Judicial Review sem uma Constituição Escrita

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Edlin, Douglas E.
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito - PPGDir./UFRGS (Online)
Texto Completo: https://seer.ufrgs.br/index.php/ppgdir/article/view/54636
Resumo: “JUDICIAL REVIEW”[1] SEM UMA CONSTITUIÇÃO ESCRITA* JUDICIAL REVIEW WITHOUT A CONSTITUTION Douglas E. Edlin**RESUMO: Nos Estados Unidos, o “judicial review” é entendido, desde Marbury v. Madison (1803), como a avaliação judicial de atos governamentais para assegurar a compatibilidade com a Constituição. Mas antes e depois do caso Marbury, cortes estaduais e federais desenvolveram e praticaram uma espécie de “judicial review” no qual os princípios do “Common Law”, conjuntamente ou ao invés de um cânon documental, onde se utiliza o corpo fundamental da doutrina jurídica para avaliar as ações públicas. Este artigo corrige alguns erros de concepção pelos quais a forma de “judicial review” utilizada no caso Marbury [controle de constitucionalidade] seria a única forma de “judicial review” que existiu ou possa existir neste país. Mais particularmente, o artigo esclarece uma falha de certos escritores em distinguir corretamente o “Common Law” e o direito natural como áreas da teoria e da doutrina do direito. Ao corrigir alguns destes erros históricos e teóricos, o artigo delineia uma compreensão do “judicial review” que descreve mais ampla e corretamente o seu desenvolvimento durante o período formativo do pensamento constitucional norte-americano. PALAVRAS-CHAVE: Judicial Review. Common Law. Direito Natural. Marbury. Constituição. ABSTRACT: In the United States, judicial review is understood, since Marbury v. Madison (1803), as judicial evaluation of government action to ensure compliance with the Constitution. But before and after Marbury, state and federal courts developed and practiced a form of judicial review in which common law principles, along with or instead of a canonical document, were the foundational body of legal doctrine against which public actions were assessed. This article carefully examines the cases in which this alternative form of judicial review emerged, and corrects certain misconceptions that Marbury must be the only form of judicial review that has existed or can exist in this country. More particularly, the article clarifies a failure by certain writers to distinguish properly between common law and natural law as matters of legal theory and legal doctrine. In correcting some of these theoretical and historical errors, the article outlines an understanding of judicial review that more fully captures its development during the formative period of American constitutional thought. KEYWORDS: Judicial Review. Common Law. Natural Law. Marbury. Constitution. SUMÁRIO: Introdução. 1. Os Precedentes das Cortes Estaduais. 2. Os Casos da Suprema Corte. 2.1 O Caso Calder v. Bull. 2.2. O Caso Chisholm v. Geórgia. 2.3. O Caso Fletcher v. Peck. Conclusão. Referências.[1] N. do T. A expressão “judicial review” é normalmente traduzida por controle de constitucionalidade, mas neste artigo o autor analisa o controle de atos legislativos com base em parâmetros que não coincidem, necessariamente, com a Constituição escrita, de modo que preferimos manter o termo no original.* O tradutor para a língua portuguesa, Romulo Ponticelli Giorgi Júnior, é mestre e doutorando em Direito Constitucional pela UFRGS, Procurador da Fazenda Nacional e Professor de Direito Constitucional na Faculdade São Judas Tadeu. Foi Procurador do Município de Porto Alegre, Procurador do Estado do Rio Grande do Sul e Advogado da União.** Professor Assistente do Departamento de Ciência Política da Faculdade Dickinson. O autor agradece a Ken Kersch, a Dick Morgan, a Jim Murphy e a Sylvia Snowiss, assim como aos revisores anônimos que providenciaram várias sugestões muito úteis, por ter lido as versões prévias deste artigo e por terem corrigido erros nas idéias e na expressão destas. O autor assume a responsabilidade pelos erros que permaneceram.
