A sociobiodiversidade na escola : potencial para inserção de produtos da pesca artesanal na alimentação escolar

• Autor(a) principal: Santos, Laís Corrêa dos
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/276531
• topic: Alimentação escolar; Peixes; Nutrição

Introdução: O sistema alimentar atual representa um dos principais impactos humanos no meio ambiente, e contrasta com a prevalência da insegurança alimentar na população mundial, em especial no Brasil. A Comissão The Lancet define esta situação como uma "Sindemia Global", onde desnutrição, obesidade e mudanças climáticas se agravam mutuamente. Organizações internacionais enfatizam a necessidade de sistemas alimentares sustentáveis para garantir segurança alimentar e nutricional a longo prazo (Bilali et al., 2019). A pesca artesanal representa 45% da produção anual de todo o pescado, porém enfrenta desafios devido à urbanização e falta de políticas públicas, que ameaçam práticas tradicionais e a sustentabilidade (Dutra; Evangelista, 2018). O presente artigo investiga a dinâmica entre a pesca artesanal cooperativa no Litoral Norte do Rio Grande do Sul e a alimentação escolar. Destaca-se a interação única entre pescadores de tarrafa e botos de Lahille na pesca de tainha, enfatizando sua importância cultural, social e econômica. Objetivos: Compreender o processo produtivo da pesca artesanal cooperativa e avaliar a viabilidade de incluir seus produtos na alimentação escolar, respeitando as diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Metodologia: Utilizou-se uma abordagem qualitativa, com entrevistas semi-estruturadas, oficina culinária e observação participante. Participaram pescadores artesanais, estudantes e professores, enfocando a transmissão de conhecimentos e práticas culinárias. Resultados e Discussão: Os resultados destacam a importância cultural e econômica da pesca artesanal. As práticas culinárias tradicionais revelam uma relação simbiótica com o ambiente. A inclusão de pescado na alimentação escolar pode fortalecer a segurança alimentar, apoiar a economia local e conservar o patrimônio cultural. Conclusão: A pesca artesanal é fundamental para a sustentabilidade socioambiental e cultural da região. Integrá-la na alimentação escolar é uma estratégia que parece ser eficaz para promover a segurança alimentar e a preservação cultural, alinhando-se às diretrizes do PNAE. Este estudo reforça a necessidade de políticas públicas que integrem práticas de pesca artesanal em estratégias de desenvolvimento sustentável e educação alimentar.