Construindo o melhor momento para tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula na escola pública cidadã de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Garcez, Pedro de Moraes
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/174185
Resumo: O objetivo deste trabalho de natureza microetnográfica é examinar a auto-seleção para a tomada de turnos por parte dos alunos no início da vida escolar, quando deles é exigido o aprendizado de novas práticas interacionais, como tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula no momento oportuno. Para isso, o trabalho analisa a fala-em-interação de sala de aula em uma turma de primeiro ano do primeiro ciclo em uma escola de ensino fundamental da rede pública municipal de Porto Alegre. Focaliza a auto-seleção para a tomada de turnos de fala na “hora da rodinha” e no “conselho de classe participativo”, um evento singular e autoral da escola. Examina as ações de gerenciamento e alocação de turnos, ou outras ações de controle social empreendidas pelas professoras diante dessas auto-seleções na escola. Inicialmente foram observadas 32 horas de aulas e outras atividades escolares de uma turma de primeiro ano do primeiro ciclo, durante todo o primeiro semestre de 2006, nessa escola cujo projeto político-pedagógico se propõe a formar cidadãos participativos e tem como eixo central a noção de que o trabalho em grupo qualifica a aprendizagem, e disciplina não é um fim em si mesmo. Foram redigidas notas detalhadas com base no trabalho de campo e a seguir procedeu-se ao registro audiovisual do primeiro conselho de classe participativo da turma, cuja falaem- interação foi segmentada e parcialmente transcrita para análise seqüencial. Destaca-se um segmento no qual os participantes administram a tensão entre os limites da tomada de turnos em interação organizada com múltiplos participantes e o desejo pela tomada de turnos nessa configuração, apoiada pelo compromisso institucional do projeto político-pedagógico. Observou-se e aqui se demonstra a co-construção justificada do controle social corretivo por parte da professora e a tomada de turnos devidamente ordenados, por mais de um aluno que antes disputavam, para participar do conselho participativo em momento adequado. Conclui-se que a resolução bem-sucedida dessa tensão corrobora a realização prática e situada do projeto político-pedagógico da escola, conforme já indicado em trabalhos anteriores.
id UFRGS-2_8b29f46883996ea9419885ff0de17e0e
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/174185
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Garcez, Pedro de Moraes2018-03-30T02:32:20Z20070104-687Xhttp://hdl.handle.net/10183/174185000632110O objetivo deste trabalho de natureza microetnográfica é examinar a auto-seleção para a tomada de turnos por parte dos alunos no início da vida escolar, quando deles é exigido o aprendizado de novas práticas interacionais, como tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula no momento oportuno. Para isso, o trabalho analisa a fala-em-interação de sala de aula em uma turma de primeiro ano do primeiro ciclo em uma escola de ensino fundamental da rede pública municipal de Porto Alegre. Focaliza a auto-seleção para a tomada de turnos de fala na “hora da rodinha” e no “conselho de classe participativo”, um evento singular e autoral da escola. Examina as ações de gerenciamento e alocação de turnos, ou outras ações de controle social empreendidas pelas professoras diante dessas auto-seleções na escola. Inicialmente foram observadas 32 horas de aulas e outras atividades escolares de uma turma de primeiro ano do primeiro ciclo, durante todo o primeiro semestre de 2006, nessa escola cujo projeto político-pedagógico se propõe a formar cidadãos participativos e tem como eixo central a noção de que o trabalho em grupo qualifica a aprendizagem, e disciplina não é um fim em si mesmo. Foram redigidas notas detalhadas com base no trabalho de campo e a seguir procedeu-se ao registro audiovisual do primeiro conselho de classe participativo da turma, cuja falaem- interação foi segmentada e parcialmente transcrita para análise seqüencial. Destaca-se um segmento no qual os participantes administram a tensão entre os limites da tomada de turnos em interação organizada com múltiplos participantes e o desejo pela tomada de turnos nessa configuração, apoiada pelo compromisso institucional do projeto político-pedagógico. Observou-se e aqui se demonstra a co-construção justificada do controle social corretivo por parte da professora e a tomada de turnos devidamente ordenados, por mais de um aluno que antes disputavam, para participar do conselho participativo em momento adequado. Conclui-se que a resolução bem-sucedida dessa tensão corrobora a realização prática e situada do projeto político-pedagógico da escola, conforme já indicado em trabalhos anteriores.The objective of this microethnographic work is to examine student self-selection for turn-taking at the start of school life, when children are expected to learn new interactional practices such as taking a turn at talk at the right time. We analyze classroom talk-in-interaction in a kindergarten/firstgrade group at an elementary school in the public school system of Porto Alegre, a large city in southern Brazil, during sharing time and during the student-teacher participatory assessment council, a unique event at this school. Student self-selection is focused as well as turn-taking management, turn allocation and other actions of social control undertaken by teachers when such selfselections occur First, 32 hours of activities in and out of the classroom were observed during the first semester of 2006 at this school aiming at educating children to be fully participant citizens of their polity and whose key tenets include the notion that group work enhances the quality of the learning that takes place. Participant observation enabled the production of detailed fieldnotes, and audiovisual records were made of naturally occurring interaction in the classroom during the group’s first student-teacher participatory assessment council, whose talk-ininteraction was segmented, transcribed and submitted to sequential analysis. A segment was excerpted in which participants demonstrably manage the tension between the constraints on turn-taking in an interactional encounter with multiple participants and the incentive and wish for turn-taking in this institutionally-supported interactional configuration. We show the co-construction of