"Meninas difíceis" : uma etnografia sobre o atendimento socioeducativo no Centro Joana Miguel Richa (PR)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Marcela Guedes Carsten da
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/82515
Resumo: Orientadora: Profa. Dra. Ciméa Barbato Bevilaqua
id UFPR_b1940f56b4fa388f6fb1a7a440a68bd3
oai_identifier_str oai:acervodigital.ufpr.br:1884/82515
network_acronym_str UFPR
network_name_str Repositório Institucional da UFPR
repository_id_str 308
spelling Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia e ArqueologiaBevilaqua, Ciméa Barbato, 1965-Silva, Marcela Guedes Carsten da2023-05-11T19:18:37Z2023-05-11T19:18:37Z2022https://hdl.handle.net/1884/82515Orientadora: Profa. Dra. Ciméa Barbato BevilaquaDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologia. Defesa : Curitiba, 24/03/2022Inclui referênciasResumo: No Brasil, quando uma adolescente (pessoa entre 12 e 18 anos) comete uma prática considerada crime, ela é submetida a um processo de responsabilização, as medidas socioeducativas. Existem cinco tipos de medidas, entre elas a internação, considerada a mais grave de todas. Após a decisão do juiz, uma jovem sentenciada pode ficar até três anos privada de liberdade dentro de um Centro de Socioeducação. Diferente das pessoas adultas que são submetidas a uma pena com prazo específico, a liberdade das meninas só é reconquistada a partir da avaliação positiva da sua conduta dentro da instituição, avaliada a partir dos relatórios técnicos, elaborados de seis em seis meses pela unidade socioeducativa. No Paraná, o Centro Socioeducativo Joana Miguel Richa era o local designado para executar esse tipo de atendimento. Tratava-se de um antigo convento que, em 1985, foi adquirido pelo estado para a função. A partir do conceito de infraestrutura, proponho uma reflexão sobre o atendimento socioeducativo destinado às adolescentes internadas, considerando as perspectivas dos diversos servidores responsáveis pelo atendimento e análise de documentos produzidos pela instituição a respeito de suas condutas. Durante a pesquisa, foi possível perceber que além dos parâmetros individuais, próprios das diretrizes e legislações vinculadas a temática socioeducativa, outros fatores eram incorporados na avaliação periódica das meninas: as consequências da precariedade da arquitetura, as inovações regulatórias por parte dos/as funcionários/as e a influência do impacto de como a socioeducação se desenvolveu no estado se viam presentes quando funcionários/as me explicavam o que fazia no seu dia a dia. Também deixava a dúvida se essas imposições eram apenas para as jovens, pois não raramente as mesmas formas de controles impostas às meninas eram obedecidas pela equipe da unidade, como forma de manter o controle. O atendimento das adolescentes em internação no Paraná, apesar das várias regulamentações, parecia se desenrolar no improviso: havia uma dificuldade de se normatizar todas as relações dentro da unidade, o que permitia uma criatividade por parte da equipe para administrar situações inesperadas, mas também pela longa espera por melhorias, como se a estrutura de atendimento - que completava já 37 anos - fosse provisória, e os ocorridos dentro da unidade feminina fossem uma exceção diante da regra dentro da socioeducação.Abstract: In Brazil, when a teenager (between 12 and 18 years old) commits a practice considered a crime, she is subjected to a process of accountability, socio-educational measures. There are five types of measures, including detention, considered the most serious of all. After the judge's decision, a young woman sentenced can be deprived of liberty in a juvenile facility for up to three years. Unlike adults who are submitted a determinate prison sentence, with a fixed length for the prison sentence, the freedom of girls are only regained after a positive evaluation of their conduct, evaluated from the technical reports, prepared every six months by the juvenile facility. In Paraná, the designated place to perform this type of care was Joana Miguel Richa Socio-Educational Center. It was a former convent that, in 1985, was acquired by the state for the function. From the concept of infrastructure, I propose a reflection on the socio-educational care for institutional isolation, considering the perspectives of the various employees responsible for the attendance and analysis of documents produced by the institution regarding their conducts. During the research, it was possible to notice that in addition to the individual parameters, typical of the guidelines