Sobre gênero neutro em português brasileiro e os limites do sistema linguístico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/262502 |
Resumo: | Neste texto, proponho uma abordagem de neutralização de gênero em português brasileiro na perspectiva do sistema linguístico. Para isso, parto de considerações sobre a caracterização de mudanças deliberadas e sobre os padrões de marcação e produtividade de gênero gramatical na língua. São avaliados, nessa perspectiva, quatro tipos de empregos correntes de gênero inclusivo: uso de feminino marcado no caso de substantivos comuns de dois gêneros (ex. a presidenta); emprego de formas femininas e masculinas, sobretudo em vocativos, em vez do uso genérico do masculino (ex. alunas e alunos); inclusão de novas marcas no final de nomes e adjetivos, como x e @ (ex. amigx, amig@), ou ampliação da função de marcas já existentes, como -e (ex. amigue); alteração na base de pronomes e artigos (ex. ile, le). Desses empregos, além do feminino marcado e do contraste entre formas femininas e masculinas, que já têm uso significativo na língua, proponho que, no domínio da palavra, -e encontra condições menos limitadas para expansão no sistema no subconjunto de substantivos e adjetivos sexuados. |
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Schwindt, Luiz Carlos da Silva2023-07-21T03:29:14Z20200102-7158http://hdl.handle.net/10183/262502001170689Neste texto, proponho uma abordagem de neutralização de gênero em português brasileiro na perspectiva do sistema linguístico. Para isso, parto de considerações sobre a caracterização de mudanças deliberadas e sobre os padrões de marcação e produtividade de gênero gramatical na língua. São avaliados, nessa perspectiva, quatro tipos de empregos correntes de gênero inclusivo: uso de feminino marcado no caso de substantivos comuns de dois gêneros (ex. a presidenta); emprego de formas femininas e masculinas, sobretudo em vocativos, em vez do uso genérico do masculino (ex. alunas e alunos); inclusão de novas marcas no final de nomes e adjetivos, como x e @ (ex. amigx, amig@), ou ampliação da função de marcas já existentes, como -e (ex. amigue); alteração na base de pronomes e artigos (ex. ile, le). Desses empregos, além do feminino marcado e do contraste entre formas femininas e masculinas, que já têm uso significativo na língua, proponho que, no domínio da palavra, -e encontra condições menos limitadas para expansão no sistema no subconjunto de substantivos e adjetivos sexuados.In this paper, I propose an approach to gender neutrality in Brazilian Portuguese from the perspective of the linguistic system. For this, I start from considerations about the characteristics of deliberate changes and the patterns of markedness and productivity of the grammatical gender in the language. In this perspective, four types of current uses of inclusive gender are evaluated: marked feminine in case of two genders nouns (eg.a presidenta 'the president', feminine); contrastive and concurrent feminine and masculine forms, especially in vocatives, instead of the generic use of masculine (eg alunas e alunos, 'students', feminine and masculine); special characters closing nouns and adjectives, such as x and @ (eg amigx, amig@, 'friend', neuter), or extension of the function of existing marks, such as -e (eg amigue 'friend', neuter); change in the base of pronouns and articles (eg ile '3rd sing neutral pronoun', le 'definite neutral article'). Among these forms, in addition to the marked feminine and the contrastive use of feminine and masculine forms, which already have significant use in the language, I propose that, in the domain of the word, -e finds less restricted conditions for expansion in the system considering the subset of nouns and adjectives denoting biological sex.application/pdfporRevista da ABRALIN. [São Cristóvão, SE]. Vol. 19, n. 1 (2020), p. 1-23LinguísticaLíngua portuguesaGênero gramaticalLinguagem e línguasGender neutralityGrammatical genderDeliberate changeInclusive languageSobre gênero neutro em português brasileiro e os limites do sistema linguísticoinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001170689.pdf.txt001170689.pdf.txtExtracted Texttext/plain60328http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/262502/2/001170689.pdf.txt88e7bd08ef97497ebbdc8e7de702184eMD52ORIGINAL001170689.pdfTexto completoapplication/pdf681612http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/262502/1/001170689.pdf57b857e23e949938bfde93ff746330f6MD5110183/2625022023-07-22 03:39:04.450665oai:www.lume.ufrgs.br:10183/262502Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-07-22T06:39:04Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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