“Vagabundo não tem memória” : os corpos matáveis das práticas de segurança

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Galeano, Giovana Barbieri
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Guareschi, Neuza Maria de Fátima
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/256546
Resumo: Este artigo emerge da atualidade da opinião “vagabundo não tem memória” e tem como objetivo analisar a produção de corpos matáveis no âmbito das práticas de segurança brasileiras. Desde a psicologia social pós-estruturalista, aproximamos os pensamentos de Michel Foucault e Walter Benjamin para produzir nossa ferramenta metodológica, bem como as ferramentas conceituais de Giorgio Agamben para compor o campo analítico sobre a matabilidade dos corpos no âmbito das práticas de segurança. As narrativas urbanas da violência movimentam as cenas com as quais nos acostumamos nos conduzimos cotidianamente. Aprendemos a conduzir nossas condutas diante do fato de que a polícia serve para proteger, mas ela mata e também é a que mais morre. Esse complexo campo da segurança pública coloca em jogo corpos matáveis e dá visibilidade a uma instituição (a polícia) cuja história de constituição e modo de operação visibilizam o racismo estrutural e a branquitude que organizam o Estado brasileiro, mesmo diante de mudanças formais na legislação referente às políticas públicas de segurança. Neste texto, analisamos a produção de corpos matáveis no âmbito das práticas de segurança a partir da problematização racial, especialmente pelo modo como a branquitude alimenta a vontade de matar que constitui as práticas de segurança brasileiras.
id UFRGS-2_b516efab8d3b82d680eccfffba6e6bfd
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/256546
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Galeano, Giovana BarbieriGuareschi, Neuza Maria de Fátima2023-03-31T03:22:51Z20232527-1288http://hdl.handle.net/10183/256546001163375Este artigo emerge da atualidade da opinião “vagabundo não tem memória” e tem como objetivo analisar a produção de corpos matáveis no âmbito das práticas de segurança brasileiras. Desde a psicologia social pós-estruturalista, aproximamos os pensamentos de Michel Foucault e Walter Benjamin para produzir nossa ferramenta metodológica, bem como as ferramentas conceituais de Giorgio Agamben para compor o campo analítico sobre a matabilidade dos corpos no âmbito das práticas de segurança. As narrativas urbanas da violência movimentam as cenas com as quais nos acostumamos nos conduzimos cotidianamente. Aprendemos a conduzir nossas condutas diante do fato de que a polícia serve para proteger, mas ela mata e também é a que mais morre. Esse complexo campo da segurança pública coloca em jogo corpos matáveis e dá visibilidade a uma instituição (a polícia) cuja história de constituição e modo de operação visibilizam o racismo estrutural e a branquitude que organizam o Estado brasileiro, mesmo diante de mudanças formais na legislação referente às políticas públicas de segurança. Neste texto, analisamos a produção de corpos matáveis no âmbito das práticas de segurança a partir da problematização racial, especialmente pelo modo como a branquitude alimenta a vontade de matar que constitui as práticas de segurança brasileiras.This article emerges from the actuality of the opinion "bum has no memory" and aims to analyze the production of killable bodies within Brazilian security practices. From post-structuralist social psychology, we approach the thoughts of Michel Foucault and Walter Benjamin to produce our methodological tool as well as Giorgio Agamben's conceptual tools to compose the analytical field on the matability of bodies in the scope of security practices. Urban narratives of violence move the scenes with which we become accustomed to conducting ourselves daily. We learn to guide our behaviors in the face of the fact that the police serve to protect, but they kill and is also the one that dies the most. This complex field of public security puts into play killable bodies and gives visibility to an institution (the police) whose history of formation and mode of operation makes visible the structural racism and whiteness that organize the Brazilian State, even in the face of formal changes in legislation regarding public security policies. In this text, we analyze the production of killable bodies in the scope of security practices based on racial problematization, especially considering how whiteness feeds the will to kill that constitutes Brazilian security practices.Este artículo emerge de la actualidad de la opinión "el vago no tiene memoria" y pretende analizar la producción de cuerpos matables dentro de las prácticas de seguridad brasileñas. Desde la psicología social postestructuralista, nos acercamos al pensamiento de Michel Foucault y Walter Benjamin para elaborar nuestra herramienta metodológica, así como las herramientas conceptuales de Giorgio Agamben para componer el campo analítico sobre la matabilidad de los cuerpos dentro de las prácticas de seguridad. Las narrativas urbanas de la violencia mueven los escenarios con los que nos acostumbramos a conducirnos diariamente. Aprendemos a conducir nuestras conductas ante el hecho de que la policía sirve para proteger, pero mata y también es el que más muere. Este complejo campo de la seguridad pública pone en juego cuerpos matables y da visibilidad a una institución (la policía) cuya historia de constitución y modo de funcionamiento visibiliza el racismo estructural y la blancura que organizan el Estado brasileño, incluso frente