id UFRGS-14_1872dcb74225a70fbcaf245d06ade274
oai_identifier_str oai:seer.ufrgs.br:article/54636
network_acronym_str UFRGS-14
network_name_str Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito - PPGDir./UFRGS (Online)
repository_id_str
spelling Judicial Review sem uma Constituição EscritaJudicial ReviewCommon LawDireito NaturalMarburyConstituiçãoDireito PúblicoDireito ConstitucionalHistória do DireitoTeoria do DireitoDireito Comparado“JUDICIAL REVIEW”[1] SEM UMA CONSTITUIÇÃO ESCRITA* JUDICIAL REVIEW WITHOUT A CONSTITUTION Douglas E. Edlin**RESUMO: Nos Estados Unidos, o “judicial review” é entendido, desde Marbury v. Madison (1803), como a avaliação judicial de atos governamentais para assegurar a compatibilidade com a Constituição. Mas antes e depois do caso Marbury, cortes estaduais e federais desenvolveram e praticaram uma espécie de “judicial review” no qual os princípios do “Common Law”, conjuntamente ou ao invés de um cânon documental, onde se utiliza o corpo fundamental da doutrina jurídica para avaliar as ações públicas. Este artigo corrige alguns erros de concepção pelos quais a forma de “judicial review” utilizada no caso Marbury [controle de constitucionalidade] seria a única forma de “judicial review” que existiu ou possa existir neste país. Mais particularmente, o artigo esclarece uma falha de certos escritores em distinguir corretamente o “Common Law” e o direito natural como áreas da teoria e da doutrina do direito. Ao corrigir alguns destes erros históricos e teóricos, o artigo delineia uma compreensão do “judicial review” que descreve mais ampla e corretamente o seu desenvolvimento durante o período formativo do pensamento constitucional norte-americano. PALAVRAS-CHAVE: Judicial Review. Common Law. Direito Natural. Marbury. Constituição. ABSTRACT: In the United States, judicial review is understood, since Marbury v. Madison (1803), as judicial evaluation of government action to ensure compliance with the Constitution. But before and after Marbury, state and federal courts developed and practiced a form of judicial review in which common law principles, along with or instead of a canonical document, were the foundational body of legal doctrine against which public actions were assessed. This article carefully examines the cases in which this alternative form of judicial review emerged, and corrects certain misconceptions that Marbury must be the only form of judicial review that has existed or can exist in this country. More particularly, the article clarifies a failure by certain writers to distinguish properly between common law and natural law as matters of legal theory and legal doctrine. In correcting some of these theoretical and historical errors, the article outlines an understanding of judicial review that more fully captures its development during the formative period of American constitutional thought. KEYWORDS: Judicial Review. Common Law. Natural Law. Marbury. Constitution. SUMÁRIO: Introdução. 1. Os Precedentes das Cortes Estaduais. 2. Os Casos da Suprema Corte. 2.1 O Caso Calder v. Bull. 2.2. O Caso Chisholm v. Geórgia. 2.3. O Caso Fletcher v. Peck. Conclusão. Referências.[1] N. do T. A expressão “judicial review” é normalmente traduzida por controle de constitucionalidade, mas neste artigo o autor analisa o controle de atos legislativos com base em parâmetros que não coincidem, necessariamente, com a Constituição escrita, de modo que preferimos manter o termo no original.* O tradutor para a língua portuguesa, Romulo Ponticelli Giorgi Júnior, é mestre e doutorando em Direito Constitucional pela UFRGS, Procurador da Fazenda Nacional e Professor de Direito Constitucional na Faculdade São Judas Tadeu. Foi Procurador do Município de Porto Alegre, Procurador do Estado do Rio Grande do Sul e Advogado da União.** Professor Assistente do Departamento de Ciência Política da Faculdade Dickinson. O autor agradece a Ken Kersch, a Dick Morgan, a Jim Murphy e a Sylvia Snowiss, assim como aos revisores anônimos que providenciaram várias sugestões muito úteis, por ter lido as versões prévias deste artigo e por terem corrigido erros nas idéias e na expressão destas. O autor assume a responsabilidade pelos erros que permaneceram.Universidade Federal do Rio Grande do Sul2015-08-27info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://seer.ufrgs.br/index.php/ppgdir/article/view/5463610.22456/2317-8558.54636Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito – PPGDir./UFRGS; Vol. 10 No. 1 (2015): Revista Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito/UFRGSCadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito – PPGDir./UFRGS; v. 10 n. 1 (2015): Revista Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito/UFRGS2317-85581678-5029reponame:Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito - PPGDir./UFRGS (Online)instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSporhttps://seer.ufrgs.br/index.php/ppgdir/article/view/54636/34943https://seer.ufrgs.br/index.php/ppgdir/article/view/54636/38387Edlin, Douglas E.info:eu-repo/semantics/openAccess2016-08-22T22:19:12Zoai:seer.ufrgs.br:article/54636Revistahttp://seer.ufrgs.br/ppgdirPUBhttp://seer.ufrgs.br/index.php/ppgdir/oai||revistappgdir@ufrgs.br2317-85581678-5029opendoar:2016-08-22T22:19:12Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito - PPGDir./UFRGS (Online) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.none.fl_str_mv Judicial Review sem uma Constituição Escrita
title Judicial Review sem uma Constituição Escrita
spellingShingle Judicial Review sem uma Constituição Escrita
Edlin, Douglas E.
Judicial Review
Common Law
Direito Natural
Marbury
Constituição
Direito Público
Direito Constitucional
História do Direito
Teoria do Direito
Direito Comparado
title_short Judicial Review sem uma Constituição Escrita
title_full Judicial Review sem uma Constituição Escrita
title_fullStr Judicial Review sem uma Constituição Escrita
title_full_unstemmed Judicial Review sem uma Constituição Escrita
title_sort Judicial Review sem uma Constituição Escrita
author Edlin, Douglas E.
author_facet Edlin, Douglas E.