accountable corrective social control by the teacher over the conduct of students in moments of selfselection, and the subsequent orderly turn-taking by students during the participatory student-teacher assessment council. We conclude that the successful and accountable resolution of this tension stands as evidence of the practical and situated accomplishment of the school charter as described in more general terms by previous works looking at this school.application/pdfporPolifonia. Cuiabá. Vol. 13 (2007), p. 1-21Sala de aulaParticipaçãoTurn-takingTalk-in-interactionClassroomParticipationConstruindo o melhor momento para tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula na escola pública cidadã de Porto AlegreTeaching and learning the right moment to take a turn at talk in the Porto Alegre participatory classroom info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000632110.pdf000632110.pdfTexto completoapplication/pdf164749http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/174185/1/000632110.pdfd7f05761ba2a84248e5aa0d073828382MD51TEXT000632110.pdf.txt000632110.pdf.txtExtracted Texttext/plain39423http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/174185/2/000632110.pdf.txt072344d3075586983d3c33400a396fc7MD52THUMBNAIL000632110.pdf.jpg000632110.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1322http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/174185/3/000632110.pdf.jpgb4664cdac72035a2c298517e8a299edaMD5310183/1741852018-10-24 08:54:27.312oai:www.lume.ufrgs.br:10183/174185Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-24T11:54:27Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Construindo o melhor momento para tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula na escola pública cidadã de Porto Alegre
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Teaching and learning the right moment to take a turn at talk in the Porto Alegre participatory classroom
title Construindo o melhor momento para tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula na escola pública cidadã de Porto Alegre
spellingShingle Construindo o melhor momento para tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula na escola pública cidadã de Porto Alegre
Garcez, Pedro de Moraes
Sala de aula
Participação
Turn-taking
Talk-in-interaction
Classroom
Participation
title_short Construindo o melhor momento para tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula na escola pública cidadã de Porto Alegre
title_full Construindo o melhor momento para tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula na escola pública cidadã de Porto Alegre
title_fullStr Construindo o melhor momento para tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula na escola pública cidadã de Porto Alegre
title_full_unstemmed Construindo o melhor momento para tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula na escola pública cidadã de Porto Alegre
title_sort Construindo o melhor momento para tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula na escola pública cidadã de Porto Alegre
author Garcez, Pedro de Moraes
author_facet Garcez, Pedro de Moraes
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Garcez, Pedro de Moraes
dc.subject.por.fl_str_mv Sala de aula
Participação
topic Sala de aula
Participação
Turn-taking
Talk-in-interaction
Classroom
Participation
dc.subject.eng.fl_str_mv Turn-taking
Talk-in-interaction
Classroom
Participation
description O objetivo deste trabalho de natureza microetnográfica é examinar a auto-seleção para a tomada de turnos por parte dos alunos no início da vida escolar, quando deles é exigido o aprendizado de novas práticas interacionais, como tomar o turno na fala-em-interação de sala de aula no momento oportuno. Para isso, o trabalho analisa a fala-em-interação de sala de aula em uma turma de primeiro ano do primeiro ciclo em uma escola de ensino fundamental da rede pública municipal de Porto Alegre. Focaliza a auto-seleção para a tomada de turnos de fala na “hora da rodinha” e no “conselho de classe participativo”, um evento singular e autoral da escola. Examina as ações de gerenciamento e alocação de turnos, ou outras ações de controle social empreendidas pelas professoras diante dessas auto-seleções na escola. Inicialmente foram observadas 32 horas de aulas e outras atividades escolares de uma turma de primeiro ano do primeiro ciclo, durante todo o primeiro semestre de 2006, nessa escola cujo projeto político-pedagógico se propõe a formar cidadãos participativos e tem como eixo central a noção de que o trabalho em grupo qualifica a aprendizagem, e disciplina não é um fim em si mesmo. Foram redigidas notas detalhadas com base no trabalho de campo e a seguir procedeu-se ao registro audiovisual do primeiro conselho de classe participativo da turma, cuja falaem- interação foi segmentada e parcialmente transcrita para análise seqüencial. Destaca-se um segmento no qual os participantes administram a tensão entre os limites da tomada de turnos em interação organizada com múltiplos participantes e o desejo pela tomada de turnos nessa configuração, apoiada pelo compromisso institucional do projeto político-pedagógico. Observou-se e aqui se demonstra a co-construção justificada do controle social corretivo por parte da professora e a tomada de turnos devidamente ordenados, por mais de um aluno que antes disputavam, para participar do conselho participativo em momento adequado. Conclui-se que a resolução bem-sucedida dessa tensão corrobora a realização prática e situada do projeto político-pedagógico da escola, conforme já indicado em trabalhos anteriores.
publishDate 2007
dc.date.issued.fl_str_mv 2007
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2018-03-30T02:32:20Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/174185
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0104-687X
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000632110
identifier_str_mv 0104-687X
000632110
url http://hdl.handle.net/10183/174185
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Polifonia. Cuiabá. Vol. 13 (2007), p. 1-21
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/174185/1/000632110.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/174185/2/000632110.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/174185/3/000632110.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv d7f05761ba2a84248e5aa0d073828382
072344d3075586983d3c33400a396fc7
b4664cdac72035a2c298517e8a299eda
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224941757005824