Investigação dos efeitos interativos de NAC e Diazepan em modelos de ansiedade em camundongos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fortes, Luíza Schneider
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/149580
Resumo: Transtornos de ansiedade são patologias crônicas debilitantes, que resultam em um prejuízo considerável da qualidade de vida dos pacientes. Estas patologias afetam milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo a forma mais comum de transtorno psiquiátrico. A farmacoterapia é de grande importância no tratamento dessas patologias, sendo os fármacos disponíveis para o tratamento desses transtornos os ansiolíticos e antidepressivos. Entretanto, estes podem ocasionar diversos efeitos adversos, como disfunção sexual, sedação, prejuízo da coordenação motora e distúrbios de sono, especialmente quando administrados em doses mais altas. Estima-se que 40-50% dos pacientes são refratários a esses tratamentos, justificando o grande interesse no desenvolvimento de fármacos mais efetivos. O aumento da transmissão glutamatérgica no hipocampo e em regiões corticais é um componente chave em transtornos de ansiedade e, por isso, o sistema glutamatérgico tem sido considerado como fonte de novos alvos farmacológicos em transtornos psiquiátricos. A N-acetilcisteína (NAC) é um modulador glutamatérgico que demonstrou efeitos positivos para o tratamento de transtornos de ansiedade tanto em modelos pré-clínicos como em testes clínicos. Sua utilidade como ansiolítico em humanos já foi evidenciada em transtornos onde a ansiedade é prevalente, tais como a tricotilomania e TOC; em modelos animais de ansiedade com peixe-zebra; bem como em modelos experimentais em camundongos, incluindo o teste marble-burying. Enquanto a necessidade do desenvolvimento de medicamentos mais efetivos e com menos efeitos adversos para o manejo de transtornos de ansiedade seja consenso, estratégias alternativas têm sido exploradas. O uso concomitante de dois fármacos visando o efeito sinérgico, além de possibilitar a utilização de doses menores dos mesmos, diminuindo os efeitos adversos e aumentando a tolerabilidade e aderência ao tratamento, tem sido amplamente utilizado e recomendado para melhorar o prognóstico dos pacientes refratários aos tratamentos convencionais. A ação sinérgica entre NAC e certos antidepressivos já foi verificada por nosso grupo, logo, o objetivo desse trabalho foi investigar se o mesmo ocorre em relação à atividade ansiolítica. Esse estudo demonstrou que a combinação de uma dose sub-efetiva de NAC (150 mg/kg) com uma dose sub-efetiva de diazepam (1 mg/kg) induziu efeito ansiolítico no teste de claro-escuro, sugerindo uma possível interação clinicamente útil entre esses dois fármacos. No entanto, a NAC nas duas doses administradas (100 e 150 mg/kg) prejudicou a atividade locomotora dos animais no teste de campo aberto, sugerindo que o efeito da NAC associada ao diazepam no teste claro-escuro pode não ser exclusivamente ansiolítico, mas também estar associado a um efeito sedativo de NAC, apesar de o número de cruzamentos entre os compartimentos claro e escuro não ter sido alterado pela associação.
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