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Edlin, Douglas E.
dc.subject.por.fl_str_mv Judicial Review
Common Law
Direito Natural
Marbury
Constituição
Direito Público
Direito Constitucional
História do Direito
Teoria do Direito
Direito Comparado
topic Judicial Review
Common Law
Direito Natural
Marbury
Constituição
Direito Público
Direito Constitucional
História do Direito
Teoria do Direito
Direito Comparado
description “JUDICIAL REVIEW”[1] SEM UMA CONSTITUIÇÃO ESCRITA* JUDICIAL REVIEW WITHOUT A CONSTITUTION Douglas E. Edlin**RESUMO: Nos Estados Unidos, o “judicial review” é entendido, desde Marbury v. Madison (1803), como a avaliação judicial de atos governamentais para assegurar a compatibilidade com a Constituição. Mas antes e depois do caso Marbury, cortes estaduais e federais desenvolveram e praticaram uma espécie de “judicial review” no qual os princípios do “Common Law”, conjuntamente ou ao invés de um cânon documental, onde se utiliza o corpo fundamental da doutrina jurídica para avaliar as ações públicas. Este artigo corrige alguns erros de concepção pelos quais a forma de “judicial review” utilizada no caso Marbury [controle de constitucionalidade] seria a única forma de “judicial review” que existiu ou possa existir neste país. Mais particularmente, o artigo esclarece uma falha de certos escritores em distinguir corretamente o “Common Law” e o direito natural como áreas da teoria e da doutrina do direito. Ao corrigir alguns destes erros históricos e teóricos, o artigo delineia uma compreensão do “judicial review” que descreve mais ampla e corretamente o seu desenvolvimento durante o período formativo do pensamento constitucional norte-americano. PALAVRAS-CHAVE: Judicial Review. Common Law. Direito Natural. Marbury. Constituição. ABSTRACT: In the United States, judicial review is understood, since Marbury v. Madison (1803), as judicial evaluation of government action to ensure compliance with the Constitution. But before and after Marbury, state and federal courts developed and practiced a form of judicial review in which common law principles, along with or instead of a canonical document, were the foundational body of legal doctrine against which public actions were assessed. This article carefully examines the cases in which this alternative form of judicial review emerged, and corrects certain misconceptions that Marbury must be the only form of judicial review that has existed or can exist in this country. More particularly, the article clarifies a failure by certain writers to distinguish properly between common law and natural law as matters of legal theory and legal doctrine. In correcting some of these theoretical and historical errors, the article outlines an understanding of judicial review that more fully captures its development during the formative period of American constitutional thought. KEYWORDS: Judicial Review. Common Law. Natural Law. Marbury. Constitution. SUMÁRIO: Introdução. 1. Os Precedentes das Cortes Estaduais. 2. Os Casos da Suprema Corte. 2.1 O Caso Calder v. Bull. 2.2. O Caso Chisholm v. Geórgia. 2.3. O Caso Fletcher v. Peck. Conclusão. Referências.[1] N. do T. A expressão “judicial review” é normalmente traduzida por controle de constitucionalidade, mas neste artigo o autor analisa o controle de atos legislativos com base em parâmetros que não coincidem, necessariamente, com a Constituição escrita, de modo que preferimos manter o termo no original.* O tradutor para a língua portuguesa, Romulo Ponticelli Giorgi Júnior, é mestre e doutorando em Direito Constitucional pela UFRGS, Procurador da Fazenda Nacional e Professor de Direito Constitucional na Faculdade São Judas Tadeu. Foi Procurador do Município de Porto Alegre, Procurador do Estado do Rio Grande do Sul e Advogado da União.** Professor Assistente do Departamento de Ciência Política da Faculdade Dickinson. O autor agradece a Ken Kersch, a Dick Morgan, a Jim Murphy e a Sylvia Snowiss, assim como aos revisores anônimos que providenciaram várias sugestões muito úteis, por ter lido as versões prévias deste artigo e por terem corrigido erros nas idéias e na expressão destas. O autor assume a responsabilidade pelos erros que permaneceram.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-08-27
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://seer.ufrgs.br/index.php/ppgdir/article/view/54636
10.22456/2317-8558.54636
url https://seer.ufrgs.br/index.php/ppgdir/article/view/54636
identifier_str_mv 10.22456/2317-8558.54636
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://seer.ufrgs.br/index.php/ppgdir/article/view/54636/34943
https://seer.ufrgs.br/index.php/ppgdir/article/view/54636/38387
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio Grande do Sul
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio Grande do Sul
dc.source.none.fl_str_mv Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito – PPGDir./UFRGS; Vol. 10 No. 1 (2015): Revista Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito/UFRGS
Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito – PPGDir./UFRGS; v. 10 n. 1 (2015): Revista Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito/UFRGS
2317-8558
1678-5029
reponame:Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito - PPGDir./UFRGS (Online)
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito - PPGDir./UFRGS (Online)
collection Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito - PPGDir./UFRGS (Online)
repository.name.fl_str_mv Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito - PPGDir./UFRGS (Online) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv ||revistappgdir@ufrgs.br
_version_ 1799767000699895808