Bem-estar e qualidade de carcaça de frangos de corte submetidos à insensibilização elétrica pós-sangria

• Autor(a) principal: Trentini, Giulia
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/255025
• topic: Insensibilização de animais; Qualidade da carne; Frangos de corte; Abate Halal; Post-slaughter stunning; Halal slaughter; Carcass quality; Animal welfare; Poultry

Uma das principais áreas geográficas importadoras da carne de frango brasileira é o Oriente Médio. Os produtos destinados a esse mercado devem estar de acordo com os preceitos religiosos do islã, e desta forma, considerados Halal pelas autoridades religiosas, sendo que, uma das principais exigências é a não utilização de insensibilização prévia ao abate de animais de produção. Abatedouros-frigoríficos de aves enfrentam dificuldades operacionais em atender aos preceitos do Islã, sem aumentar as perdas econômicas por condenações de cortes. O trabalho teve como objetivo testar a eficiência da insensibilização elétrica pós-sangria, no bem-estar e na qualidade de carcaça de aves destinadas ao mercado Halal. A pesquisa foi realizada em um abatedouro-frigorífico localizado na região Sul do Brasil, foram avaliados parâmetros de bem-estar e qualidade de carcaça de frangos de corte abatidos pelo método Halal (controle; T1), e animais submetidos à insensibilização elétrica em cuba seca imediatamente após a sangria (teste; T2). Foi avaliado o tempo de parada de movimentos e reflexos de aves retiradas da linha de abate logo após a sangria, de ambos os tratamentos (controle: n = 21; teste: n= 30). A qualidade de carcaça foi determinada pela avaliação macroscópica de lesões nas asas, peito e pernas de 494 aves (247 de cada tratamento), selecionadas aleatoriamente após a depenaderia. As aves do tratamento controle levaram em média 23,23 segundos (seg.) para cessarem movimentos voluntários, 63 seg. para a perda de reflexos e 57 seg. para a parada da respiração. Enquanto as aves do tratamento teste levaram 5,5 seg. para cessarem movimentos coordenados, 56,76 seg. para a perda de reflexos e 66,43 seg. para a parada da respiração, havendo diferença estatística entre os tratamentos em todos os parâmetros avaliados (p ≤ 0,05). Foi observada associação entre o abate sem insensibilização, e a presença de lesões como hemorragia nas pontas das asas, extravasamento de sangue nas asas, salpicamento bilateral nas asas, fratura vermelha unilateral nas asas e hematoma nas pernas, havendo maior prevalência de lesões no abate pelo método Halal tradicional (tratamento controle). Não houve associação entre os tratamentos e a presença de lesões no peito. A inserção da insensibilização elétrica após a sangria, favoreceu o bem-estar das aves após a jugulação cruenta, a diminuição das perdas de qualidade e econômicas por condenações de cortes de aves abatidas para o mercado muçulmano.