and legislations related to the socio-educational theme, other factors were incorporated in the periodic evaluation of the girls: the consequences of the precariousness of the architecture, the regulatory innovations by the employees and the influence of the impact of how juvenile justice developed in the state were present when employees explained to me what they did in their day-to-day life. It also left the question of whether these impositions were only for the young women, because not rarely the same forms of controls imposed on girls were obeyed by the unit team, as a way to maintain control. The care of adolescents in institutional isolation in Paraná, despite the various regulations, seemed to unfold in improvisation: there was a difficulty in normalizing all relationships within the unit, which allowed a creativity on the part of the team to manage unexpected situations, but also by the long wait for improvements, as if the service structure - which was already 37 years old - was provisional, and those that occurred within the female unit were an exception in view of the rule within socio-education.1 recurso online : PDF.application/pdfAdolescentes (Meninas)Adolescentes - CondutaAdolescentes - InfraçõesMenores - Estatuto legal, leis, etc. - BrasilAntropologia"Meninas difíceis" : uma etnografia sobre o atendimento socioeducativo no Centro Joana Miguel Richa (PR)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - MARCELA GUEDES CARSTEN DA SILVA.pdfapplication/pdf3532249https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/82515/1/R%20-%20D%20-%20MARCELA%20GUEDES%20CARSTEN%20DA%20SILVA.pdfd5837bf00a5b3162510da669973bb3d3MD51open access1884/825152023-05-11 16:18:37.756open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/82515Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082023-05-11T19:18:37Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv "Meninas difíceis" : uma etnografia sobre o atendimento socioeducativo no Centro Joana Miguel Richa (PR)
title "Meninas difíceis" : uma etnografia sobre o atendimento socioeducativo no Centro Joana Miguel Richa (PR)
spellingShingle "Meninas difíceis" : uma etnografia sobre o atendimento socioeducativo no Centro Joana Miguel Richa (PR)
Silva, Marcela Guedes Carsten da
Adolescentes (Meninas)
Adolescentes - Conduta
Adolescentes - Infrações
Menores - Estatuto legal, leis, etc. - Brasil
Antropologia
title_short "Meninas difíceis" : uma etnografia sobre o atendimento socioeducativo no Centro Joana Miguel Richa (PR)
title_full "Meninas difíceis" : uma etnografia sobre o atendimento socioeducativo no Centro Joana Miguel Richa (PR)
title_fullStr "Meninas difíceis" : uma etnografia sobre o atendimento socioeducativo no Centro Joana Miguel Richa (PR)
title_full_unstemmed "Meninas difíceis" : uma etnografia sobre o atendimento socioeducativo no Centro Joana Miguel Richa (PR)
title_sort "Meninas difíceis" : uma etnografia sobre o atendimento socioeducativo no Centro Joana Miguel Richa (PR)
author Silva, Marcela Guedes Carsten da
author_facet Silva, Marcela Guedes Carsten da
author_role author
dc.contributor.other.pt_BR.fl_str_mv Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologia
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Bevilaqua, Ciméa Barbato, 1965-
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Marcela Guedes Carsten da
contributor_str_mv Bevilaqua, Ciméa Barbato, 1965-
dc.subject.por.fl_str_mv Adolescentes (Meninas)
Adolescentes - Conduta
Adolescentes - Infrações
Menores - Estatuto legal, leis, etc. - Brasil
Antropologia
topic Adolescentes (Meninas)
Adolescentes - Conduta
Adolescentes - Infrações
Menores - Estatuto legal, leis, etc. - Brasil
Antropologia
description Orientadora: Profa. Dra. Ciméa Barbato Bevilaqua
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-05-11T19:18:37Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-05-11T19:18:37Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://hdl.handle.net/1884/82515
url https://hdl.handle.net/1884/82515
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 1 recurso online : PDF.
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPR
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Repositório Institucional da UFPR
collection Repositório Institucional da UFPR
bitstream.url.fl_str_mv https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/82515/1/R%20-%20D%20-%20MARCELA%20GUEDES%20CARSTEN%20DA%20SILVA.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv d5837bf00a5b3162510da669973bb3d3
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801860251843035136