a los cambios formales en la legislación sobre políticas de seguridad pública. En este texto, analizamos la producción de cuerpos matables en el ámbito de las prácticas de seguridad basadas en la problematización racial, especialmente por la forma en que la blancura alimenta la voluntad de matar que constituye las prácticas de seguridad brasileñas.application/pdfporPsi UNISC. Santa Cruz do Sul: UNISC, 2017-. Vol. 7, n. 1 (jan./jun. 2023), p. 171-196Violência policialBiopoderNecropolíticaSegurança públicaNecrobiopowerPolice lethalitySecurity practicesWill to killNecrobiopoderLetalidad policialPrácticas de seguridadVoluntad de matar“Vagabundo não tem memória” : os corpos matáveis das práticas de segurança“El vagabundo no tiene memoria" : los cuerpos matables de las prácticas de seguridad"Bum has no memory" : the killable bodies of security practicesinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001163375.pdf.txt001163375.pdf.txtExtracted Texttext/plain108480http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/256546/2/001163375.pdf.txt0bbf277aff8c91befef5e0102cd2f0f6MD52ORIGINAL001163375.pdfTexto completoapplication/pdf553258http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/256546/1/001163375.pdf286f85572438809ef71e9cf40eabec6eMD5110183/2565462023-04-01 03:29:13.565761oai:www.lume.ufrgs.br:10183/256546Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-04-01T06:29:13Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv “Vagabundo não tem memória” : os corpos matáveis das práticas de segurança
dc.title.alternative.es.fl_str_mv “El vagabundo no tiene memoria" : los cuerpos matables de las prácticas de seguridad
dc.title.alternative.en.fl_str_mv "Bum has no memory" : the killable bodies of security practices
title “Vagabundo não tem memória” : os corpos matáveis das práticas de segurança
spellingShingle “Vagabundo não tem memória” : os corpos matáveis das práticas de segurança
Galeano, Giovana Barbieri
Violência policial
Biopoder
Necropolítica
Segurança pública
Necrobiopower
Police lethality
Security practices
Will to kill
Necrobiopoder
Letalidad policial
Prácticas de seguridad
Voluntad de matar
title_short “Vagabundo não tem memória” : os corpos matáveis das práticas de segurança
title_full “Vagabundo não tem memória” : os corpos matáveis das práticas de segurança
title_fullStr “Vagabundo não tem memória” : os corpos matáveis das práticas de segurança
title_full_unstemmed “Vagabundo não tem memória” : os corpos matáveis das práticas de segurança
title_sort “Vagabundo não tem memória” : os corpos matáveis das práticas de segurança
author Galeano, Giovana Barbieri
author_facet Galeano, Giovana Barbieri
Guareschi, Neuza Maria de Fátima
author_role author
author2 Guareschi, Neuza Maria de Fátima
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Galeano, Giovana Barbieri
Guareschi, Neuza Maria de Fátima
dc.subject.por.fl_str_mv Violência policial
Biopoder
Necropolítica
Segurança pública
topic Violência policial
Biopoder
Necropolítica
Segurança pública
Necrobiopower
Police lethality
Security practices
Will to kill
Necrobiopoder
Letalidad policial
Prácticas de seguridad
Voluntad de matar
dc.subject.eng.fl_str_mv Necrobiopower
Police lethality
Security practices
Will to kill
dc.subject.spa.fl_str_mv Necrobiopoder
Letalidad policial
Prácticas de seguridad
Voluntad de matar
description Este artigo emerge da atualidade da opinião “vagabundo não tem memória” e tem como objetivo analisar a produção de corpos matáveis no âmbito das práticas de segurança brasileiras. Desde a psicologia social pós-estruturalista, aproximamos os pensamentos de Michel Foucault e Walter Benjamin para produzir nossa ferramenta metodológica, bem como as ferramentas conceituais de Giorgio Agamben para compor o campo analítico sobre a matabilidade dos corpos no âmbito das práticas de segurança. As narrativas urbanas da violência movimentam as cenas com as quais nos acostumamos nos conduzimos cotidianamente. Aprendemos a conduzir nossas condutas diante do fato de que a polícia serve para proteger, mas ela mata e também é a que mais morre. Esse complexo campo da segurança pública coloca em jogo corpos matáveis e dá visibilidade a uma instituição (a polícia) cuja história de constituição e modo de operação visibilizam o racismo estrutural e a branquitude que organizam o Estado brasileiro, mesmo diante de mudanças formais na legislação referente às políticas públicas de segurança. Neste texto, analisamos a produção de corpos matáveis no âmbito das práticas de segurança a partir da problematização racial, especialmente pelo modo como a branquitude alimenta a vontade de matar que constitui as práticas de segurança brasileiras.
publishDate 2023
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-03-31T03:22:51Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2023
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/256546
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 2527-1288
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001163375
identifier_str_mv 2527-1288
001163375
url http://hdl.handle.net/10183/256546
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Psi UNISC. Santa Cruz do Sul: UNISC, 2017-. Vol. 7, n. 1 (jan./jun. 2023), p. 171-196
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/256546/2/001163375.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/256546/1/001163375.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 0bbf277aff8c91befef5e0102cd2f0f6
286f85572438809ef71e9cf40eabec6e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801225085394092032