dois textos em prosa e o tríptico poético de 1947 de João Cabral de Melo indiciam aqui a antitradição da poiesis contemporânea posta em prática por Augusto de Campos, em sua proposta de reconfiguração do habitat poético. Por fim, Tour, toma um outro objeto-signo de Augusto de Campos, mas agora, à guisa de conclusão provisória, para observar os três vetores encontrados funcionando em um único objeto. Depois de vários anos dedicados à pesquisa da poiesis de Campos e profundamente invadidos por seu objeto, os textos que seguem por vezes vacilam com os nomes, utilizam alguns em excesso de redundância, outros ainda não têm uma semântica clara e unívoca, outros mais são reduzidos até a medida do insuportável. É que existem objetos que destroem as certezas vocabulares e os mundos enrigecidos dos sujeitos. 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